𝗫𝗫𝗫𝗜𝗜𝗜. TESTE VOCACIONAL

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1985

— Oi, gata — Johnny beija meu pescoço, por trás do meu corpo, me deixando arrepiada.

Eca! Não me chama desse jeito.

Não é mentira — Sussura no meu ouvido.

Desde o meu aniversário, as coisas com Johnny tem sido mais quentes do que de costume, e caramba como eu queria passar para próxima fase, mas o universo parecia querer intervir todas as vezes que tentamos algo a mais do que beijar.

Coço a garganta, agradecendo por ele não poder ver como meu rosto estava vermelho.

— Já pensou sobre a faculdade que vai se inscrever? Tem umas bem legais sendo expostas aqui, e são do estado.

O Lawrence ri, e me viro para sua mesa, onde ele está com o pé em cima, e os braços jogados atrás da cabeça, de forma despreocupada.

— Eu não preciso de faculdade, isso é coisa para os nerds. Sem ofensa.

— Falar "sem ofensa" não torna seu comentário menos ofensivo — Empurro seu pé para o chão — E como acha que vai conseguir um bom emprego sem uma faculdade? — Ele nega com a cabeça.

— Eu já sou rico, Jane, na pior das hipóteses, consigo alguma coisa na empresa do Sid.

E-então, o que vai fazer quando acabar a escola? — Tento engolir o nó na minha garganta.

— Talvez viajar — Parece pensar no assunto apenas agora — Festejar bastante.

Volto para frente, ainda em choque.

Nós somos realmente opostos.

[...]

— Não acredito que não está tão animado com isso quanto eu — Cutuco Tommy com o cotovelo.

Nós dois caminhamos juntos por entre as pequenas barracas espalhadas pelo pátio, enquanto procurávamos o resto do grupo, que ainda não tinham terminado o teste vocacional.

— Você é quem não parece tão animada, quanto o padrão Jane de nerdice — Meu sorriso diminui, percebendo que não estava sendo tão boa atriz quanto imaginei.

— É só que… — Suspiro, abaixando os ombros — Eu e Johnny não estamos tão em sintonia quanto pensei.

— Em que sentido? — Pela sua expressão era claro que tinha pensado besteira.

— Nós temos planos muito diferentes para o futuro.

Se passar tanto tempo se preocupando com o futuro, não vai aproveitar o presente.

Abri a boca chocada com como Tommy podia ser profundo, mas antes que pudesse falar algo, os meninos se aproximavam.

Todos riam, por exceção de Bobby, que aparentemente era o motivo da piada. Passavam um pedaço de papel entre eles, se divertindo às custas do Brown.

O loiro do meu lado, me puxou pelo braço nos juntando ao grupo.

— Já chega, acabou a graça — Bobby pegou o papel, o dobrando.

Jimmy percebendo que eu e Tommy estávamos totalmente avulsos no assunto, tentou nos explicar entre as gargalhadas que o teste tinha concluído que o amigo devia ser um pastor.

Depois de longos minutos, eles se recuperaram, começando a contar sobre seus resultados.

Tommy conseguiu tirar modelo, ou ator, Jimmy seria um contador, Johnny e Dutch receberam trabalhadores braçais.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEOnde histórias criam vida. Descubra agora