Sonhando Acordada.

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Lily:

- Menino chato! Estragou um momento que seria o mais especial da minha vida inteirinha! - Bufei.

Luigi revirou os olhos.

- Deixa de ser trouxa, Lice! - Arfou.

- E você deixa de ser metido! - Gritei brava.

- Eii! Posso saber o que se passa? - Mamãe perguntou docemente.

- A Lice mãe! Tá com raiva por quê eu não deixei o Martin beijar ela! - Luigi falou todo manhoso.

- Cala a boca, garoto! - Bufei.

- Martin? - Mamãe franziu o cenho. - Tem alguma coisa que não me contou, Alice? - Cruzou os braços.

- Não, mamãe! Nós só estávamos conversando. - Bufei.

- Mentira! Ela estava se jogando pra cima dele! Eu vi! - Meu irmão gargalhou,e saiu correndo.

Corri atrás dele, e antes que lhe desse uns bons tabefes, ele fechou a porta do quarto.

- Quando eu te pegar, te faço um picadinho! Garoto idiota! - Gritei possessa.

Voltei para a sala, liguei a tv, e me deitei no sofá.

Mamãe aproximou - se novamente.

- Você nunca vai se acostumar com o seu irmão, não é mesmo? - Comprimiu os lábios.

- Garotos são chatos! - Falei.

- E o Martin? - Sorriu.

- Ah.. O Martin é um príncipe! Doce, gentil, e tem uma história parecida com a minha. - Respondi.

- Você não foi abandonada. - Fez uma pausa. - Seu pai foi para perto de Deus. - Completou.

- Ele morreu. - Arfei sem emoção. - De qualquer forma, fui sim abandonada.

- Você tem um pai aqui! Que te ama! Te ama até mais que ao Luigi. - Sussurrou.

Fiquei em silêncio, e deixei uma lágrima cair.

- Como ele era, mamãe? - Perguntei.

- Ele era como um anjo. - Ela suspirou. - O seu pai sempre terá um lugar guardado no meu coração. Pode passar o tempo que for! - Sorriu levemente acariciando o meu rosto. - Você tem muito dele. Os traços dele! Todos os dias agradeço a Deus por ter me dado de presente você! - Me olhou com amor. - Você foi a cura para a minha dor, filha. - Beijou a minha testa.

- Eu te amo tanto, mãe.. - Falei a observando.

Pulei em cima dela, e lhe dei um abraço apertado.
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Meu celular que estava em meu bolso tocou, e meu coração gelou quando vi que era o Martin.

- Alô? - Atendi trêmula, sem conseguir respirar direito.

- Quer sair mais tarde? - Martin perguntou do outro lado da linha, super direto.

- Cla,Claro! - Gaguejei.

- Ótimo! Tem um filme novo em cartaz no cinema, e acho que você vai gostar bastante. - Riu.

- Tudo bem. - Falei me derretendo toda.

- Passo na sua casa ás cinco, pode ser? - Perguntou.

- Claro! - Ri.

- Ok,até lá. - Ele disse.

- Até.. - Falei antes de desligar.
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Mamãe me olhou com um sorriso enigmático.

Gritei, pulei, e fiz barulho feito uma louca.

Liguei para a Camila,ela não entendeu exatamente nada, mas também não perdi tempo em explicar.

Mamãe me ajudou a escolher uma roupa, e como estava muito frio tive que optar por luvas, casaco, bota, e calça jeans.

- Que seu pai não saiba! Ele morreria de ciúmes! - Mamãe sussurrou.

- Eu sei! Ele quase teve um troço, quando eu estava conversando com o Noah, que o Noah veio aqui em casa. - Ri.

- Você está tão linda! Deixa eu tirar uma foto sua? Meu bebê! Que emoção! - Perguntou toda chorosa.

- Tá! - Revirei os olhos.

Ela foi correndo pegar a máquina fotográfica, e quando voltou eu fiz uma pose, e ela tirou uma foto minha.

A campainha tocou, fui correndo atender, e era Martin.

Fomos para o cinema de carro (no carro da tia Catarina,que era mais do Martin do que dela mesma).

Chegando lá, ele comprou os ingressos, pipoca, refrigerante, e fomos assistir ao filme.

Ele ficou o tempo todo abraçado comigo fazendo carinho em meus cabelos.
Confesso, que quase dormi lá mesmo.

Quando o filme terminou fomos para uma sorveteria, depois nos deliciamos na barraquinha de churros que ficava na pracinha próxima a minha casa, onde nos sentamos no banco da praça, e conversamos até perder a noção do tempo.

Tanto, que ele foi me deixar em casa ás pressas, e até entrou,e pediu desculpas ao meu pai Eliéser que ficou com a cara trancada o tempo todo.

Nos despedimos com um beijo na bochecha, e ele sussurrou em meu ouvido que havia adorado a noite,e que me chamaria para sair mais vezes.

Quase chorei de tanta felicidade.

Não aconteceu um beijo,mas só o fato de ter saído com o meu crush da vida inteira, para mim era como um sonho.

Eu estaria sonhando acordada? Não sei! Só não quero acordar nunca! Pensei.


Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora