22 | segredinho sujo

805 82 67
                                    

Bárbara Johnson  — point of viewSan diego, CA

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Bárbara Johnson point of view
San diego, CA

+30 comentários para desbloquearem o
próximo capítulo (emojis não valem, nem números, pontos
ou comentários repetidos, também não se esqueça de
votar no capítulo)

Os raios solares atravessam a minha janela, anunciando o nascer do dia. A iluminação pincela meu rosto, irritando meus olhos que, tempo depois, me vejo forçada a abrir. Aquele não era um bom dia para acordar. Nem viver.

Além do fato de ser segunda-feira — universalmente conhecido como o dia mais odioso da semana —, aquela seria a primeira vez que eu encararia o Victor depois do final de semana. E a Megan. E o Creed. Eu ainda não sabia se estava realmente preparada para enfrentá-los pelos corredores do colégio e fingir que tudo estava bem comigo — quando tudo o que eu mais tenho feito é surtar.

Megan disse — na verdade, ela me ameaçou — para eu esquecer o beijo, mas essa se tornou uma tarefa praticamente impossível estando sob o mesmo teto que o Victor pelos dias seguintes. Eu não conseguia olhá-lo sem travar uma disputa interna entre desejar mais e me sentir culpada demais por desejá-lo. Definitivamente, essa não era uma das sensações que eu imaginei sentir quando o momento chegasse.

Victor se mostrou uma incógnita. Apesar de, uma parte de mim, gostar da sua atenção exagerada à cada passo que eu dava, a outra não deixava de se sentir suja. Ainda mais sabendo que Megan estava ciente de tudo o que havia acontecido entre nós. Era constrangedor demais. Eu não sabia se Victor sabia tanto quanto eu, mas não paguei para ver.

Disperso meus pensamentos e me levanto da cama. A blusa surrada dos Rolling Stones para um pouco antes do meio da minha coxa e, da mesma forma que acordei, eu me dirigi até o andar debaixo, me arrastando pelo instigante cheiro de panquecas que provém da cozinha. Encontro mamãe cantarolando uma música, aérea à tudo ao seu redor, enquanto despeja as panquecas da frigideira em um prato.

Eu me aproximo, coçando meus olhos preguiçosamente, e ela para de cantarolar, abrindo-me um sorriso largo e genuíno ao notar minha presença.

— Filha! Bom dia! — a animação que contém em cada sílaba me causa uma pontinha de inveja. Eu não tinha forças para retribuí-la aquela manhã.

— Bom dia. — eu praticamente me jogo no banco da ilha da cozinha, e algo no meu tom é rapidamente observado por Mary Alice.

— Eu fiz panquecas. Suas preferidas. Achei eu que ganharia, no mínimo, um sorriso. — ela espalma suas mãos no mármore escuro, automaticamente erguendo seus ombros e uma de suas sobrancelhas, suspeita. Acredito que há algo de intuitivo nas mães com relação aos seus filhos. É como se elas tivessem um radar especial, que apita sempre que algo está fora do comum. Em todos esses anos, seu instinto maternal nunca falhou.

Má ideia Where stories live. Discover now