Um Tanto Clichê

101 9 3
                                    

Após estarmos quase meia hora rindo, o vampiro ao meu lado disse-me “boa noite”, ainda com um sorriso esperançoso, e saltou diretamente para a janela do antigo quarto de Didyme, depois para a sacada. Quando entrou no castelo, assim saindo de minha vista, soltou mais uma gargalhada promissória de felicidade e esperança.

Eu, por vez, após os risos terem enfim cessado, olhei para as estrelas, com um sorriso sincero e disse “Obrigado”, em meus pensamentos.

Quando entrei de novo na grande morada dos Volturi, corri diretamente para o meu quarto e em seguida, para a biblioteca. Assim que cheguei à mesma, olhei ao meu redor até minha visão parar em Ethan, escolhendo alguns livros para ler. Ainda de longe, pude ver que eram uns dos que eu havia falado que reconhecera. Quando Ethan olhou para mim, eu já estava ao seu lado. Achava que o mesmo iria se assustar com minha presença repentina, mas isso não aconteceu e, de certa forma, eu já esperava que não acontecesse. Era impossível assustar aquelele vampiro rei em discrição.

-Como foi com Marcus? –perguntou-me, voltando a olhar para os livros.

-Muito bom. –respondi apenas.

-Quer conversar sobre isso? –e minha resposta foi um simples aceno negativo. –Assim vou ficar com ciúmes.

E novamente senti que poderia estar com as bochechas coradas, se pudesse.

-Às vezes você me deixa em situações complicadas, Sr. Blackwell. –repeti a Ethan o que ele havia me dito em uma de nossas conversas pela sua mente.

Em um segundo, o vampiro colocou os livros que segurava, novamente na estante e tornou seu olhar para mim.

-Isso seria um blefe para mim te falar porquê resolvi te ajudar? –perguntou-me com um sorriso um tanto perverso e um olhar provocante.

-Não. Neste momento não. –respondi sorrindo de igual maneira. Um segundo depois fiquei de frente para Ethan e me aproximei ainda mais dele, nos deixando a centímetros de distância. Se fosse possível, eu poderia sentir sua respiração. –Isso é para... – deixei que minhas palavras fossem levadas com o ar e suspirei intensamente, então o beijei na mesma proporção.

Primeiramente foi um beijo suave. Os lábios de Ethan eram gélidos e doces, poderia até dizer “viciantes” já naquele primeiro momento. E depois eu apenas me certificaria disto. Dizer que o que tinha a nossa volta havia sumido e era como se flutuássemos em perfeita sincronia, seria um tanto clichê. Mas eu poderia mentir e dizer que não era exatamente desta forma que estava me sentindo? Não, não poderia. A eletricidade que percorreu meu corpo era esplêndida e dominante, e me perguntei se isto estava acontecendo com ele também, pois era diferente, era maravilhoso, poderia até dizer que era mágico. Desejei tê-lo beijado muito antes.


Quando nos separamos por alguns centímetros, senti as mãos de Ethan em minha cintura e percebi que as minhas embrenhavam-se nos cabelos curtos do vampiro a minha frente. Ele ainda olhava para os meus lábios e eu para os seus belos olhos.

-Eu gostaria de repetir isto. –a voz dele saiu quase sussurrada.

Então rimos e instantes depois estávamos nos beijando uma segunda vez.

-Incrível. –olhamos rapidamente para o dono da voz conhecida e interruptora.



Where I Go?Where stories live. Discover now