Bárbara Johnson e Victor Collins são melhores amigos há anos, e se orgulham da relação aberta e sincera que construíram desde então.
Nunca mentiram, nunca brigaram, e nunca guardaram segredos um do outro. Mas, quando entram no ensino médio, Bárbara...
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Bárbara Johnson — point of view San diego, CA
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Cantarolava uma música qualquer do Arctic Monkeys enquanto me ensaboava no banho, animada. Aquela manhã, excepcionalmente, eu havia acordado de bom humor.
Após enxaguar-me, desligo o registro e me enrolo na toalha. Abro a porta do banheiro e caminho pelo corredor com os versos ainda frescos em minha mente, parcialmente aérea. Adentro meu quarto, mas solto um grito quando avisto Victor sentado na minha cama. Por reflexo, acabo soltando a barra da toalha e ela vai parar no chão segundos depois.
Eu. Estou. Nua. Na. Frente. Do. Victor.
Meu Deus.
A situação pode piorar?
Victor abre sua boca, atônito, e eu sinto minhas bochechas queimarem como o inferno. Assim como cada parte em que seus olhos passaram pelo meu corpo.
— Merda! — eu exclamo, me agachando e puxando o pedaço de pano. Desengonçadamente, cubro minhas partes íntimas com rapidez. Como se isso pudesse anular o mico de já ter ficado pelada na sua frente. Mas que droga! Eu pareço um ímã para situações constrangedoras. — Droga, Victor, eu já disse para parar de aparecer assim do nada, sem aviso!
O advirto, e ele pisca os olhos lentamente, quase como se estivesse preso à uma hipnose.
— Victor! — o chamo e ele finalmente encontra seus olhos verdes com os meus. Ele umedeceu seus lábios, engolindo o nó visível em sua garganta. Parecendo um pouco inerte ainda, ele se levanta da minha cama nervoso.
— Eu... desculpa, é que sua mãe deixou eu subir e... — ele tentava se explicar, em meio a balbucios. Em um mundo paralelo, eu riria a sua reação, mas eu estava tão — ou mais — envergonhada que ele. — E eu vi você nua...
— E pode apagar isso da sua mente. Agora! — ordeno, caminhando para o meu guarda roupas.
— Claro... — apesar da distância, ouvi-o murmurar, baixinho, mas não consegui ouvir o resto. Dei de ombros e abri o armário. — Estou nervoso. Para hoje.
Ele me confessa e eu o olho por cima dos ombros brevemente. Ele se referia ao jantar de apresentação da Megan para os pais, que seria hoje. Victor finalmente havia oficializado a coisa toda. Eles estavam, definitivamente, namorando. Ele me contou no sábado, pouco depois da nossa "briga". Tentei ignorar o fato pelos dias que se seguiram. Uma parte de mim ainda acreditava que tudo não passava de um lampejo de paixão, e que logo ele se apagaria. Não é o que todos dizem? Mas, aparentemente, eu estava errada.
— Por que? — acabo optando por uma saia jeans e uma blusa preta básica.
— Eu nunca vivi algo assim, Bárbara. E se meus pais não gostarem da Megan? Você sabe como eles são.
