Segunda-feira. Esse é o primeiro dia útil da semana e muitos não gostam dele, afinal, é o começo de uma longa semana de trabalho. Mas, também é um dia considerado chato e problemático para alguns.
No caso de Elizabeth, não foi diferente. Após uma noite de sono em que eu a senti mexer-se muito e até gemer, como que temendo algo ruim em seu sono, ela não acordou bem. Em realidade, despertou ausente...
Levantei antes dela e fui ao banheiro, então, após minhas abluções, retornei à suíte e ela já havia despertado. Animei-me ao ver seus olhos verdes abertos, mas ao me aproximar, aquela expressão "sem vida" se apresentou novamente.
— Amor, bom dia. Tudo bem?
Beth cerrou o olhar, parecendo não entender o que eu havia dito. Então, falou:
— Amor? Por que me chama assim? Quem é você?
Inicialmente pensei ser brincadeira e até sorri, olhando em volta do quarto, pensativo. Então, devolvi lembrando-se de nossa conversa anterior.
— Ué? Seu imperador, minha rainha!
— Imperador? Rainha? Eu não entendo...
— Elizabeth, para de graça, tá?
Falei, ainda entendendo ser uma brincadeira, mas não era... Minha loira ficou séria e então falou:
— Me desculpe, mas não lembro de você. Aliás, nem lembrava que meu nome era esse...
Sentei na cama e mirei-a ainda com ar de interrogação na face. Ela notou isso e insistiu:
— Meu nome é Elizabeth? Eu não em lembrava disso.
— Beth, você não se recorda de ontem?
— O que teve ontem?
Nervosamente passei a mão pela cabeça, procurando um jeito de me acalmar e evitar a presença da maligna depressão. Diante de Beth em completa amnésia, eu definitivamente estava me perdendo. Então, pedi que ela ficasse calma e saí de meu quarto.
Com enorme frio na espinha, engoli seco, como se tivesse recebido um diagnóstico grave. Era bem cedo, por volta das 7 da manhã, quando desisti de chamar Fabinho, batendo então na porta da irmã.
De pijama azul e com cabelo bagunçado, uma sonolenta Susana se apresentou após abrir a porta, abrindo a boca a seguir.
— Bom dia, filha, desculpe te acordar tão cedo.
— Bom dia, papai. Não esquenta com isso...
— É Beth, ela está com amnésia de novo.
Buscando fixar seu olhar adormecido em mim, a jovem perguntou:
— É como ontem?
Neguei com a cabeça.
— Vem, olhe você mesma — falei.
Andando lentamente, com pantufas brancas nos pés, Susana arrumava os cabelos negros enquanto caminhava à suíte principal do casarão.
— Bom dia, Elizabeth.
A mulher, deitada na cama, olhou desconfiada para a "visitante" e devolveu.
— Bom dia. Qual seu nome?
Susana imediatamente virou para mim com olhar inquiridor e voltou-se para a madrasta.
— Beth, é a Susana aqui. Lembra-se da filha de Sofia?
— Quem é essa Sofia?
— Meu Deus... Pai... O que eu digo?
Minha filha novamente pousou seus olhos preocupados em mim, mas eu não sabia o que fazer ou mesmo dizer, dado que a memória da loira simplesmente apagou. Aproximei-me de Susana e falei:
![](https://img.wattpad.com/cover/324152172-288-k579208.jpg)
YOU ARE READING
O que ela viu em mim? - Volume 3
RomanceJá se passaram 17 anos desde que Reginaldo e Elizabeth trocaram olhares no trólebus da Linha 20, em Santos. Punido pela traição, ele aprendeu que mesmo na dor, um amor verdadeiro pode lhe salvar a vida. Ela, que a raiva e o rancor apenas a fizeram p...