𝗫𝗩𝗜𝗜𝗜. PESSOAS NORMAIS

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1984

Aprecio meu chá, enquanto assisto Johnny devorar o bolo de chocolate.

— Parece uma velha tomando isso aí — Aponta.

— E você uma criança comendo isso aí - Imito ele — Seu rosto está todo sujo, cadê seus modos? — Limpo sua bochecha com um guardanapo.

— Agora que eu já te conquistei, não preciso mais tentar te impressionar — Reviro os olhos.

— Acho que realmente tenho um péssimo gosto.

— Digo o mesmo.

— Concordo com você — Mostro a língua, me referindo a todas as suas ex.

— Olha meu casal lindo — Minha mãe passa por nós, indo para o outro lado do balcão. Mas, antes bagunçando meu cabelo — Já contou a novidade para o seu pai?

Desejei por um segundo que ela não tivesse voltado mais cedo do seu compromisso.

Olhei ao redor, me fazendo de surda. Roubo um pedaço do bolo, para que Johnny reclame, fazendo o assunto mudar.

— Contou? — Ele reforça.

Porra.

— Não... Ainda — O loiro fica sério e volta a apenas comer — Mas só porque não tive tempo.

O Lawrence parece acreditar na mentira.

— Vocês não conversaram ontem, a noite toda? — Mãe, por favor, cale a boca.

A fuzilo com o olhar, e finalmente a mais velha parece entender.

— Não me entenda mal, Johnny — Tento melhorar a situação — É só, que... — Vejo a mais velha se retirando de fininho.

— Estou escutando.

— Tenho medo de acelerar as coisas e estragar tudo — Falo rápido, e de olhos fechados. Envergonhada.

— Ah Jane, para de bobagem.

— É sério, quero ir com calma — Sorrio de leve, e me aproximo dele. Seguro sua mão, a acariciando com meu polegar — Vamos fazer como as pessoas normais.

— E desde quando somos normais?

Levando em consideração que tudo começou com um namoro falso, ele está correto.

— Tem razão — Johnny suspira e se levanta.

— Esteja pronta às nove. Vou te levar em um encontro.

[...]

— Está linda, princesa — Minha mãe elogia, se afastando para pegar o espelho.

Ela havia feito uma maquiagem leve, apenas pouquíssima sombra azul, para ressaltar meus olhos, blush e gloss para dar um ar de saúde.

Optei pela normalidade, usando um vestido de cor clara, aberto o suficiente para se adequar ao clima de Los Angeles.

Coloquei um par de argolas que ganhei de aniversário do Lawrence, a alguns anos atrás. Na época, minhas orelhas ainda eram fechadas, então provavelmente estava as estreando hoje.

Da janela do meu quarto, tinha visão de Johnny tentando escolher entre a jaqueta ou um moletom branco. Não. A jaqueta do Cobra Kai não!

Ele se vira, e percebe minha presença. Levanta a jaqueta, como se perguntasse minha opinião.

Nego com a cabeça, com insistência.

O Lawrence vai até a janela, fechando a persiana.

Não demorou muito até escutar a campainha, anunciando sua chegada. Desci as escadas correndo, para que ele parasse de fazer barulho.

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEWhere stories live. Discover now