𝗜𝗜. TREINO DE KARATE

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1984

Entrei no local acompanhada apenas de Johnny, ele quis chegar mais cedo que todos para se alongar ou algo assim. O lugar tem um banner de papelão na entrada, provavelmente do dono de lá.

― Pode se sentar, vou me trocar lá atrás ― Concordo com a cabeça. Analiso cada detalhe do local, nunca tinha entrado em qualquer lugar assim.

― Perdida? ― Ouço uma voz masculina vindo do meu lado, me viro podendo ver um homem, o mesmo do banner e das fotos penduradas.

― Não ― Sorrio ― Estou acompanhando o Johnny.

― Ah, então você é o motivo dos constantes atrasos do Sr. Lawrence.

― Acho que sim, desculpe, não queria atrapalhar o treinamento dele. Mas ele insiste em me levar até em casa.

― Por que não faz uma aula também?

― Seria interessante.

― Mas ela não pode ― Johnny responde por mim, saindo do vestiário com outra roupa.

― Por que não? ― Pergunto ao mesmo tempo que o homem.

― Você é muito frágil para karate ― Abro a boca indignada.

― Deixe que ela mesma decida por si.

― Obrigada, Sr...

― Me chame de Kreese, sensei Kreese.

― Gostaria de tentar ― Provoquei o Lawrence que não fazia uma cara boa.

― Ache um kimono do tamanho dela Sr. Lawrence ― Kreese ordenou e o mesmo fez.

O menor de todos ainda é um pouco largo para mim, mas só para uma aula experimental era bom o suficiente. Fui até os fundos me trocar, quando sai a maioria dos alunos tinham chegado, apenas esperando minha saída para se trocarem também.

― Isso é mais confortável do que imaginei ― Falei para Johnny. É um tecido branco e fofinho.

Ele apenas me ignorou, dando sua atenção para um ponto específico do dojo.

― Tá bravo? ― Cutuco seu braço, tentando o irritar mais ainda ― Johnny? ― Continuo repetindo seu nome várias vezes.

― Como consegue ser tão chata? ― Sorrio, vitoriosa.

― São anos aprendendo com o melhor.

Ficamos mais um tempo papeando até o treino começar, que foi basicamente apenas eu tentando imitar os meninos. O sensei me auxiliou algumas vezes, e outras Johnny, era ele quem guiava os alunos, tinha jeito para coisa.

Devia virar sensei ― Cochichei para o loiro enquanto o mesmo arrumava minha postura. Apenas sorriu minimamente.

Me sentei em cima das minhas pernas, igual a todos. O professor chamou dois garotos que se levantaram e começaram a se enfrentar, Johnny segurava uma bandeira para marcar os pontos. Pelo menos foi isso que entendi.

A luta era interessante, tentava aprender o máximo que podia com o que via.

― O que tá esperando? Acaba com ele ― Kreese mandou.

Então, o garoto que ganhou mais pontos acertou o outro com uma força inimaginável, o fazendo cair no chão. Não consegui sufocar com minhas mãos o barulho de choque que fiz, todos olharam para mim.

Estava com medo. Johnny pareceu perceber.

― Algum problema, senhorita? ― Neguei com a cabeça ― Não devem ter misericórdia com o inimigo ― Mas aquele não é o inimigo, é um deles, um Cobra Kai, como todos na sala, exceto por mim ― O que aprendemos nesse dojo?

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEWhere stories live. Discover now