Um Azul Acinzentado

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Depois de banhar-me e esvaziar meus pensamentos, temporariamente, já vestida, peguei minha mochila e fui em direção ao meu canto, ainda com os meus cabelos úmidos

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Depois de banhar-me e esvaziar meus pensamentos, temporariamente, já vestida, peguei minha mochila e fui em direção ao meu canto, ainda com os meus cabelos úmidos.

Eu estava vazia, mas de um jeito diferente. Ainda sentia, mas parecia que o peso apenas daqueles sentimentos dolorosos fora tirado temporariamente.

Assim que cheguei à porta do sótão, um calafrio percorreu meu corpo. Eu deixara a gaveta das minhas lembranças sólidas, destrancada. No entanto acreditei que ninguém teria entrado ali ainda. Mas algo estava diferente, pois novamente senti um calafrio. Havia alguém e não era quem de fato eu conhecesse. Ouvi um ruído e, seguindo este, alarmei-me quando pude perceber que o até então estranho poderia estar mexendo nos objetos da gaveta. De imediato adentrei no quarto e vi um homem a minha frente, há dois metros e meio de distância. Ele possuía a pela branca como mármore e seus cabelos eram castanhos chocolate. Suas roupas se concentravam na cor preta, igualmente seus sapatos. O rosto estava virado de lado enquanto olhava para minha gaveta e, com sua mão direita, segurava algo que havia tirado de dentro dela.

-Deve ter sido horrível para você. –ouvi sua voz calma, ainda observando um dos meus objetos de recordações mais valiosos.

Um enraivecimento fora se expandindo por meu corpo. O que ele segurava era frágil demais, depois de quase três séculos. Eu queria atacá-lo, mas tinha medo de que a raridade que se encontrava em sua mão fosse danificada.

-Solte. –ordenei furiosa, fazendo-o finalmente olhar em minha direção.

Assim que olhei em seus olhos, fiquei perplexa e, por menos de um segundo, senti meu corpo tremer. No lugar do vermelho sangue ou o dourado dos Cullen e Denali, havia um azul acinzentado, diferente de qualquer outro vampiro que eu conhecera, ainda que eu possuísse certeza de que o homem a minha frente se tratava de um imortal bebedor de sangue.

Ele me observava, ainda segurando meu pertence.

-Solte! –repeti e ele pareceu voltar a realidade.

-Okay! Tudo bem. Perdoe-me. –o estranho falou erguendo as mãos em rendição, depois de soltar minha lembrança sólida. –Melhor agora?

Ele mantinha um sorriso debochado em seu rosto, pela sua última pergunta, e eu continuava a encara-lo, igualmente ele a mim. Eu estava tentado decifrar quem aquele homem era, tentando ler seus pensamentos, porém não estava obtendo êxito.

-O que faz aqui, Ethan? –ouvi a voz de Carlisle já estando ao meu lado, me fazendo levar um breve susto.

-Eu vim pedir para passar um tempo aqui, novamente. Mas quando vi que não havia ninguém na casa, subi no meu antigo cantinho para esperar e fazer uma surpresa. –nisso ele olhou para mim de soslaio, rapidamente. –Mas principalmente queria me redimir da quase batalhe que não participei.

Enquanto o homem de nome Ethan falava, Carlisle o analisava.

Eu não pude resistir de ler a mente do doutor, para saber de quem realmente se tratava o ser a minha frente.

Ethan já havia participado do clã Volturi, mas, pelo que Carlisle sabia, ele havia deixado a soberania há muito tempo, para ser um nômade. Sua alimentação era como a dos Cullen, pois o mesmo tinha passado alguns anos com aquela família e depois que os deixou, prometeu que seguiria o que lhe foi ensinado. Mas Carlisle, assim como eu, não poderia distinguir se Ethan permanecia com a dieta, atualmente. A cor de seus olhos se devia as suas habilidades, no entanto Dr. Cullen nunca as soube, por falta de questionamento.

-Podemos conversar lá embaixo, Ethan? Acredito que Anne gostaria de descansar.

-Descansar? –a visita inconveniente questionou, olhando duvidosamente para mim.

-Sou uma híbrida. –eu não poderia falar que tipo de híbrida eu era. Não naquele momento.

Eu esperava por perguntas, mas a única reação que obtive de Ethan foi um aceno de cabeça positivo. Ele parecia saber e até mesmo conhecer outros híbridos. Mas não dei ênfase a aquilo. Carlisle tinha razão, eu precisava descansar.

Não ouve mais falas após minha última resposta. Assim que Carlisle saiu do sótão com o visitante, eu fechei a gaveta dos meus preciosos pertences, tranquei-a, guardei a chave e fui me deitar.













Esse novo carinha vai ser uma benção ou um "inferno" na vida da Anne?!🤔... Fica no ar...🌬️🌫️

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