𝗫𝗫𝗫𝗩𝗜. COUNTRY CLUB

797 80 21
                                    

𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1985

Confiro a minha aparência no reflexo do retrovisor. Minhas pálpebras coloridas pela sombra azul, ressaltando os meus olhos, os lábios brilhando com o gloss rosa.

Meus fios loiros presos para trás, com apenas a franja teimosa cobrindo minha testa. Uso uma camisa de botão branca debaixo da saia jeans, e um pequeno salto da mesma cor da camisa.

Sou interrompida pelo barulho de Johnny batendo no vidro do carro, seus lábios se mexem, mas não consigo ouvir, tenho certeza que está reclamando da minha demora para sair.

Abro a porta, sendo atingida por uma brisa fria, fazendo com que automaticamente abrace meu corpo.

— Eu disse para trazer um casaco — Vejo o loiro retirando a sua jaqueta e colocando sobre os meus ombros.

— Obrigada — Sorrio, e o dou um selinho.

— Boa noite, pombinhos — Tommy se enfia no meio de nós dois.

— Se manda, mané — Lawrence reclama.

— Oi, Tommy — Rio, começando a caminhar junto com eles.

Passamos pela grande porta branca, já aberta, tendo visão da sala gigante, cheia de adolescentes. No meio deles está o resto do grupo conversando e bebendo.

— Feliz aniversário, Jimmy — O entrego o embrulho nas minhas mãos.

— Não — Ele afasta o presente — A única coisa que você pode me dar hoje, é trazer a Jane da festa do Bobby.

— NÃO! — Nego com a cabeça — Sem chance.

— Vai mesmo negar o meu pedido? — Faz olhos de cachorrinho pidão — É meu aniversário.

Rolo os olhos.

— Tudo bem, eu posso beber algumas cervejas — Cedo. Pego um shot de tequila na mesa de bebidas o virando com tudo — Quem quer jogar beer pong comigo?

[...]

Tiro a minha cara de dentro da privada, tendo o meu cabelo segurado por Johnny.

— Eu te amo, mas nunca tive tanto nojo de você quanto agora.

— Acho que nunca vomitei tanto na vida — Me levanto do chão, indo em direção da pia para lavar o rosto.

— É melhor a gente ir embora — O Lawrence está apoiado na porta, segurando a minha bolsa e salto.

— Não, não — Nego — Eu estou ótima, consigo ficar até o amanhecer, que falta… — Olho para o meu relógio no pulso, tentando lembrar de como se vê as horas.

— Meu Deus, Jane — Se aproxima para também ver o relógio — Isso é difícil.

— Você está tão bêbado quanto eu.

— Nós precisamos voltar para casa, se não sua mãe vai me matar.

— Com medinho, Lawrence? — Sorrio provocativa.

[...]

— Para o carro! — Ordeno, já tirando o meu cinto.

O loiro rapidamente estaciona o automóvel com medo de que eu vomitasse ali mesmo. Mas, não é o excesso de álcool o causador da repentina vontade de sair do carro.

Ando pela calçada, analisando a entrada do Encino Oaks Country Club pelo outro lado da grade. Volto alguns centímetros dando impulso para correr e pular na grade de ferro.

Quando o portão finalmente para de tremer, começo a escalar com dificuldade.

— Mas que porra você tá fazendo?

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCENơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ