𝗫𝗫𝗫𝗜𝗩. CHAPELARIA

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𝗖𝗔𝗟𝗜𝗙𝗢𝗥𝗡𝗜𝗔¦1985

Sinto a areia quente e fofinha entrando dentro do chinelo. Meus olhos estão semicerrados devido ao sol batendo no meu rosto, enquanto sinto a leve brisa bagunçar os fios loiros da minha cabeça.

Caminhei até o garoto sentado de frente para o mar, e me juntei a ele, apoiando meu queixo nos joelhos.

— Imaginei que estaria aqui — Falo observando sua feição calma, ainda centrada na água.

Suspiro devido ao seu silêncio.

— Obrigada.

— Pelo o que? — Ele finalmente me olha, me fazendo ficar mais nervosa.

— Salvou minha pele — Dou um sorriso mínimo — A Lucy me contou.

— É isso o que os amigos fazem — O moreno suspira, e passa a mão pelos cabelos — Eu me preocupo com você, Jane.

— Não vim até aqui falar do Johnny — Me antecipo.

— Você não conhece ele como eu conheço.

— Daniel, ele é meu namorado, tenho certeza que o conheço bem.

— Tentei ser razoável com ele, Jane, por você — Seu rosto começava a ficar em um tom avermelhado pela raiva — Mas aquele cara… — Respira fundo — ELE ME JOGOU DE UM PENHASCO.

Arregalo os olhos, assustada com sua exaltação.

— E ME PERSEGUIU COMO UM LUNÁTICO. E-EU — Se levanta da areia — Não sei se consigo ser amigo de alguém que sabe de tudo isso, e continua defendendo ele.

Antes que pudesse responder, o LaRusso começou a caminhar pela praia, se afastando. Bom trabalho, Jane.

[...]

— Por que tenho que vir aqui junto com você? — Pergunto, olhando para a entrada do clube.

— Você é minha filha, Jane — Minha mãe dá uma última tragada no cigarro, antes de o amassar no cinzeiro do carro — E eu sou uma das organizadoras do projeto.

— Como um monte de gente rica se juntando para um brunch ajuda os sem-tetos?

— Vamos arrecadar o dinheiro da bilheteria.

— Se eles quisessem mesmo ajudar, dariam bem mais que dois dólares da entrada — A morena contrai as sobrancelhas, cansada da minha falação.

— Jane, seja uma boa garota e se comporte, por favor — Ela abre a porta do seu lado e começa a sair do automóvel — Você vai cuidar da chapelaria, não se esqueça.

[...]

O que poderia ser pior do que perder todo o meu domingo nesse clube de gente chata? Perder o meu domingo em uma sala cheia de casacos, com a Ali Mills.

Nós duas nos encaramos sem ter nada para falar.

— Não consigo mais ficar aqui — Ela anuncia se levantando do seu banco e indo até a porta, tentando abrir — Tá trancada.

— O que? — Caminho até a mesma, empurrando a madeira, sem sucesso — Acho que nos prenderam aqui depois que todo mundo chegou.

A loira revira os olhos, e cruza os braços.

— Mas que ótimo.

— Porra — Sussuro, depois de falhar na minha segunda tentativa de empurrar a porta. Mills se senta no chão, e bufa — Eu também não queria estar aqui, mas pelo menos você podia tentar ser legal.

— Não me peça para ser legal — Diz entre dentes.

— Pensei que tínhamos nos resolvido no torneio — Sento do seu lado.

— Tenho que te lembrar que você quase beijou meu namorado no Natal?

— Me desculpa — Peço, olhando para cabideiro recheado de casacos — Mas, você também tentou beijar o meu.

— Vocês tinham terminado — Se defende.

— Aquilo foi um grande erro! Eu admito que me deixei levar pela pressão das outras pessoas, e não pensei nos seus sentimentos.

Ali suspira, e me olha.

— Qual é o seu segredo? — Arqueio as sobrancelhas em dúvida — O que te faz tão especial que todos te querem?

— Não faço a menor ideia do que está falando.

— Primeiro foi o Johnny, depois o Daniel. Só quero saber o que não fazer de errado dessa vez.

— Sério? Ali perfeitinha Mills me falando isso — Dou uma risada anasalada — Sabe quanto tempo da minha vida desejei ser você?

— Ninguém sabe como é ser eu de verdade — Baixa o olhar, abraçando os joelhos — Tenho toda a minha vida programada pelos meus pais. Queria ser como você, seus pais são tão liberais.

— Você queria ser eu? — Perguntei, indignada — Todos me veem como filha de um lar destruído. A garota Higgins que deu errado.

— Deu errado — Repete — Você é inteligente, talentosa em tudo, e provavelmente vai conquistar mais na vida que qualquer um nesse clube.

— Acha mesmo isso? — A loira concorda com a cabeça — Obrigada, Ali — Sorrio fraco — Talvez se as coisas tivessem sido diferentes, poderíamos ter sido boas amigas.

— Ainda podemos.

[...]

— Rosa combina com você, te vi usando na apresentação como Marilyn Monroe. Devia vir experimentar vestidos comigo e as meninas para o baile — Convida, enquanto caminhamos até o seu carro.

Não consigo segurar o sorriso. Ser uma das garotas.

— Adoraria.

Passei tanto tempo da minha vida invejando Ali Mills, que nunca tinha percebido o quão legal ela é. E então, ficamos tão ocupadas nos odiando, que não notamos as semelhanças entre nós.

Ali também era do time de futebol antes de ir para torcida, ama ler romances e prometeu me emprestar alguns livros, e sua banda favorita é ABBA.

Me despeço com um aceno, depois que chegamos até o automóvel.

Essa semana me mostrou que não posso controlar tudo sempre, e as coisas tem seu próprio tempo para serem resolvidas.

Essa semana me mostrou que não posso controlar tudo sempre, e as coisas tem seu próprio tempo para serem resolvidas

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NOTAS:

a rivalidade feminina acabou, finalmente!! e jane conseguiu uma amiga para chamar de sua

eu criei uma conta no tiktok onde estou postando vídeos das minhas fanfics, então se gostarem me sigam lá @nacttarina

𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚, JOHNNY LAWRENCEHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin