A morte é uma dura passagem. Não sei se para quem vai, mas para quem fica, é absoluta em dor e sofrimento. A perda de um casal tão amado me fez ver que a vida deve ser vivida ao máximo. Em tempos de pandemia, isso nunca foi tão verdadeiro.
Perdi minha amada Kelly e vi um cara bacana ir embora também, devido ao tal coronavírus. Contudo, a morte de Rogério me trouxe de volta ao velho normal, afinal, a Covid-19 não é a única ameaça à vida humana. Ainda morremos como antes e temos que viver da mesma forma.
O mundo, infelizmente, não mudará para melhor, pois, as pessoas continuam exatamente iguais em sua índole. Sofia, por exemplo, é uma delas... Não vou me eximir disso também e muito menos Beth. Ainda que meu irmão e sua esposa tenham partido, a vida continua e nela, Pandora era uma dura realidade.
Passados alguns dias após o enterro, recebi uma carta extrajudicial e nela, Sofia me intimava a resolver uma questão. A tal notificação vinha de outra advogada, que representava a Dra. Camacho. O "alvo" não poderia ser outro, a não ser Susana.
— Isso é um absurdo, Regi! — exclamou Beth após ler a intimação.
— Pois é, meu amor, com certeza ela quer forçar uma situação para cima de mim, usando Susana — disse.
— Ela não pode fazer isso...
— Talvez possa...
— Do que está falando?
— John... Ela não aprovou esse namoro, lembra?
— É verdade, mas, será que não está fazendo isso para se vingar de você? Ou melhor, de mim?
— Pode ser, pois, você a escorraçou dessa casa e ela sabe que se me atingir, alcançará você também.
— Ela é uma filha da...
— Calma! Tenha paciência que isso vai se resolver.
Beth manteve-se séria, irritada pela nova situação criada por Sofia. Desde a expulsão, a morena apareceu somente uma vez diante de nós e foi no cemitério vertical.
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Já era fim de setembro e Susana fora à casa da mãe apenas duas vezes após o ocorrido. Numa delas, a última, as duas brigaram.
— Papai, falei poucas e boas pra minha mãe. Dona Sofia não aprende! Ela quer se meter na minha vida e ainda mais depois do... Bem, o senhor sabe.
— Sim, eu sei... Escute, não pode entrar em conflito com sua mãe. Sabe como Sofia é, né? Duma hora para outra, pode inventar algo para te forçar a ficar com ela.
— Eu não vou ficar com ela!
— Olhe, você tem 16 anos ainda. Se ela quiser, tem como obter a sua guarda e me deixar ver apenas em fins de semana.
— Não ficarei com ela! Se vier ordem de juiz ou o cacete a quatro, eu fujo!
— Meu amor, calma! Não deixarei isso acontecer. Vamos resolver isso, ok?
— Pai, eu não fico sem você e muito menos sem o John! Ela não tem como me impedir.
Susana continuava irredutível diante da possibilidade de ficar presa à mãe. A discussão das duas, sem dúvida, foi o combustível que Sofia precisava para acelerar seu plano de nos atingir. Beth, diante da situação, inadvertidamente chamou o melhor advogado da construtora. Pelas regras, não podia, mas decidiu se arriscar.
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Na quarta-feira, 7 de outubro de 2020, compareci ao escritório da advogada contratada por Sofia para mediar um novo acordo envolvendo Susana. O Dr. Ricardo me acompanhou nesse encontro.
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O que ela viu em mim? - Volume 3
RomanceJá se passaram 17 anos desde que Reginaldo e Elizabeth trocaram olhares no trólebus da Linha 20, em Santos. Punido pela traição, ele aprendeu que mesmo na dor, um amor verdadeiro pode lhe salvar a vida. Ela, que a raiva e o rancor apenas a fizeram p...