EU!

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Alice:

- Eu preciso fazer alguma coisa para o Martin me notar! - Arfei.

- Eu só queria que a minha amiga deixasse de ser trouxa! - Camila bufou. - É pedir, demais? - Perguntou.

- Eu não estou sendo trouxa! Eu só não desisto fácil do que eu quero! Pois eu tenho certeza, que quando os meus lábios tocarem os dele, vai ser mágico! Vai ser tão especial, que ele vai mandar a Glorinha pro espaço! Escreve aí! - Falei com os olhos fechados, imaginando cenas.

- Se eu fosse você iria para a igreja isso sim! - Revirou os olhos. - Pedir discernimento á Deus. Seus pais sempre vão, e você sempre inventa uma desculpa para não ir! - Fez cara feia. -  A tia Lily me disse,e eu fiquei muito decepcionada! - Cruzou os braços.

Camila sempre foi minha melhor amiga na infância. Nos conhecemos na igreja, sempre estudamos na mesma escola, e trouxemos a nossa amizade para a adolescência,e para a vida toda se assim Deus permitisse.

- Ah.. Eu não sinto mais vontade de ir. - Arfei.

- Cansou de Deus? - Arregalou os olhos.

- Não, nunca. Eu apenas preciso de um tempo. Tá tudo tão complicado ainda. - Respondi.

Fizemos uma pausa.

- Você é a única menina que conheci na vida, que só tem um crush desde sempre! - Reclamou.

- Ah,miga! Pára com isso! Eu até tentei outros garotos, você sabe disso muito bem. - Joguei uma almofada nela.

- Vem cá, minha trouxinha mais linda! - Me abraçou carinhosamente.

Conversamos  por mais algum tempo, e depois Mila foi embora.
Quando fui acompanhá-la até a porta..

- Martin! - Meus olhos brilharam. Eu tenho certeza que brilharam!

- Xiii! Lá vem ! - Mila torceu a cara, e foi embora sem dizer nada.

- E aí, Mila? - Martin a cumprimentou.

- Oi! - Ela respondeu seca passando por ele.
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- Ela está estranha! - Ele riu timidamente.

Saí, e ficamos cara a cara em frente a minha casa.

- Tudo bem? - Perguntou.

- Tudo. - Respondi já quase sem ar.

- O Luigi está aí? - Coçou a cabeça.

- Não, ele deu uma saidinha. - Dei um sorriso amarelo. - Não serve eu? - Perguntei corada.

- Claro! - Ele sorriu, e me abraçou em seguida.

Fiquei embriagada por alguns instantes sentindo aquele cheiro bom,e depois nos sentamos no degrau em frente á minha casa.

- Superando bem o término com a Glorinha? - Perguntei como quem não queria nada.

- Estou levando.. Eu vi ela hoje na sua escola. - Comprimiu os lábios.

O olhei com um ar de interrogação.

- Ela falou comigo,mas eu a ignorei. Estava com o ficante dela. - Suspirou.  - Não era para mim ter ido lá! Que burro! - Praguejou.

- Vai sofrer até quando? Esquece ela! Tem tantas garotas que dariam tudo para ficar com você.. - Acariciei os cabelos dele.

- Tem? - Arregalou os olhos. - Quem, por exemplo? - Me olhou sorrindo.

- Eu! - Respondi olhando nos olhos dele.

Martin ficou parado, me olhando como se estivesse gravando cada traço do meu rosto.

Foi como se o tempo tivesse parado só para nós.
A rua ficou silenciosa, a brisa do vento tocava os nossos rostos levemente, e os nossos olhos conversavam entre si, enquanto as nossas bocas continuavam fechadas, sem dizer nenhuma palavra.

E como o que é bom nem sempre dura muito... O meu irmão chegou, entrando entre nós dois, falando alto, e destruindo todo o clima.

Os dois entraram em casa, e eu continuei no mesmo lugar com a perna bamba, o coração acelerado, e com muita raiva do Luigi.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon