𝗫𝗜𝗫. ANIVERSÁRIO SEM ANIVERSARIANTE

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1984

— Oi, estranha — Daniel comprimenta me seguindo. Sorrio, revirando os olhos — Está me evitando?

— Digo o mesmo, não te vejo a dias — Paro para guardar meus livros no armário.

— Com o seu guarda-costas é difícil de se aproximar.

— Vocês podiam se acertar, se conversassem civilizadamente.

— É o que eu tento, mas ele parece não querer o mesmo.

— Veio atrás de mim só para reclamar do Johnny? — Me viro para ele.

— Não! Quero te fazer um convite.

— Tem o meu interesse.

— Hoje é meu aniversário, e minha mãe vai fazer uma festa surpresa. Quer ir?

— Se é uma festa surpresa, como você sabe?

— Ela não é muito boa com segredos.

— Me diga a hora e o lugar, que eu estarei lá — Volto a caminhar, e o LaRusso me acompanha — Afinal, somos amigos.

Daniel tenta explicar onde ficava seu condomínio, e eu ouvia com atenção. Quando viramos para o outro corredor, ele para de falar.

— O que foi? — Pergunto, o cutucando.

— Tem certeza que consegue ir?

— É claro que sim. Qual o motivo da pergunta? — Aponta com a cabeça para Johnny, que nos observava parado em frente a porta da sala.

— Acho que ele não vai gostar muito disso.

— Eu já falei que vou, LaRusso, não se preocupe.

— Então, até mais tarde — Se afasta acenando, indo na direção oposta.

Entro na sala, e o loiro vem logo atrás, sem dizer nada. Se senta na cadeira ao lado da minha, apenas me olhando.

— Eaí? — Questiona, e eu resmungo cínica — Por que conversava com aquele fracassado?

— Fui chamada para uma festa — Tiro meu material da bolsa.

— O QUE? — Todos da sala se viram para nós dois. Fazendo eu automaticamente me esconder atrás do meu livro.

— Dá pra falar baixo! — Sussuro.

— O imbecil dá em cima de você assim, e quer que EU FALE BAIXO?!

— Johnny, é só uma festa de aniversário, que a mãe dele está fazendo. Pode se controlar? — Ele respira fundo, perdendo sua coloração avermelhada de ódio.

— Vou com você! — Gargalho.

— Espero que isso seja uma piada — O loiro continua sério — Óbvio que não! Tenho certeza que vai estragar tudo com esse pavio curto.

— E te entregar assim de bandeja para o Daniel?

— Eu não sou sua propriedade, Lawrence. E posso muito bem fazer coisas sozinha, não nascemos grudados — Me levanto, pegando minhas coisas — Tchau!

Me mudo para a primeira fileira, ficando em frente a mesa da professora.

[...]

— Que casaco... Interessante — Minha mãe diz, assim que entro no carro — Eu adorei.

Uso um corta vento amarelo com mangas vermelhas, e um grande pacman no lado esquerdo do peito.

— Obrigada — Coloco o cinto — Eu li em um livro sobre sequestros, que é mais fácil identificar a vítima se ela usar uma roupa diferente.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEWhere stories live. Discover now