Capítulo 34 - Quem matou Sofia?

2 1 0
                                    


Duarte já havia iniciado a investigação sobre a morte de Sofia, quando chegamos a casa. Abalada, Elizabeth avisou o conselho da construtora sobre o ocorrido e disse não ter condições de se reunir naquele dia. Eu também não pude ir até à empresa.

Imediatamente liguei para Amanda e a avisei, pedindo discrição em relação a Fabinho. Fiz o mesmo com meus pais, devido a John. Então, eu tinha apenas uma tarefa, muito dura, comunicar a morte de uma filha a seus pais...

Ainda nervoso, tomei um calmante mais fraco e, imprudentemente, peguei o Fusca e fui até o Despachante Camacho, no centro da cidade. Entrei no local e Walter, com sua cara sisuda, notou algo de diferente em mim.

— Preciso falar agora — disse-lhe.

Notando minha apreensão, liberou o acesso ao escritório e eu falei:

— Melhor o senhor deixar o Chido no balcão...

— O que aconteceu?

— Por favor, vamos entrar — insisti.

Adiantei-me e o homem alto me seguiu, ordenando ao empregado que assumisse o atendimento. Diante de Walter e Dirce, no escritório, com porta e paredes de vidro a isolar-nos, dei a difícil notícia.

— Não vou enrolar, precisam ser fortes — efetuei uma breve pausa — Sofia morreu...

— O quê?! — indagou Walter.

Enquanto fazia a pergunta, Dirce deu um grito de dor e eu confirmei.

— Sofia morreu... Foi assassinada.

No, Dios mío, no!

Dirce, com as mãos no peito, começou a chorar de imediato e Walter, geralmente duro, fez brotar lágrimas copiosas enquanto amparava a esposa. A cena me fez chorar com eles, dado a desespero que aquela mulher sentia.

Dizendo coisas desconexas em espanhol, ela só aumentara em mim a dor que já se fazia. Nunca desejei a morte de Sofia e senti ali que ela realmente era mais importante que eu imaginava. Após alguns minutos, Walter indagou-me.

— Como ela morreu?

— Levou uma facada no peito...

Outro lamento de Dirce e, nesse caso, a mão que segurava o punhal era a minha... Golpeei-a em seu coração de mãe com a dura revelação inadvertida, assim como o marido dela havia imprudentemente feito, ao perguntar.

Walter saiu apressado e ordenou que Chido fechasse a loja. Enquanto o fazia, consolei Dirce.

Mi hija, ella era tan joven. Tan hermosa ... No podría haber muerto así.

— Desculpe por contar sobre isso, perdão.

Susana, ¿cómo está mi nieta? ¿Ella ya lo sabe?

— Não, ela ainda não sabe. Estava preocupada, mas ainda não sabe.

Buscando recompor-se, Dirce me alertou:

— Reginaldo, tenha cuidado ao dizer a ela, ¿está bien?

— Sim, tomarei. Mas, ainda preciso de coragem. Terei de fazer isso logo.

Walter voltou com "sangue nos olhos".

— Regi, sabe quem foi o filho da puta?!

— Não sei, a polícia está investigando.

— Se descobrir, eu mesmo acabo com ele! Esse maldito!

— Calma Walter! Vamos esperar a investigação, ok?

O que ela viu em mim? - Volume 3Where stories live. Discover now