Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)

De Volta para Casa.

Alice:
- Quer dizer, que eu vou ter que ir com eles? Não, Liara! Não me abandona, por favor! As únicas pessoas que eu tenho na vida são você, a Lisa, e as pessoas desse hospital. Me deixa ficar aqui? Vocês são a minha família! Eu fico em qualquer lugar! Eu não vou atrapalhar, eu juro! - Implorei.

- Mas, você não pode ficar aqui Alice. Olhe em volta! Existem outros lugares bem mais agradáveis fora daqui! E mesmo que não lembre, aquelas pessoas que estão lá fora são a sua família! Lily é sua mãe,Eliéser seu pai, Luigi seu irmão, Helena e Estevão seus avós paternos, Olavo e Olívia seus avós maternos, Beatriz sua madrinha, Camila sua melhor amiga, Catarina sua tia predileta, e muitos outros meu anjo! Você jamais estará sozinha! E eu, sou sua amiga. Sempre que precisar, estarei pronta para te ajudar. E você sabe muito bem disso! Não sabe? - Sorriu.

- Se você fosse minha amiga de verdade, não estaria me abandonando, e me entregando nas mãos de pessoas que eu nunca vi na vida! - Uma lágrima sentida percorreu o meu rosto.

- Vamos fazer o seguinte: Você vai com eles, fica dois meses na sua residência com a sua família, tenta conhecê-los, e se não gostar deles, eu te levo para morar comigo. - Sugeriu.

Nossa! Como ela é corajosa! Posso não lembrar de nada, mas não sou idiota! Tentando me enganar, que coisa linda!

- Topa? - Perguntou.

- Tá, eu topo! Mas vai logo preparando o meu quarto na sua casa tá? - Revirei os olhos.

- Não vai precisar. Você tem uma família adorável! - Deu uma piscadela.

Fomos até o quarto em que eu estava,peguei uma sacola plástica com os meus utensílios de higiene, tomei banho, vesti uma blusa e uma calça que Liara havia providenciado para mim, e o pior momento, foi quando fui me despedir de todo mundo.

Eu não tenho ninguém! E eles me acolheram! Todos ali eram um pouco pais, mães,ou irmãos para mim.

Lily, me tirou do hospital aos prantos.

Entrei naquele carro de cabeça baixa sem olhar para trás,e me sentindo expulsa da minha própria "casa".

Dentro do carro, havia um garoto esquisito,que ficava me olhando com uma cara estranha.

Ele me beliscava,e falava coisas sem noção o tempo inteiro.

- Me deixa em paz, por favor? Não encosta em mim,nem fala comigo! - Falei.

O rosto do garoto se entristeceu no mesmo instante.

- Não é ela,mamãe! - Ele disse, e virou o rosto para o lado oposto ficando quieto durante todo o restante do percurso até a casa deles.

Chegando lá, fiquei admirada com a beleza daquela casa,e encantada com as texturas de cada coisa.

Passei a mão lentamente por uma parede diferente, e cheirei.

- Iih! Ela tá louca! Cheirando madeira! - O menino insuportável disse rindo.

Ignorei.

- O que é isso? - Perguntei.

- Isso o quê? - Ele disse.

- Do que é feito? - Insisti.

- Madeira! Vai me dizer também que não sabe o que é madeira? Quando a tua memória voltar, eu vou rir muito da tua cara! - Revirou os olhos.

- Madeira.. De onde vem? - Continuei perguntando.

- Chega, cansei! - O menino entrou na casa me deixando para trás.

- Gostou, filha? - Lily que havia ido guardar o carro, perguntou.

Fiquei em silêncio.

- Vamos entrar? - Sorriu abrindo a porta.

E quando entrei naquela casa, haviam algumas pessoas animadas, esperando a minha chegada.

Eu me senti extremamente desconfortável, e pedi apenas para ficar sozinha.

Lily me levou onde segundo ela,era o meu quarto, e me deixou á vontade.

Rapidamente, comecei a mexer em tudo, e encontrei muitas fotografias minhas com todas aquelas pessoas que eu já havia visto há minutos atrás.

Mas, uma fotografia em especial, chamou a minha atenção.

Um rapaz beijava o meu rosto, e eu sorria para a foto.

Só que ele não estava entre aquelas pessoas que eu havia encontrado na sala.
Para tirar a dúvida, saí do quarto, fui até a sala sem que me vissem, e comprovei: Aquela pessoa realmente não estava ali.

Fiquei me perguntando de quem se tratava, e por um descuido deixei a foto cair, e no verso dela estava escrito:
"O amor da minha vida".