Encantada

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Assim que acordei, continuei minha busca a biblioteca daquele lugar enorme e mal iluminado

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Assim que acordei, continuei minha busca a biblioteca daquele lugar enorme e mal iluminado. Faria qualquer artimanha que me fizesse parar de pensar em cada segundo que eu ficava na fortaleza dos Volturi, sem meu consentimento, e Ethan permanecia aprisionado enquanto sua fome crescia.

Quando tornasse a falar com o vampiro de olhos azuis, por pensamentos, não precisaria fazer tamanho esforço, pois saberia exatamente em que lugar ele se encontrava.

Andei por muitos corredores. Cheguei a passar novamente pelo jardim do dia anterior e segui em frente. No entanto, minutos depois, eu estava ao lado do viridário, de novo.

-Mas... –me calei, pois considerei impróprio reclamar com o nada.

Porém o “nada” se transformou em alguém quando Marcus surgiu em minha vista, no mesmo lugar em que estivera no dia anterior, observando de igual maneira a água cair da fonte a sua frente.

Por um instante, não pude deixar de ler os pensamentos daquele Volturi e então, de forma inesperada, apenas consegui ouvir uma canção e ver uma mulher belíssima dançando em uma floresta que eu podia defini-la facilmente como encantada. Sem fadas ou anões, apenas encantada. A música, por sua vez, possuía uma melodia harmoniosa e uma letra norueguesa esplêndida em significado. O violino, o som do maravilhoso violino deixava tudo mais mágico. Era lindo.

Foi no momento em que a canção parou, que voltei a realidade e percebi que Marcus não se encontrava mais no jardim. Então toquei em minha bochecha direita com a ponta dos meus dedos, depois levei-os a minha vista e percebi que estavam úmidos. Olhei mais uma vez ao meu redor e me certifiquei de que não houvesse mais ninguém perto de mim, com exceção de alguns guardas com quem eu nunca havia trocado palavras. Logo após, segui meu caminho procurando a biblioteca. Mas meus pensamentos teimavam em fugir para o que vira na mente do vampiro soberano melancólico.

Horas depois, a melodia ainda não havia saído da minha cabeça quando desisti de tentar achar aonde os Volturi guardavam seus livros. Por aquele dia. E fui para o meu quarto, rapidamente deitando na grande cama dele. Segundos depois fiquei enjoada de ficar olhando para o teto do aposento. Então fechei meus olhos e deixei que minhas lembranças me levassem para as vistas magníficas que havia tido, em minhas diversas viagens a montanhas, oceanos, desertos e florestas.

Foquei em uma casa que eu possuía, em uma área de difícil acesso aos humanos, à beira de um rio, em São Francisco, SC, Brasil. Lembrei-me das manhãs que ia para fora da minha pequena e simples morada de madeira, me sentava em uma cadeira de balanço antiga, ouvia os pássaros cantarem e olhava para a fraca correnteza que levava as águas do rio a minha frente, para o oceano Pacífico, o qual eu podia ver seu início todas as vezes que olhava para minha diagonal esquerda. Eu nunca fiquei por muito tempo naquele local, pois seguidamente existia alguém que se arriscava a ir para aqueles lados da cidade. Sempre surgia um aventureiro entre um mês ou dois. Às vezes menos, às vezes mais. Contudo, a calma que eu sentia em tal lugar era intensa e bela. Não que eu não a sentisse em mesma proporção em outros cantos do mundo, mas naquele momento, com Ethan preso, minha força não totalmente estabelecida, e aprisionada aos Volturi, deixei-me levar pelas lembranças como se eu estivesse em minha casa escondida, à beira do rio, de novo.

“Tem alguém aqui.”

Quando abri meus olhos e sentei-me na cama, não contive o arrepio que percorreu meu corpo ao ver Aro Volturi a minha frente, sentado em uma cadeira e me observando, minuciosamente.




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