Readaptação?

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Lily:
O fato de saber que a minha filha havia acordado após dois meses em uma espécie de coma, para mim foi a melhor notícia que eu poderia ter recebido após tantos dias de angústia, e incertezas.

Mas, á pedido do hospital, os familiares tiveram que se afastar dela durante uma semana, para que alguns exames fossem realizados.
Claro, nós não entendemos  e á princípio não aceitamos a decisão do hospital.

Mas, não sabíamos ainda se a cirurgia havia deixado sequelas, e que tipo de sequelas.

Após essa semana inaceitável, e de revolta longe da nossa filha, eu e Eliéser fomos ao hospital em busca de satisfações.
E lá, nos disseram que estava tudo bem com a saúde de Alice.
Mas... Ela havia perdido a memória COMPLETAMENTE!

- E agora? Tem certeza que ela não lembra nem de mim? - Perguntei já com lágrimas marejando os meus olhos.

- Foi como se a cirurgia tivesse apagado todas as lembranças de Alice. Eu sinto muito. - O médico nos disse com pesar.

- Mas podem voltar? - Eliéser perguntou.

- Dificilmente.. - Respondeu.

- E agora? O que faremos? - Arfei.

- Vocês, com a ajuda do grupo de psicólogos do hospital, irão começar um processo de "readaptação" da Alice com o lar, e com vocês. Vejam isso como um recomeço! Mas vocês terão que ter muita paciência com ela. Pois grandes progressos, não acontecem do dia pra noite. - Explicou.

Eu e meu marido nos abraçamos forte.

- Nós estaremos juntos nessa! Eu te amo. - Eliéser disse ao meu ouvido.

- Eu confio em Deus, e confio também em você, e no amor que nós construímos. Te amo. - Falei.

Seguramos na mão um do outro, e fomos juntos, até a sala de psicologia para começarmos o quanto antes, o processo de readaptação de Alice conosco.

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Oliver:

Eu já não sabia mais o que seria de mim,ou se valia mesmo a pena amar tanto assim uma pessoa.

Alice passou dois meses em coma no hospital, e nesse tempo eu voltei aos Estados Unidos para resolver uns problemas.

E não foram poucos problemas!

Fui processado,o meu pai quase foi preso, perdi muito dinheiro por quebra de contratos, minha mãe vendeu a nossa casa em um momento de loucura, e eu fiquei no meio de toda aquela confusão tentando resolver o que já havia se tornado uma verdadeira e grande bagunça!

E foi aí, que decidi não voltar mais para o Brasil! Decidi tentar esquecer Alice, e tudo o que eu sentia por ela.

Resolvi ficar, e resolver a minha vida, antes que as coisas ficassem piores do que já estavam.

E em uma manhã qualquer,a dona Beatriz me ligou.
Á princípio, eu resolvi não atender.
Mas quem disse que eu resisto?

- Oliver! Vem correndo para o Brasil! A Alice acordou! - Ela disse, e o meu coração acelerou. - Ela está precisando muito de você! Ela perdeu a memória, e pode ser que ela se lembre de você! - Exclamou.

- Eu não posso... Talvez eu já tenha sido apagado da memória dela. E eu preciso apenas, fazer o mesmo! O destino não nos quer juntos, entenda! Eu tenho uma vida, e problemas aqui! - Falei.

- Não seja covarde! Não seja medroso! Você a ama! - Exclamou.

- Mas eu já cansei. - Falei, e desliguei o telefone.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now