Confissões.

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Alice:

- O que você quer tatuar? - Oliver perguntou.

- Eu não sei. - Baixei a cabeça pensativa.

- Pensa em algo especial! Algo que tenha significado, algo que marcou a sua vida. - Ele disse.

- Acho que o medo de meus pais descobrirem, está me impedindo de pensar em algo. - Suspirei.

- Fica tranquila! É só um desenho. - Sorriu.

- Por isso mesmo! - Revirei os olhos. - Os meus pais são cristãos, e a bíblia condena tal coisa. É pecado! - Arfei.

- Então eu estou cheio do pecado! - Ironizou.

- Cala a boca! - Exclamei.

Fechei os olhos, pensei um pouco, e eu não poderia ignorar o fato de que meu pai biológico havia morrido quando eu ainda era um "grãozinho" dentro do ventre de minha mãe.

O maior sonho dele, era ser um grande bailarino. E ele morreu sem saber, que ele era sim, um dos melhores bailarinos de ballet clássico que já existira.

Pensando nisso, pedi ao tatuador que fizesse o desenho de uma bailarina clássica, com notas musicais saindo de dentro dela.

Escolhi o local, e cuidadosamente o moço começou o trabalho.

Entre caretas, e arrepios, Oliver segurava em minha mão com força, até que terminasse a minha tatuagem.

Algum tempo depois, já com a tatuagem terminada, eu não acreditei que havia feito tal coisa.

Quanto ao Oliver,tatuou uma pequena hastag com o nome "Ogra",e um coraçãozinho ao lado,em seu punho direito.

- Em homenagem á você! - Riu.

- Seu louco! Me conheceu ontem,e fez uma loucura dessas? E se eu te assassinar, ou sei lá, a sua namorada me matar? - Brinquei.

- Pode até ser algo passageiro. Ninguém sabe! Mas eu tenho certeza de que você vai marcar a minha vida. Ogra! - Beijou a minha testa com carinho.

- Vamos deixar de "paiaçada?". - Ri.

- Hã? - Franziu o cenho.

- Nada! - Dei um sorriso amarelo.

Ele pagou as tatuagens,e em seguida, me levou para uma de suas casas,afastada de tudo, no alto de uma montanha.

Já era noite,e tudo o que eu queria, era deitar naquela grama verde e observar aquele céu estrelado.

E assim, fizemos.

- O seu tornozelo ficou mais bonito! - Oliver disse olhando para o céu.

Gargalhei.

- Deixa de ser bobo, cara! - Ri.

- É sério! Só não entendi o por quê de uma bailarina. - Comentou.

E então, sem mais delongas lhe contei a minha história.
Falei sobre o meu pai Ettore, a minha mãe, o meu pai Eliéser, Luigi, Martin, e até sobre a Mila.

Após me ouvir, e fazer perguntas, e comentários, ele também me contou a sua história.

Quem o ver, pensa que ele tem a vida perfeita pelo simples fato de ser bonito, jovem, rico, e famoso.
Mas ninguém sabe os traumas que Oliver Drake sofreu.
Como por exemplo, ter presenciado a sua mãe tentar matar o seu pai tudo por dinheiro, e após achar que conseguiu o seu objetivo, ter fugido com outro cara, para nunca mais aparecer.

Derramamos lágrimas, trocamos confissões, e ao final acolhemos um ao outro com um abraço apertado.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt