Capítulo 3 - Dose Revigorante

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"Eu transei com o Colin!"

Digo quando me jogo na cama em posição fetal. Encolhida entre os cobertores quentinhos e vários travesseiros espalhados até no chão. Dylan ama travesseiros. Eles estão na terceira posição na lista das coisas que ela gosta. Em primeiro lugar estou eu, por mais que ela nunca admita. Em segundo, Daniel, que insiste em dizer que está em primeiro lugar e que não vejo desde o episódio da cozinha, noite passada. Em quarto estão animais de pelúcia, mas não posso dizer de que espécie, já que essa já é outra lista. Não sei onde o cinema está encaixado aqui, ou se existe uma lista exclusiva para ele. E também não estou interessada em perguntar, já que estou simplesmente surtando!

"Uau! Esse é o vigor que eu precisava para encarar essa segunda feira." Dylan diz, sentada em um banquinho de frente para sua penteadeira.

"Isso não é nada revigorante!" As palavras saem esquisitas com a minha cara enfiada nos lençóis.

"Você gostou pelo menos?"

"Não..." Saiu meio frustrada. "Acho que durou cinco ou sete minutos."

"Bom, essa é a média. Mas eu não tenho interesse em sexo, então é você quem me diz qual é a média."

"Qualquer coisa menos uma metralhadora de cinco minutos."

Lembro da cena meio desajeitada em um quarto rosa. Estava meio escuro, talvez a cor das paredes não fosse rosa. Talvez não fosse o lar de uma doce menininha. Droga... Que nojo!

Dylan gargalha. "Se sabia que iria ser ruim, por que fez? Vocês não tinham terminado?"

"Tínhamos. Mas foi tudo tão rápido. Eu... Não sei. Só quero me jogar de uma ponte, sei lá... O que eu faço?"

Talvez ela tenha dado de ombros, talvez tenha me dado um conselho super fodástico que não é a sua cara. Apenas sei que começo a gritar contra o travesseiro, então sai abafado, desesperado e incrivelmente deprimente para alguém que gosta de controle. Não estava previsto transar com o meu namorado/ex namorado quando eu disse, abertamente aos quatro ventos, que não transaria. É incrível quando tudo e todos distorcem as minhas vontades. Eu ao menos queria? Não consigo lembrar quando meu cérebro tomou essa decisão estúpida, mesmo que eu não tenha ingerido uma gota de álcool.

Ouço a porta do quarto ser aberta com rapidez e livro meu rosto das cobertas, apenas para visualizar Adam nos olhando meio torto.

"Já falei pra bater antes de entrar. Sou uma mocinha agora." Dylan reclama em um tom debochado.

"Você sempre foi uma. E eu já falei pra estar pronta antes das oito e dez, não foi?" Vejo a minha amiga dar de ombros enquanto solta alguns fios loiros do rabo de cavalo, enquanto ele revira os olhos. "E combinamos que não dou mais carona para suas amigas esquisitas." Agora tem um dedo acusatório apontado para mim.

Me sento na cama. "Dylan, eu não sabia que esse animal ainda estava na sua casa. Se quiser eu posso ligar para o zoológico."

"E eu para o manicômio. Temos uma doida a solta?" Adam usa o mesmo tom da irmã.

"Ou talvez eu ligue para o detetizador!" Me defendo, subindo o tom quando ele abre um sorriso.

"Se auto sabotando, baratinha?" Adam se escora no batente da porta, cruzando os braços.

"O que!?" Exclamo, ofendida. "Baratinha? Sério?"

"Você tem algum problema de raiva, Reese? Tá parecendo meio estressada." Ele maneou a cabeça, me analisando da pior forma que conseguiu. Confesso, esse não é o meu melhor momento.

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