𝗫𝗩𝗜𝗜. DECORAÇÃO DE NATAL

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1984

Espero em frente a porta, torcendo que fosse Johnny que me atendesse. Por sorte, minhas preces foram ouvidas, sendo recebida pelo loiro, sem camisa, com walkman no pescoço, usando apenas um shorts exageradamente curto e meias.

Contive a gargalhada que queria dar, e respirei fundo.

— Oi, lembra de mim? Jane Higgins, sua vizinha da frente. A garota que você torceu o tornozelo, a jogando de um balanço.

— Nunca vai me deixar esquecer isso, não é?

— Sabe que não — Sorrio, provocativa — Pode me ajudar com os enfeites de natal? — Ele ergue a sobrancelha, fingindo pensar, apenas esperando com que eu implorasse — Pense com carinho... Lembre do meu corpo sobrevoando meu quintal, os dias com compressas de gelo, e mancando. Mas especialmente, lembre que eu sou muito, muito, muito, chata, e não vou aceitar um não.

— Consegue ser convincente — Fecha a porta atrás de si, pronto para me seguir até a minha moradia.

— Não se preocupe Lawrence, eu espero arrumar vestes mais apropriadas — Seguro seu peito, o forçando para dentro da casa de novo — Algo mais... Coberto, e sem parecer uma líder de torcida.

Ele abriu a boca ofendido, mas apenas fez o que mandei, sem mais nenhum comentário.

Começava a colocar a massa crua de cookies na forma,quando o loiro chegou, agora de calça e suéter azul, que combinava com o meu vestido da mesma cor.

— Quem é o coitado que quer castigar com a sua comida? — Se senta em um dos bancos em frente ao balcão, que eu me apoiava.

— Ha. Ha. Muito engraçado, Lawrence. Nada de cookies para você, está na lista dos malvados.

— Ah não, Jane, por favor me deixe comer seus pequenos carvões — Suplica, falso.

Abro o forno, retirando a fornada das sobremesas que minha mãe preparou antes de sair. O cheiro delicioso preencheu a cozinha.

— Contou vitória antes do tempo — Provoquei, vendo sua cara de arrependimento — Se acha que cozinho tão mal, por que não me ajuda?

— Porque eu sou homem.

— Qual é, Johnny? São os anos 80, não seja tão retrógrado. As mulheres trabalham, os homens cozinham — Pego um dos aventais, colocando sobre seu pescoço.

O viro em minha direção após prender em sua cintura. Bordado no tecido, estava escrito "Meu segredo é amor".

— Ficou perfeito — Contenho o sorriso, mordendo o lábio inferior.

— Gostou? — Dá uma voltinha, com os braços abertos.

— Claro... Sabe de uma coisa, homens sensíveis me deixam muito excitada — Ergo as sobrancelhas, sugestivamente, me aproximando dele — Esse tom de rosa, te valoriza — Me apoio no balcão atrás dele, nos deixando a milímetros.

Johnny sorri, chegando bem perto, encarando meus lábios, antes que ele acabasse com a nossa distância, enchi a mão com a farinha aberta. E a assoprei em seu rosto, caindo na risada.

— Vai me ajudar ou não?

— Joga baixo, Higgins. Muito baixo — Tira o excesso do pó do cabelo, e enfia a cara debaixo da torneira da pia, se limpando.

O Lawrence mais me atrapalhou, que auxiliou, quebrou no mínimo 5 copos, e derreteu minha espátula, fez a maior sujeira no chão, mas isso não é mérito apenas dele. Pois, eu sou um desastre cozinhando.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCENơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ