De volta ao Castelo Inglês, observei Elizabeth na cadeira de rodas e na pequena área da entrada do casarão. Sem máscara, minha belíssima mulher nos fitou enquanto íamos garagem adentro. Ao encontrá-la, aquele sorriso precioso estava estampado em seu rosto suave.
Susana se adiantou e abraçou Beth, beijando-a. A loira, mantendo o sorriso, questionou a jovem, visto ela parecer muito melhor que quando saíra. De fato, a garota estava mais alegre e isso surpreendeu a madrasta.
— Su, está tudo bem contigo?
— Sim, Beth, correu tudo bem, apesar de meu "papai" me abandonar...
Frisando o olhar, a mulher mirou em mim com ar de questionamento. Neguei com a cabeça e ela sorriu novamente, mirando na jovem.
— Sei... Mas, que bom que vocês se acertaram, né?
— Com certeza, vou até passar uma temporada lá...
— Como assim?
— Meu pai vai me deixar uns dias lá com Amanda. Essa será minha "punição".
Olhando-me e quase rindo, a menina indagou:
— Não é mesmo, "papaizito" do coração?
Sorri para as duas e confirmei, sem dizer nada. Já o olhar de Beth para mim, tinha algo mais e na hora ponderei encerrar aquela conversa.
— "Filhota", que tal ajudar lá dentro, hein?
— Ok! Deixarei os pombinhos...
Beth riu do jeito engraçado que só Susana tinha e falou:
— Vai logo menina! Está vendo que ele me quer sozinha...
— Ui! Senti um romance no ar... Vou sair daqui!
A garota rapidamente correu para dentro, rindo. Rimos também do ato da jovem mulher.
— Beth, senti saudades — falei.
— Também querido, mas, apesar de ainda não me sentir bem, quero muito fazer amor contigo.
Após beijá-la, abaixei-me ao lado da cadeira e olhei-a com um misto de desejo e preocupação, afinal, ela ainda estava se recuperando de uma UTI. Nem a fisioterapia em casa havia começado. Então, passei a mão em seu cabelo loiro e falei:
— Amor, é o que mais quero, mas você ainda sente dores, não é? Fico preocupado que isso possa te prejudicar.
Seu olhar era de doçura, mesmo diante de minha aparente dúvida em relação a transar com ela, devido ao seu estado. Tocando-me o rosto, Beth disse:
— Sei, meu bem, mas se formos devagar, acredito que dará certo e será ótimo para mim.
Como já disse, o pedido de Elizabeth era uma ordem. Imediatamente meu corpo correspondeu ao comando de minha rainha e fiquei excitado rapidamente. Beijei-a e entramos no casarão, porém, já mirando a escada "caracol" de madeira, vi uma entusiasmada Ana Maria se apresentar e me abraçar.
Fiquei encabulado, afinal, estava "daquele jeito", mas tratei de dar uma boa desculpa para ficar sozinho com a mãe dela.
— Meu bebê, o papai vai subir com a mamãe para ela tomar banho e descansar, tudo bem?
— Tá bom, papai.
— Olhe, Susana chegou. Por que não vai lá ficar com ela?
— Vou agora! Su! — gritou a menina.
Naquele momento algo engraçado me veio: "tenho pena de Susana". Ri de meu próprio pensamento e Beth me questionou:
— Por que está dando risada?
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O que ela viu em mim? - Volume 3
RomanceJá se passaram 17 anos desde que Reginaldo e Elizabeth trocaram olhares no trólebus da Linha 20, em Santos. Punido pela traição, ele aprendeu que mesmo na dor, um amor verdadeiro pode lhe salvar a vida. Ela, que a raiva e o rancor apenas a fizeram p...