Uma Maneira Improvável

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-Eu preciso ver ele. –afirmei.

-Infelizmente isto não será possível. Será mesmo que serei obrigado a te dizer, novamente, em qual situação seu querido amigo se encontra? –Aro me questionou.

-Não. Eu sei o que ele fez. Na verdade eu sei o que ele não fez.

Estávamos em meu quarto de novo. Aro se encontrava novamente sentado na cadeira à frente da cama e eu em cima desta última.

-Está acusando a mim, um dos reis de todos os vampiros, de calúnia?

-Você me subornou para que eu consertasse o seu erro. Eu sei de todas as suas calúnias, Aro.

Minha irritação era clara. Havia mais de meia hora que conversava com aquele vampiro e ele não aprovara minha visita a Ethan.

-Bem. Se vim aqui apenas para você me pedir feitos impossíveis e me acusar pelo que leu em meus pensamentos, devo deixar este aposento imediatamente.

Ele já estava em pé, segurando a maçaneta da porta, quando toquei seu ombro.

-Por favor. Ethan foi o único que conseguiu realmente me ajudar. Eu preciso vê-lo. Se estiver com medo de que ele vá espalhar isso por todo o castelo, saiba que Ethan nunca faria isso comigo, se eu assim pedisse. –precisaria usar todas as minhas artimanhas.

E, pela primeira vez, vi o olhar de Aro Volturi se aproximar de algo parecido com piedade.

-Aquele jovem guarda mágoas em relação a mim, Srta. Wheeler. Eu o acompanhei desde o momento em que se tornou um Volturi e quando ele decidiu sair, eu simplesmente mandei que o caçassem, por uma mentira escabrosa. Entenda que é perigoso demais deixar que ele saiba sobre qualquer calúnia minha.

“Ele já sabe” pensei.

-Aro. –firmei minha mão no ombro do soberano, olhando em seus olhos vermelhos –Para mim poder trazer Marcus de volta, o que você deseja, eu preciso da ajuda de Ethan... Eu não consigo sem ele. –admiti tanto para o vampiro a minha frente quanto para mim mesma, e aquilo me afligiu.

Então Aro levou sua mão direita a minha, a segurando firme.

-Minha querida Anne, você precisa confiar mais em você mesma. –disse-me com sinceridade, olhando em meus olhos.

Um segundo depois ele sumiu, mas sua última frase dita se repetia incontáveis vezes em meus pensamentos.

“-Ethan.” Produzi minhas palavras na mente do vampiro de olhos azuis.

“-Você vem?”

Eu queria poder dizer que sim, mas não havia ganhado liberdade para aquilo. Poderia ir até Ethan, fazendo os guardas se esquecerem da minha passagem, mesmo que tivesse que ser ainda mais rápida que o normal. Contudo, isso poria minha sentença em risco e Ethan não desejava tal fato, assim como eu, admito. Também toleraria pensar em outras formas de ir até meu amigo. Mas, de uma maneira improvável, compreendi o que Aro quis me dizer com sua fala, antes de sumir.

“-Não.”


Where I Go?Where stories live. Discover now