》SINOPSE
Angelina Myler odeia guitarristas.
Ela tem a vida perfeita. Vinda de uma linhagem rica, com pais presentes e atenciosos, notas boas, bom histórico escolar e uma enxurrada de homens aos seus pés. Um dia por volta de seu último ano no colégi...
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Angelina Myler's POV
— Notas? — Eu brinco com meus pais, posando pela milésima vez naquele provador em mais um vestido.
É uma tarde ensolarada de quarta feira. Eu provavelmente deveria estar estudando para as provas da semana que vem, mas havia contado para eles sobre a viagem no final de semana. Além deles terem apoiado minha ida, mamãe falou para irmos comprar algumas roupas novas para mim e para o meu pai, já que, segundo ela, estava se vestindo muito mal ultimamente.
— Oito de dez — Mamãe diz com uma careta. Meu pai está ao seu lado em um puff e está de olhas fechados, tentando recuperar a maratona de compras que estamos fazendo. — Ainda prefiro o preto.
— Ah...eu gosto desse — Defendo o modelito. Era um tomara que caia azul royal com alguns cristais swaroviski em seu colarinho, curtinho e modelado. Combinava com meus olhos de gelo. Caminho até meu pai e cutuco o mais velho pelo ombro. — Pai...posso levar os dois?
Faço uma carinha de cachorro e a minha mãe me incentiva. Meu pai revira os olhos e solta um suspiro fundo.
— Vocês duas, algum dia desses, vão provar para o mundo que tem sim como passar o limite de um cartão ilimitado! — Ele reclama, mas logo pega seu cartão preto e me entrega. Eu abro um sorriso enorme e deposito um beijo em sua bochecha antes de ir para o provador vestir minha roupa novamente.
Corro para o caixa com os dois vestidos escolhidos e passo no cartão negro. A atendente me entrega a nota fiscal e duas sacolas bem embaladas. Chamo meus pais com um aceno leve e nós três saímos da loja, meu pai carregando várias sacolas atrás de mim e da minha mãe.
— Amor, vai deixar as sacolas no carro, vamos comer algo. — Minha mãe pede. Meu pai assente e pega as duas sacolas das minhas mãos e saí em busca da saída para o estacionamento. — O que quer comer, meu amor?
— Comida japonesa — Falo, ouvindo meu estômago roncar em concordância ao imaginar sushi em minha boca agora mesmo. Salivo discretamente enquanto eu e minha mãe nos dirigimos até o restaurante ditado.
— Filha, e esses garotos da banda que vão pra viagem com vocês? São legais? — Minha mãe pergunta enquanto cumprimenta um dos garçons, que nos direciona para uma mesa de quatro cadeiras mais afastada.
— Sim, eles são muito engraçados. — Admito, rindo um pouco — Qualquer dia desses eu peço para eles irem lá em casa conhecer você e o papai.
— Vamos adorar — Ela confirma com a cabeça antes de pegar um dos cardápios. Papai chega logo em seguida, com a cara vermelha de tanto carregar sacolas.
Pedimos nossa comida e ficamos conversando por horas. Eu amo meus pais. Acho que nunca precisei de muitos amigos por eu sempre poder contar tudo para eles. Sempre converso muito com os dois, sobre tudo. Com mamãe é mais sobre conselhos da vida e dúvidas sobre decisões que preciso tomar. Já com papai é sobre carros, música e estudos de exatas. Papai sempre me ajudou com contas desde criança, por isso sou tão boa em matemática. E mamãe me influenciava a ler e a escrever, o que resultou nas minhas excelentes notas em redação. Eles são tudo para mim.
