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Logo em seguida, após atender a ligação de Bill, Tom me encontra no balcão de bebidas e me chama para irmos embora. Eu solto um suspiro, assentindo e terminando meu drink, o seguindo logo em seguida. O barman deixa um último olhar em mim, mas...sinceramente...não percebo muito bem.

Não está tarde, mas o clima agradável entre nós havia cesado com aquela interrupção. Interrupção essa que eu incentivei, porque sou a porra de uma cagona. Sério, o que eu tenho? Eu simplesmente não consigo acreditar que dei permissão para o Kaulitz me beijar e, logo depois, deixo a oportunidade escapar pelos meus dedos.

E eu quero o beijo desse desgraçado. Mais que tudo. Então que porra é essa? Eu sou tão traumatizada ao ponto de não conseguir demonstrar meu próprio desejo? Argh. Reviro os olhos e cruzo meus braços enquanto caminho até a saída da discoteca atrás de Tom.

O vento gelado da noite atinge meu corpo coberto apenas por aquele modelito curto e eu me abraço contra o frio, tentando me aquecer. Caminhamos até o Audi e eu abro a porta de passageiro às pressas, ansiando pelo aquecedor do automóvel. Tom entra logo em seguida e liga o carro, dando partida e tirando o veículo da vaga.

- Com fome? - ele pergunta, e mesmo puto da vida, Kaulitz ainda consegue ser gentil. Como eu pude comparar esse cara com Henry? Sério, sou uma cadela.

- Sim - admito, envergonhada. Além de estragar nosso passeio, ainda iria fazer o guitarrista comprar lanche para mim, porque sei que ele não vai me deixar pagar porra nenhuma.

Como sempre, coloco uma música para distrair o clima tenso que se instalou no carro. Pulo as faixas de The Weeknd, lembrando do ocorrido. Sem Abel para mim pelos próximos quarenta anos. Ou pelo menos até eu ter alzheimer. Opto pela primeira que vejo sem ser o artista mencionado e deixo soando pelas caixas de som do Audi.

Ficamos em silêncio até a parada em um terreno baldio com inúmeras barraquinhas de comida. Tento não me sentir culpada, mas é impossível. Assim que Tom saí do carro e me diz para esperar dentro dele, eu bato a cabeça no painel e começo a surtar.

- Porra. Porra. Porra. - dou um soco no painel próximo à multimídia, frustada comigo mesmo.

Por que eu tinha que ser tão difícil? Tudo seria muito mais fácil se eu aceitasse qualquer um, de qualquer jeito, fosse sincera, boa com palavras e com ações...Tudo seria mil maravilhas se meus lábios conseguissem proferir o que meu corpo sente. Como uma pessoa normal consegue fazer. Reviro os olhos, bufando.

Agora o Kaulitz me odeia e provavelmente vai manter distância de mim. Que caceta. Só Deus sabe o quanto eu xingo em minha mente, fritando minha própria cabeça com pensamentos reflexivos até ver Tom voltando para o carro com uma sacola em mãos. Ele abre sua porta e entra, me entregando a sacola que ainda está quente.

- Vamos parar naquele viaduto, aqui está muito cheio e não quero comer no carro.

Eu apenas concordo com sua ideia, aguardando-o dar partida e sair pelas estradas de Chicago. Abro a sacola e me deparo com grandes hot-dogs, dois churros de doce de leite e uma latinha de refrigerante. Meu estômago grita de fome, e, talvez meu âmago também esteja gritando junto de tesão.

Caralho. É impossível não ser precoce ao lado de Tom Kaulitz. Aqueles movimentos na pista de dança, seu corpo, suas mãos, seus lábios...a verdade é que ainda estou molhada, e não tem siririca no mundo que resolva essa palhaçada. E, mesmo se resolver, do que adianta? Vou sentir mais e mais vontade de experimentar os dedos do Kaulitz em vez dos meus dentro de mim.

Eu tento não imaginar muito, mas não consigo. Verdade seja dita, guitarristas tem os melhores dedos já inventados. Henry podia ser um filha da puta do caralho, mas fazer sexo...o cara sabia fazer. Uma pena que o pau dele fosse pequeno demais, mas ele sabia se virar com o que tinha.

STARBOY || Tom KaulitzWhere stories live. Discover now