18 | a forma como você olha para ele.

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Bárbara Johnson  — point of viewSan diego, CA

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Bárbara Johnson  — point of view
San diego, CA

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Nos últimos dias, a biblioteca tem sido um ótimo refúgio para mim. Ou uma desculpa convincente o suficiente para me manter distante de Victor. Chame do que quiser. Mas se eu disser que está sendo fácil, eu estarei mentindo. Todos sabem que há algo rolando entre nós — todos sentem isso, é quase inevitável —, o que, automaticamente, acaba afetando todo o restante do grupo. E eu me sentia mal por tê-los metido em toda essa situação tão merda, mas, dessa vez, eu não seria a primeira a dar o braço a torcer. Não mesmo.

    — Te achei!

   Milena apareceu na biblioteca àquela sexta, no intervalo, puxando a cadeira ao lado da minha e se sentando. Eu lia O Morro dos Ventos Uivantes — que era o livro do semestre — e havia uma outra garota na mesa ao lado, que parecia concentrada com o seu Orgulho e Preconceito. Nós — com exceção da bibliotecária, Karen — costumávamos ser as únicas almas naquela biblioteca durante o intervalo.

     — Shhhhhh! — a menina estranha ruiu para Milena, com os olhos ameaçadores virados em sua direção. O silêncio era a principal norma da biblioteca, mas acho que Milena não sabia disso.

     — Shhhhhh pra você também! — ela retrucou, como uma criança mimada, e eu contive a risada no fundo da minha garganta. A garota balançou sua cabeça em desaprovação, retornando à sua leitura. — Que abusada. Você viu?

      Ela se voltou a mim, indignada.

      — Estamos em uma biblioteca, Lens. Tem regras. — a explico, com toda a minha calma e paciência. Lidar com Milena era como lidar com uma adolescente de 13 anos mimada frequentemente.

      — Que se danem elas. — ela revirou os olhos. — Estamos sentindo a sua falta, Bárbara. Quando você vai voltar? A grude tudo bem, mas aquele projeto de Polly acha realmente que pode pegar o seu lugar. Dá pra acreditar?

      Milena se refere à Megan. Desde que se tornou oficialmente a garota do Victor, ela ganhou uma passagem direta para o nosso grupo. Mesmo distante, eu sempre a vejo por perto pelos corredores. Ela está realmente fazendo parte da nossa turma — e, pelo visto, não era somente eu que não apreciava essa ideia nenhum pouco.

      Eu solto um suspiro sôfrego.

      — Milena, eu sei, é só que...

      — Nós sabemos. Você e Victor brigaram e blá blá blá. — ela gesticula com a mão, simulando uma boca falando. — Mas isso não significa que você precisa se excluir e morar nessa biblioteca cheia de mofo. — eu acabo rindo baixinho pelo último comentário desdenhoso que ela faz ao rodear seu olhar pelo lugar.

Má ideia Where stories live. Discover now