𝗫𝗫𝗫. PARQUE DE DIVERSÕES

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1985

Sento ao lado de Daniel na mesa, que estava se entretendo com sua comida.

— Qual é o motivo de tanto mal humor? — Bufo, de braços cruzados. Parecendo uma criança birrenta.

— A conselheira disse que preciso largar duas atividades extracurriculares — Reviro os olhos — "Você vai ficar sobrecarregada" — Tento imitar sua voz — Até parece.

— E já sabe qual vai ser?

— Não... Nem é tanta coisa assim, só o time de futebol, clube de debate, aula de alemão, tutoria, clube de ciências, clube de matemática, e tentei entrar para o jornal da escola.

— Como consegue fazer tudo isso e ter uma vida?

— Isso não é nada, Daniel — Falo, óbvia — Se quiser ser bem sucedida o mínimo é saber de tudo um pouco, mas agora com aquela intrometida no meu caminho, vou fracassar e acabar sem emprego.

Antes que pudesse pensar ainda mais no pior, Daniel enfiou o canudo do suco de caixinha na minha boca. O que faz eu me acalmar, controlando minha respiração novamente.

— Obrigada — Agradeço, de olhos fechados.

Volto a olhar pelo refeitório, dando de cara com as orbes castanhas do LaRusso me fitando.

— Sei um jeito de te acalmar.

— Envolve revistas para pré-adolescentes de novo? — Ele ri, negando com a cabeça — Me conte mais, então.

— Um parque de diversões chegou na cidade, talvez seja uma boa maneira de te distrair do seu problema.

Eu AMO parque de diversões.

Costumava ir muito durante minha infância, com meus pais e Johnny.

Johnny… Já estou com saudade.

Não o vejo desde segunda, por causa do resfriado que ele pegou no fim de semana.

— Amanhã, às 19hrs, te encontro na bilheteria, e NÃO SE ATRASE! — Aviso.

— Combinado.

— Pode convidar a Amy se quiser, não me importo em ficar sozinha — Suspiro, cabisbaixa — O Johnny ainda está bem doente.

— Não, tudo bem. Vai ser só nós dois.

— Como melhores amigos — Sorrio e beijo sua bochecha antes de levantar — Não se atrase.

— Você já disse isso.

— Caso tenha se esquecido.

[...]

Saio do carro correndo ao encontrar Daniel no meio da multidão na entrada.

Por já ter anoitecido, as luzes estavam bem destacadas, deixando o lugar com o clima típico de parque de diversões. A roda gigante é o que mais chama atenção.

O cheiro forte de açúcar e pipoca, combinado com Thriller tocando super alto, fazia meu coração palpitar de animação.

Boo — Sussuro no ouvido do garoto que se assusta.

Aceno com a mão, tendo um sorriso de orelha a orelha.

— Oi — Sorri de volta — Está muito bonita — Aponta para mim.

— Obrigada — Sinto meu corpo ser abraçado por trás, e vejo o sorriso de Daniel desaparecer — Trouxe o Johnny comigo, espero que não se importe.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEOù les histoires vivent. Découvrez maintenant