Capítulo 14 - Quem é você?

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Segunda-feira. Esse é o primeiro dia útil da semana e muitos não gostam dele, afinal, é o começo de uma longa semana de trabalho. Mas, também é um dia considerado chato e problemático para alguns.

No caso de Elizabeth, não foi diferente. Após uma noite de sono em que eu a senti mexer-se muito e até gemer, como que temendo algo ruim em seu sono, ela não acordou bem. Em realidade, despertou ausente...

Levantei antes dela e fui ao banheiro, então, após minhas abluções, retornei à suíte e ela já havia despertado. Animei-me ao ver seus olhos verdes abertos, mas ao me aproximar, aquela expressão "sem vida" se apresentou novamente.

— Amor, bom dia. Tudo bem?

Beth cerrou o olhar, parecendo não entender o que eu havia dito. Então, falou:

— Amor? Por que me chama assim? Quem é você?

Inicialmente pensei ser brincadeira e até sorri, olhando em volta do quarto, pensativo. Então, devolvi lembrando-se de nossa conversa anterior.

— Ué? Seu imperador, minha rainha!

— Imperador? Rainha? Eu não entendo...

— Elizabeth, para de graça, tá?

Falei, ainda entendendo ser uma brincadeira, mas não era... Minha loira ficou séria e então falou:

— Me desculpe, mas não lembro de você. Aliás, nem lembrava que meu nome era esse...

Sentei na cama e mirei-a ainda com ar de interrogação na face. Ela notou isso e insistiu:

— Meu nome é Elizabeth? Eu não em lembrava disso.

— Beth, você não se recorda de ontem?

— O que teve ontem?

Nervosamente passei a mão pela cabeça, procurando um jeito de me acalmar e evitar a presença da maligna depressão. Diante de Beth em completa amnésia, eu definitivamente estava me perdendo. Então, pedi que ela ficasse calma e saí de meu quarto.

Com enorme frio na espinha, engoli seco, como se tivesse recebido um diagnóstico grave. Era bem cedo, por volta das 7 da manhã, quando desisti de chamar Fabinho, batendo então na porta da irmã.

De pijama azul e com cabelo bagunçado, uma sonolenta Susana se apresentou após abrir a porta, abrindo a boca a seguir.

— Bom dia, filha, desculpe te acordar tão cedo.

— Bom dia, papai. Não esquenta com isso...

— É Beth, ela está com amnésia de novo.

Buscando fixar seu olhar adormecido em mim, a jovem perguntou:

— É como ontem?

Neguei com a cabeça.

— Vem, olhe você mesma — falei.

Andando lentamente, com pantufas brancas nos pés, Susana arrumava os cabelos negros enquanto caminhava à suíte principal do casarão.

— Bom dia, Elizabeth.

A mulher, deitada na cama, olhou desconfiada para a "visitante" e devolveu.

— Bom dia. Qual seu nome?

Susana imediatamente virou para mim com olhar inquiridor e voltou-se para a madrasta.

— Beth, é a Susana aqui. Lembra-se da filha de Sofia?

— Quem é essa Sofia?

— Meu Deus... Pai... O que eu digo?

Minha filha novamente pousou seus olhos preocupados em mim, mas eu não sabia o que fazer ou mesmo dizer, dado que a memória da loira simplesmente apagou. Aproximei-me de Susana e falei:

O que ela viu em mim? - Volume 3Where stories live. Discover now