Ilumine Nosso Caminho

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-Então você terá que aguentar mais algumas semanas neste lugar. Eu sinto muito. –a voz de Ethan soou brincalhona.

Depois de caçarmos por quase duas horas, Ethan e eu fomos diretamente para o quarto em que foi nos proporcionado, assim que chegamos ao palácio dos Volturi. Meu amigo já se encontrava deitado da cama, enquanto eu tomava um banho.

-Por que semanas? Para mim foram apenas dias. –falei assim que havia terminado meu banho, de me vestir e escovar meus cabelos, já saindo do banheiro. A velocidade de um imortal era uma praticidade inquestionável.

-Porque seu caso não foi de traição. Era para mim, se pudesse, apodrecer naquelas masmorras.

-O que você fez para Marcus foi muito heroico. Parabéns. –desta vez foi minha voz que soou zombeteira e Ethan, no mesmo instante, entendeu declarando um sorrindo. –Eu tenho que agradecê-lo novamente, mas principalmente, tenho que saber o motivo dele ter te liberado, por ele mesmo. –assim que terminei de falar, já estava colocando meus sapatos para sair ao encontro de Marcus.

-Eu fico preso nas masmorras por oito dias e agora que estou livre, em apenas duas horas, você já quer me deixar? Que espécie de amiga você é? –Ethan fingiu sentir uma rápida dor no coração e logo revirei meus olhos.

-Da espécie curiosa. E pare de ser tão dramático, Sr. Blackwell. Não é como se eu nunca mais fosse vê-lo. –constatei olhando para o vampiro ainda deitado, estando eu já com minha mão direita na maçaneta da porta que dava acesso ao corredor.

Um segundo depois, Ethan se aproximou de mim e quando percebi, ele já segurava minhas duas mãos enquanto andava de costas, me levando para o centro do quarto novamente.

-Talvez isso aconteça, porque certa híbrida tenha me magoado demais com seu desprezo por minha pessoa. –ele novamente fingiu sentir dor –Porém, contudo, todavia e as demais palavras difíceis existentes que tenham o mesmo significado... Mesmo ela não se importando nem um pouco com este ser simpático e divertido que sou... –revirei novamente meus olhos, pelo convencimento de Ethan. –Talvez eu ainda a leve para um passeio cujo qual o destino ela desconheça. –já havíamos passado do centro do quarto, chegando, e logo parando, a frente da parede que ficava a quase um metro de distância do lado direito da cama. –O que eu sei que ela gosta.

-Ethan, eu realmente gosto da sua companhia e isso não vai mudar se eu for agora ver... –me calei pelo movimento que o vampiro fez, tocando em uma das pedras a nossa frente e ela logo afundando, como um botão. Então parte da parede se moveu, abrindo uma passagem.

Estava perplexa.

“Como eu não havia notado isso antes?!”

-O que é isso e aonde vai dar? –questionei em vão, pois não demorou um segundo para lembrar-me de que Ethan tinha afeição por surpresas.

-É o que você vai descobrir daqui a pouco. –então vi, pela primeira vez, o aparelho celular do imortal próximo, quando o mesmo o tirou de um dos bolsos de sua calça.

Eu já havia comprado –roubado na verdade –um daqueles aparelhos, na década de noventa, próximo ao ano 2.000. Contudo, meus costumes e minha perspectiva de vida declararam aquilo como algo inútil. Minhas pesquisas eram feitas por livros, análises visuais e mentais, ligadas a bases, principalmente, o que era um método praticamente infalível. Eu ainda tinha adquirido conhecimento para manusear computadores antigos e modernos, a fim de acessar a internet quando extremamente necessário, ou apenas para me certificar de algo. Também realizava algumas pesquisas sobre meus destinos de viagens. Portanto eu entendia pouco da tecnologia moderna, o que me levou a ter que fingir não estar impressionada pelo fato do aparelho celular de Ethan não conter botões, apenas uma grande tela, e o mesmo acender uma luz forte em sua parte de trás, como uma lanterna.

-Interessante seu telefone móvel. –falei com voz calma, disfarçando minha surpresa.

-Agora eu sei por que o Edward te chama de anciã. –Ethan soltou uma breve risada e eu me perguntei sobre o que havia me entregado. –Aqui. –ele colocou a lanterna moderna em minha mão direita. –Segure firme e ilumine nosso caminho.

Quando levei a luz na direção da passagem que se abrira na parede, pude ver os primeiros degraus do que seria uma escada quase interminável e visivelmente esquecida, até certo ponto.






Where I Go?Where stories live. Discover now