Decompondo

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Isn't it lovely, all alone

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Isn't it lovely, all alone

*Não é adorável, ficar sozinha?*



Uma semana fugindo. Se escondendo do maldito vampiro parte tigre que devia estar me procurando a todo custo, se é que já não me encontrara e naquele exato momento, me vigiava. Eu não teria como saber. Talvez Edward já tivesse contado minha teoria aos outros Cullen, talvez até para os Quileutes, e a alma de Ethan agora "queimava no inferno". Mas eu não me importava. Não mais. O felino gigante morto ou longe da minha quase família já era o suficiente para mim.

No entanto, o que rondava minha cabeça naquele momento, era outra hipótese. Uma que nunca havia saído de meus pensamentos.

Uma semana sem parar. Sem dormir. Eu passara por diversos estados até sair do país, atravessar o Oceano Atlântico Norte e parar na Noruega. A hipótese em que pensava sempre me trouxera a aquele lugar onde, por fim, me encontrava. A vista dos Penhascos de Kjerag era maravilhosa.

Pelo fato daquela região ser bastante frequentada por aventureiros e turistas, eu escolhi um dos penhascos mais perigosos, ficando a beirada do mesmo.

Mas a exuberante paisagem a minha frente, estava morta. Nem Beethoven poderia me ajudar.

“-Amor, vamos para casa.”

Eu tinha o conhecimento do que poderia acontecer desde que o felino gigante me falara de Phillip, depois de décadas que eu o evitara. Se pelo menos ele tivesse falado aquele nome sem se referir a pessoa do meu passado, talvez minha mente não estaria tão abalada. Mas não foi o que aconteceu e, com isso, todas as lembranças voltariam em questão de tempo. Phillip era o gatilho da granada que me mataria em seis segundos, se eu não a jogasse o mais longe possível. E apenas o vazio extremo tinha esse poder.

O problema foi que, depois de Ethan arma-la, ele, os Cullen, principalmente Edward, conseguiram segurar a explosão, até que Ethan pensou ter o momento certo. Mesmo que ele tenha liberado no tempo errado, ela ainda explodiu perto de mim, me atingindo. Desde então, sem o vazio, em uma semana sozinha novamente, eu vinha decompondo.

“-Phillip, eu ainda preciso de você… Volta para mim, por favor! Por favor!”

As lembranças eram a forma mais dolorosa de tortura. A voz dele me vinha perfeitamente como era.

“-Você seria uma excelente mãe, Anne.”

“-Ainda é muito cedo, amor. Temos todo o tempo do mundo.”

Meus pensamentos não eram mais controlados.

-Não tínhamos. -agarrei meus cabelos, implorando para parar de doer.

No Imprinting, vi a vida de Phillip passar pelos meus olhos. Ele envelheceria e eu estaria ao seu lado. Eu seria tudo, faria tudo por ele. Eu o protegeria de tudo. Já havia escolhido envelhecer junto a ele. Seríamos um só até o fim.

“-Eu me apaixonei por você, na primeira vez que te vi.” foi o que ele me dissera, no nosso encontro decisivo.

O vento forte do alto do penhasco batia com força em meu rosto.

“-Minha mente não é muito fácil de lidar, amor.”

-Agora eu entendo, Phillip. -minha voz saía sussurrada. Eu não tinha força para mais que isso.

Minha mente estava devastada havia muito tempo. O único ponto que me mantinha em pé, era…

“-Vai ficar tudo bem, amor. Você vai ficar be…”

-NÃO! Eu não vou!

Tirei minhas mãos de meus cabelos e olhei para a linha grossa do rio, a mais de trinta metros abaixo de mim. Eu estava condenada a uma vida eterna de sofrimento. Mas eu precisava consertar os problemas que havia trazido para a vida dos Cullen e Quileutes. Eu devia tirá-los do perigo. Devolver-lhes a segurança que tomei.

“-Sabia que eu adoro o seu lado lobo? É lindo.”

-Me perdoe, Phillip... Mas você mentiu... Eu não vou ficar bem... Nunca... Pelo menos posso deixar de ser um perigo, amor.

Aconteceu tudo tão de repente. Eu nunca poderia imaginar que ir até a casa dos Cullen mudaria minha vida, não apenas minha alimentação, em pouco mais de um mês. E que teria novamente meu irmão e quase uma família, duas na verdade, em tão pouco tempo. Menos esperado ainda foi como tudo terminou em menos de um dia.

Olhei para o horizonte e me despedi do lobo dentro de mim, com dor, mas sabendo que era necessário. Lembrei das brincadeiras da alcateia de Billy Black, das histórias da mágica em nossos sangues e senti minhas lágrimas escorrerem em meu rosto.

“Antes que doa, será uma boa lembrança”.

Então inclinei meu corpo, sem medo.
Em um momento eu estava caindo, olhando para o céu inconvencionalmente limpo, num azul claro tão profundo e envolvente. Seria o lugar perfeito. Depois senti a água me acolher e não lutei, pois ela era a porta de fuga. Olhava para a superfície do rio agitado, enquanto a mesma se afastava, mostrando o céu então dançante, me fazendo perder o pouco fôlego que eu não fazia questão de manter. O lobo estava indo embora e, junto a ele, o som das fracas batidas do meu coração. Só me restaria o silêncio eterno.

Então senti uma mão agarrar o meu punho esquerdo, logo o puxando. A última coisa que vi, ainda de maneira ofuscada, antes de o mundo escurecer, foi um par de olhos azuis acinzentados, desesperados.

Where I Go?Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin