𝗜𝗫. RESSACA

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1984

Minha cabeça latejava, olhei ao redor não reconhecendo o lugar em que estava. Esse com certeza não é o meu quarto, mas é o de quem?

Sento na cama, coçando os olhos. Quando ia levantar, piso em algo duro e escuto um resmungo.

C A R A L H O

O que eu fiz ontem?

A última memória que tinha era virar toda a garrafa de tequila sozinha em um desafio.

Depois do beijo com Tommy, mais pessoas chegaram na cozinha querendo participar do jogo, que virou um verdade ou desafio, e depois só desafios idiotas.

Analiso a coisa que havia emitido um barulho. Homem, alto, loiro.

Graças a Deus, é o Bobby. Espera... Por que eu dormi na cama dele, e ele no chão? Abraçado ao Brown está Tommy. Fofos.

Desvio dos dois e saio do cômodo. Desço as escadas. Que casa chique.

Na sala, Johnny assistia televisão, no volume máximo, pelo que parecia.

― Abaixa isso ― Imploro, tampando os ouvidos. Ele repara em mim, deixando um sorrisinho escapar ― Se divertindo com a minha desgraça?

― Óbvio ― Faz o que eu pedi. Vou ao seu lado, piscando, tentando me acostumar com a claridade ― Quer conversar sobre ontem?

― Qual parte? A que eu plantei bananeira, vomitei em um vaso super caro, ou... ― Respiro fundo, e chego perto para cochichar ― Beijei o Tommy.

Nega com a cabeça, rindo.

― Depois de tudo isso ― Forço minha mente, mas não conseguia lembrar ― Quando te levei para o quarto.

― Me recordo vagamente, de ser carregada pelas escadas e ARREMESSADA NA CAMA ― O Lawrence gargalha ― Minhas costas ainda doem, babaca ― Soco seu braço.

― Se esforce mais ― Se aproxima ― Ainda quer aquilo?

Realmente não fazia ideia do que ele falava, aquelas eram as únicas coisas que lembrava, e então sonhos muito estranhos.

Abri a boca pensando em o que responder, mas sou salva por um abraço vindo de trás de mim.

Bom dia ― A voz de Tommy possuía tom rouco, por ter acabado de acordar ― O Bobby disse que pisou nele ― Riu, se jogando no sofá.

― Oi ― Sorrio.

Retribui, e rouba um selinho. Ok, posso me acostumar com isso.

Tommy contou ontem, que perguntou para o Lawrence se incomodava nós dois juntos, e ele negou. Decidimos sair na companhia um do outro, nos beijar, mas nada sério, não ainda.

A TV volta para seu volume antigo, lembrando que Johnny dividia espaço com a gente.

― O que eu queria ontem? Tudo é um borrão preto ― Pergunto.

― Ir à praia ― Olhava fixamente a televisão.

― É uma boa ideia. Podemos ― Pressiona o indicador e polegar, e os aproxima da boca.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEWhere stories live. Discover now