𝗫𝗫𝗫𝗜. DIA PERFEITO

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1985

Desço da moto, tirando o capacete, dando de cara com a entrada de uma lanchonete comum.

Maldito, Johnny.

— Sabe que sequestro é crime, não é? — Pergunto, irônica — Se está tentando me deixar feliz, saiba que essa com certeza é a direção contrária.

O loiro abraça meus ombros, me guiando até a porta do estabelecimento.

— Você vai matar aula hoje, tem que dar um tempo da escola, ela não vai sair de lá.

— Não. Não. Não. Sem chance! Não vou matar aula.

— É seu aniversário, precisa relaxar.

— Não posso.

— Jane, olha para mim — Viro meu rosto em sua direção, encarando seus olhos — Não vai fracassar! Você é tipo um gênio, e só pensa em estudar desde que te conheço, é seu último ano sendo adolescente. Tem certeza que quer perder ele enfiada nos livros? — Suspiro.

— TA! Me convenceu, mas não se acostume — Ele sorri, e voltamos a andar.

O local estava bem vazio, tendo apenas uma garçonete, e mais dois clientes. Decoração clássica. Escolhemos uma mesa no fundo, mais afastados.

— Já que tenho certeza que pulou o café da manhã, essa é a nossa primeira parada no meu plano de dia perfeito — Ele explica, enquanto nos sentamos.

— Dia perfeito? — Levanto uma sobrancelha.

— Surpresa com como sou um namorado incrível? — Pergunta, chegando mais perto.

— Um pouco — Falo, quase encostando meu polegar do indicador.

Ele finalmente junta nossos lábios em um selinho longo.

— Então, me conta sobre esse dia perfeito.

Johnny levanta a mão chamando a garçonete me ignorando. A mulher loira e de baixa estatura nos entrega dois cardápios.

Olho para todas as opções buscando qualquer uma que desperte meu interesse. Meus olhos brilham ao enxergar torta de maçã no menu.

O Lawrence pede um hambúrguer e uma Coca-Cola. Já eu, opto por um chá para acompanhar a torta.

— Sério? Isso não parece muito saudável para as oito horas da manhã — Comento quando a mulher se afasta com nossos pedidos.

— Obrigado pela dica vovó, mas estou feliz com minha escolha.

— VOVÓ?! Eu tenho só 18.

— Ou seja, a pessoa mais velha nessa mesa.

— Sendo 5 meses mais velha, exijo que me respeite!

[...]

A combinação da longa caminhada e a visão deslumbrante me tiraram o fôlego.

O lugar parece um daqueles descritos em livros de fantasia, como sendo mágico, onde fadas e duendes moram.

O lago extenso com água cristalina, as árvores dando uma sombra perfeita, pendurada em uma delas tem uma corda bem grossa com um nó na ponta, podia ouvir os pássaros cantando ao longe, e algumas flores e cogumelos crescem pelo chão.

Uma toalha quadriculada está arrumada em cima da grama, com uma pilha de livros sobre ela.

— Nossa, você realmente pensou em tudo — Elogio, contemplando cada pedacinho desse paraíso — Não venho aqui a tanto tempo, parece que ficou ainda mais maravilhoso.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEOnde histórias criam vida. Descubra agora