Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)

Comportamentos Estranhos.

Alice:

- Alice, o que está havendo? Por quê agiu desta forma? - A diretora do colégio perguntou séria.

Sem dizer nada, eu apenas chorei e negativei com um gesto de cabeça.

- Sair batendo nos outros sem motivo,pode te causar uma suspensão, ou até expulsão sabia? - Me olhou fixamente.

- Eu sinto muito. - Enxuguei algumas lágrimas, ainda sentida.

- O que está acontecendo? Está tudo bem em sua casa? - Insistiu.

- Sim. - Respondi de cabeça baixa.

- Não parece. - Levantou - se imponente. - E o seu relacionamento com os seus pais, e com seu irmão? Como está? - Ela andava de um lado para o outro da sala.

- Está bem. - Suspirei.

- Alguma coisa deve estar acontecendo, para você ter agido daquela forma! - Bateu no birô com força, me assustando.

- Ele derramou suco na minha roupa! Garoto sem noção! - Bufei.

- Isto não é motivo para sair batendo nos outros, daquela maneira! O nariz dele sangrou, sabia? - Perguntou abrindo as cortinas da sala, deixando a claridade entrar.

- E o que quer que eu faça? - Cruzei os braços.

- Além de pedir desculpas formalmente para o garoto? - Ela franziu o cenho.

- Quê? - Arregalei os olhos. - Eu não irei pedir desculpas para ele! Foi ele quem esbarrou em mim! - Retruquei.

- A Senhorita decide! Peça desculpas formalmente perante os outros alunos, ou eu vou ter que chamar os seus pais aqui, e você receberá dois dias de suspensão. - Disse com firmeza.

Engoli em seco.

- Tudo bem. - Fiz uma pausa. - Pedirei desculpas. - Arfei.

- Ótimo! - Deu um sorriso de lado,e foi até a enorme porta de madeira da diretoria, abrindo - a.

Passei encolhida, e ela foi logo  atrás de mim.

Passei pelo corredor da vergonha ( que era o corredor que dava acesso á sala da diretoria) e todos me olhavam com um olhar de acusação,em perpétuo silêncio.

Fomos até o auditório, a Sra. Alexandra chamou a atenção de todos dizendo que eu tinha algo á dizer, e foi naquele momento que eu passei uma das maiores humilhações da minha vida!

Fiz xixi na roupa em público de tão nervosa que fiquei, mas pedi desculpas para o garoto que no caso, era amigo do meu irmão.
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Naquela época, eu estava indo ao psicólogo com certa frequência,já que ainda estava muito recente que eu havia descoberto a verdade sobre o meu pai.

Estava muito difícil absorver tudo tão rapidamente, e tais coisas estavam me fazendo ter comportamentos que não eram de mim.

E foi aí, no começo da minha adolescência que eu transformaria todo o restante da minha vida em um verdadeiro caos.