Capítulo 21 - A menina do Fusca

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De volta ao Castelo Inglês, observei Elizabeth na cadeira de rodas e na pequena área da entrada do casarão. Sem máscara, minha belíssima mulher nos fitou enquanto íamos garagem adentro. Ao encontrá-la, aquele sorriso precioso estava estampado em seu rosto suave.

Susana se adiantou e abraçou Beth, beijando-a. A loira, mantendo o sorriso, questionou a jovem, visto ela parecer muito melhor que quando saíra. De fato, a garota estava mais alegre e isso surpreendeu a madrasta.

— Su, está tudo bem contigo?

— Sim, Beth, correu tudo bem, apesar de meu "papai" me abandonar...

Frisando o olhar, a mulher mirou em mim com ar de questionamento. Neguei com a cabeça e ela sorriu novamente, mirando na jovem.

— Sei... Mas, que bom que vocês se acertaram, né?

— Com certeza, vou até passar uma temporada lá...

— Como assim?

— Meu pai vai me deixar uns dias lá com Amanda. Essa será minha "punição".

Olhando-me e quase rindo, a menina indagou:

— Não é mesmo, "papaizito" do coração?

Sorri para as duas e confirmei, sem dizer nada. Já o olhar de Beth para mim, tinha algo mais e na hora ponderei encerrar aquela conversa.

— "Filhota", que tal ajudar lá dentro, hein?

— Ok! Deixarei os pombinhos...

Beth riu do jeito engraçado que só Susana tinha e falou:

— Vai logo menina! Está vendo que ele me quer sozinha...

— Ui! Senti um romance no ar... Vou sair daqui!

A garota rapidamente correu para dentro, rindo. Rimos também do ato da jovem mulher.

— Beth, senti saudades — falei.

— Também querido, mas, apesar de ainda não me sentir bem, quero muito fazer amor contigo.

Após beijá-la, abaixei-me ao lado da cadeira e olhei-a com um misto de desejo e preocupação, afinal, ela ainda estava se recuperando de uma UTI. Nem a fisioterapia em casa havia começado. Então, passei a mão em seu cabelo loiro e falei:

— Amor, é o que mais quero, mas você ainda sente dores, não é? Fico preocupado que isso possa te prejudicar.

Seu olhar era de doçura, mesmo diante de minha aparente dúvida em relação a transar com ela, devido ao seu estado. Tocando-me o rosto, Beth disse:

— Sei, meu bem, mas se formos devagar, acredito que dará certo e será ótimo para mim.

Como já disse, o pedido de Elizabeth era uma ordem. Imediatamente meu corpo correspondeu ao comando de minha rainha e fiquei excitado rapidamente. Beijei-a e entramos no casarão, porém, já mirando a escada "caracol" de madeira, vi uma entusiasmada Ana Maria se apresentar e me abraçar.

Fiquei encabulado, afinal, estava "daquele jeito", mas tratei de dar uma boa desculpa para ficar sozinho com a mãe dela.

— Meu bebê, o papai vai subir com a mamãe para ela tomar banho e descansar, tudo bem?

— Tá bom, papai.

— Olhe, Susana chegou. Por que não vai lá ficar com ela?

— Vou agora! Su! — gritou a menina.

Naquele momento algo engraçado me veio: "tenho pena de Susana". Ri de meu próprio pensamento e Beth me questionou:

— Por que está dando risada?

O que ela viu em mim? - Volume 3Onde histórias criam vida. Descubra agora