O Show.

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Alice:
Meu celular tocou.

- Oi? - Atendi.

- E aí, Alice? Beleza? - Agnes perguntou.

- Aham. - Respondi.

- Você vai comigo no show do Oliver, né? - Perguntou.

- Bom, á princípio os meus avós não deixaram eu ir. - Arfei.

- Ai, não acredito que você vai me deixar na mão, Alice! - Reclamou.

- Calma! Mas liguei para os meus pais,e eles deixaram. - Falei.

- Aah sim! Pensei que você fosse fazer desfeita comigo. - Riu.

- Não, jamais! - Ri.

- Passo na sua casa para te pegar ás 20:00 horas, então. - Agnes disse.

- Tudo bem. - Desliguei o celular.
•••••••••••••••••••••••••••••••
Passei o restante da tarde tentando compreender a minha lição de casa (ainda estava um pouco complicado para mim captar o idioma inglês em si) mas nada que algumas aulas com um bom professor de línguas, não resolvesse.

Á noite...

Vesti uma blusa branca, pus uma jaqueta de couro preta por cima, pus uma calça preta, coturnos na cor marrom, fiz uma maquiagem básica,e como acessório peguei uma bolsa com franjas para levar o meu celular, as chaves de casa e um dinheiro para emergências.

Ás 20:00 horas em ponto, Agnes passou em minha casa,e fomos para o show no carro dela.

Um fato nos Estados Unidos que me causava certo "espanto",era ver garotas e garotos da minha idade dirigindo seus carros livremente pela cidade.

Chegando ...
Tivemos que pegar uma fila imensa para entrar, já que o local do show estava extremamente lotado.
Mas ao final das contas, conseguimos ficar na primeira fila (junto com os "VIPs") , tudo por conta do tal sorteio que a Agnes havia sido contemplada.

Quando o tal Oliver apareceu naquele palco, a louca da minha colega começou a chorar,gritar, e tirava fotos dele como se não houvesse amanhã.

Eu fechei a cara, e fiquei mexendo no meu celular conversando com o meu pai, Luigi, e com a Mila pelo whatsapp.

Nossa que saudade! Pensei me segurando para não chorar.

Quanto tempo eu perdi ignorando o meu pai,pelo simples fato de ele não ser meu pai biológico.

Me perdi em minhas reflexões, enquanto o show de rock rolava, e as fãs daquele carinha gritavam, se escabelavam,e choravam enlouquecidas.

- Tá curtindo? Ele é lindo demais, não é mesmo? - Agnes perguntou com a maquiagem toda borrada parecendo um panda.

- Acho melhor você ir retocar essa maquiagem. - Falei com estranheza.

- Tá, aliás quando o show acabar, nós iremos no camarim dele, tirar foto com ele! - Disse animada,saindo em direção ao banheiro em seguida.

- Que louca! - Revirei os olhos.

Por um instante, eu parei tudo o que eu estava fazendo, para observar se Oliver Drake era essa "coisa toda" que as meninas tanto achavam.

Observei ele de todos os ângulos, e mesmo o achando atraente, logo tirei a vista.

Não queria ser mais uma menina idiota suspirando por um cara que nem sabe da minha existência.

Continuei no meu celular, ouvindo as músicas, e gostando até.
Todas falavam sobre desilusões amorosas, ou casos mal resolvidos.

Acabei lembrando do Martin.

- Imbecil! - Balbuciei.

- Quê? - Agnes havia voltado, e eu nem tinha percebido.

- Nada! Só pensei alto! - Ri.

Sem dizer nada, ela continuou curtindo as músicas, e a paixão dela pelo ídolo.

Ao final do show, ela me arrastou quase á força até o camarim do Oliver, e chegando lá, ele estava sozinho (milagre).

A garota se jogou nos braços dele aos prantos, o abraçou, ganhou  autógrafos, tentou beijá-lo na boca só que ele virou o rosto,tentou pôr uma aliança no dedo dele,e ainda me fez tirar mil fotos da palhaçada toda.

Resumindo, foi um micão daqueles!

- Sua amiga é bem louca! - Oliver falou baixinho, enquanto Agnes o espremia igual a um limão.

Mas gente, onde estão os seguranças desse coitado? Eu me perguntava sem parar.

E alguns instantes depois, os caras apareceram, e levaram Agnes aos gritos, esperneando.

Fiquei para trás, com a maior cara de bosta.

- Ok, respira.. - Falei me abaixando para juntar os cds autografados, camisas, e até o celular que a menina deixou cair.

- Você não é a menina que eu dei carona outro dia? - Oliver apareceu do espaço, e perguntou.

- Hã.. É.. Yes! - Respondi tímida.

- Eu falo português. - Ele disse.

- Ok. Então, valeu por aquele dia. Tchau! - Acenei , e saí apressadamente, morrendo de vergonha.

E como terminou a minha noite? A doida alucinada foi embora sem me chamar, e eu fiquei no meio da rua,tarde da noite, esperando algum táxi para ir para casa .

E esse táxi nunca aparecia..

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora