Uma Grande Mentira?

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Alice:
Abri os meus olhos, e olhei ao meu redor.

Eu estava em uma cama de hospital.

E flashes do passado, e presente misturavam - se em minha cabeça, me deixando completamente confusa.

Comecei a gritar por Daniel, minha mãe e meu pai.

Logo, Daniel apareceu, e eu comecei a gritar ainda mais, pois aquelas lembranças estavam me deixando louca.

Eram imagens rápidas, sons, e formigamentos no rosto que me deixavam apavorada.

- Shiii.. Calma! - Daniel disse me olhando nos olhos, e
fazendo com que eu me acalmasse aos poucos.

Tocou o meu queixo com um dedo, e fixou a minha cabeça de forma, que eu conseguisse parar, e prestar atenção apenas nele.

- Calma. Você está no hospital, despertou de um coma de uma maneira que te deixou confusa, e agitada, mas vai ficar tudo bem,ok? O seu cérebro deve estar tentando pôr as coisas em ordem, e por isso você está sentindo essa confusão mental toda. - Falou.

- Me tira daqui, meu amor! Nós nos casamos ontem, lembra? Nós deveríamos estar em lua de mel! O que aconteceu? Eu desmaiei? Vamos pra nossa casa? Eu quero ver a minha mãe, e o meu pai! Nós marcamos de almoçarmos todos juntos na nossa casa após a nossa lua de mel,lembra? - Eu disse confusa.

- É,você ainda está bem confusa! Vou chamar as enfermeiras. - Ele disse retirando - se do quarto.

Em seguida, o médico checou os meus sinais vitais, e aparentemente estava tudo normal.
Depois, as enfermeiras aplicaram uma medicação que me tranquilizou um pouco.

Eu não sabia ao certo o que havia acontecido comigo, e o motivo pelo qual eu estava em um leito de hospital, mas de uma coisa eu tinha plena certeza: Tudo ali estava muito errado!

Passei o dia recebendo visitas de alguns psicólogos, falei que havia casado com o doutor Daniel no dia seguinte, dei o endereço,e nome completo dos meus pais,enfim, falei tudo o que havia acontecido comigo antes de ir parar ali.
Mas também, lembrei - me  da minha sobrinha, meu irmão, minha faculdade, meu trabalho,enfim, de tudo!

Na noite daquele mesmo dia, recebi a visita de minha mãe, que me abraçou chorando, desesperada, e agradecendo a Deus por eu ter acordado.

Acordado? Como assim?

Fiz várias perguntas sobre o Daniel, sobre tudo,e ela ignorou todas as minhas perguntas.

Sendo assim, minha mãe passou a noite comigo no hospital, e meu pai também foi me ver muito emocionado, e levou Luigi com ele.
Perguntei por Maria Luisa cheia de saudades, e o meu irmão apenas riu, e me olhou com certa estranheza sem me dar uma resposta definida.

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No dia Seguinte...

Mamãe me ajudou a tomar um banho, e eu senti o meu corpo extremamente estranho.
Eu estava sem resistência nas minhas pernas,e precisava do auxílio de uma cadeira de rodas para me locomover.

- Para onde a Senhora está me levando? - Perguntei, enquanto mamãe andava comigo pelos corredores do hospital.

- Você vai conversar com o psicólogo. - Respondeu seca.

- Pra quê tanto psicólogo?? Meu Deus! - Revirei os olhos.

Sem dizer nada, ela me colocou na sala com o médico, e nos deixou a sós.

Muito simpático, o médico me acolheu, e eu falei para ele as mesmas coisas que havia dito para todos os outros médicos que eu já havia passado.

- Ok, bebê. Mas o que aconteceu com você, foi o seguinte: Você foi assaltada, entrou em coma, e passou um ano aqui no hospital nessas condições. Sei que ainda está tudo muito confuso em sua cabeça,mas comemore! Você é um milagre! Pela gravidade do seu quadro, os médicos não davam nenhuma esperança de que você acordasse um dia. - Ele disse de forma dócil.

- Quê? Quer dizer que eu não me casei, que tudo o que eu vivi foi uma grande mentira? - Comecei a chorar.

- Na verdade, você não viveu. Você pensa que viveu! Todas essas coisas que você pensa ter vivido, e pensa ter despertado a cinco anos atrás, foram coisas que o seu cérebro criou. Você não passou cinco anos em coma! Você passou um ano. Você não tem 25 anos, ou a idade que essa ilusão que a sua cabeça criou,te pensa ter. Você ainda é uma menina! - Ele disse apertando as minhas mãos.

E eu só chorava.

- Chama o Daniel pra mim? Ele é meu noivo, ele vai te confirmar que eu não estou mentindo. - Falei aos prantos.

- O Daniel,foi o médico que lhe acompanhou durante todo o processo. E  ultimamente, ele nos relatou que você abria os olhos e fechava rapidamente. Mas ninguém o levava a sério. E ele já é casado, e pai de uma linda garotinha. - Comprimiu os lábios.

- Quer dizer que eu sou louca? Que eu sou uma grande mentira? Não! Não! Eu não aceito!! - Berrei com as mãos nos meus ouvidos.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now