Bárbara Johnson e Victor Collins são melhores amigos há anos, e se orgulham da relação aberta e sincera que construíram desde então.
Nunca mentiram, nunca brigaram, e nunca guardaram segredos um do outro. Mas, quando entram no ensino médio, Bárbara...
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Victor Collins — point of view San diego, CA
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À medida que eu e o restante do pessoal descemos a escadaria da entrada principal do colégio, minha atenção foge do assunto em questão e para na familiar cabeleira loira de pé, no final da escada. Seus cabelos são longos e ondulados, e caem como cascata pelas suas costas finas. Ela também é magra e alta; não tanto ao ponto de me passar, mas o suficiente para seus olhos castanhos ficarem na altura dos meus. Mais cedo, no refeitório, observei-a momentaneamente. Todos os seus traços delicados e angelicais, que eu fiz questão de gravar mentalmente.
Aquela garota era de tirar o fôlego.
Depois de Arthur perder para mim, o caminho estava livre para eu jogar meu charme na novata. Eu e os meninos — com exceção do Marco, que "namorava" com a Milena — tínhamos uma regra de amizade que levávamos bastante a sério: Nunca, em hipótese alguma, pegarmos a mesma menina. Isso evitava possíveis futuros conflitos dentro da banda, já que somos homens, e homens tendem a brigar por idiotices que geralmente vão de encontro ao seu ego. E mulheres são, na sua maioria, as idiotices que vão de encontro ao ego masculino.
Megan Brown. Loira, olhos âmbar, corpo esguio, com cada curva muito bem definida; ela realmente fazia jus ao nome: quente e brilhante, impossível de passar despercebida. Ela era o meu tipo. O meu tipo preferido de garota, com toda a certeza. Só havia um impasse em meio a tanta perfeição: Seu segundo sobrenome.
Carson.
O sobrenome do único cara na face da Terra no qual eu realmente detesto com todo o meu ardor. Creed Carson era um protótipo perfeito do Johnny Bravo: egocêntrico, estúpido e narcisista. Ele exibia suas conquistas sexuais pelos corredores como prêmios e acreditava fielmente na ideia de que todos estavam num nível bem abaixo do grandioso capitão. Normalmente, isso não me irritaria tanto, já que babacas existem e estão por toda a parte, mas a circunstância se torna outra quando seu principal objetivo é ter Bárbara. E quando o assunto é ela, eu me torno um animal.
Quero dizer, não me leve a mal. Ela é praticamente uma irmã mais nova pra mim. Automaticamente, eu me vejo na obrigação de proteger ela de tudo que se mostre uma ameaça. E isso incluía Creed Carson e seu pau desvirtuador. Tudo não passava de sexo pra ele, e nunca foi diferente. Ela seria só mais um risco na sua cabeceira. Mais do que ninguém, eu sabia disso — quando, na verdade, Bárbara merecia muito mais do que alguém que a olhasse como uma revista pornô.
— Victor, você não vem? — o som da voz de Bárbara me regressa à realidade, e a imagem do grupo se materializa na minha frente. Primeiro, vejo a morena com um sorriso dócil e o cenho levemente franzido; depois, Marco com o seu braço enganchado em Milena. Ao lado deles, Gustavo, Arthur, João Lucas e Angeline. Em seguida, eu retornei meus olhos ao ponto inicial dos meus pensamentos. A loira continuava parada no mesmo lugar, os olhos amadeirados inquietantes demonstrando estar procurando por alguém e os braços pressionando os livros contra seu peitoral.
