O Primeiro Dia?

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Alice:
O dia amanheceu estranho. Não sei explicar, mas algo não me agradava.
Fui para a escola com um pressentimento ruim.
O meu coração estava apertado, e o que mais me sufocava era não saber exatamente o motivo pelo qual estava me deixando preocupada.

Fui falar com Camila, mas ela me tratou friamente. Sendo assim, fiquei isolada no intervalo lendo um livro, e mandando mensagens para o Martin que não me respondia.

Estranho..

Durante a aula, eu não consegui me concentrar, e por várias vezes saí para ir ao banheiro,quando na verdade eu só estava sufocada mesmo.

Acho que o fato de Martin não estar respondendo as minhas mensagens estava me afetando demais.

Antes da aula terminar, liguei para a tia Catarina e pedi a ela que dissesse ao Martin, para ir me buscar,pois eu estava precisando falar com ele.

Após o sinal tocar, saí correndo para o lado de fora da escola para esperá-lo.

Glorinha passou por mim sorridente falando ao celular, e jogando aqueles cabelos loiros, mas eu apenas ignorei.

- Vaca! - Falei entre dentes.

Esperei Martin por longos minutos, e ele não apareceu.

Até que ele me mandou uma mensagem dizendo que o carro teve um problema por isso não pôde ir me buscar,mas que estava me esperando no parque, no lugar de sempre.

Suspirei aliviada, fui até o ponto de ônibus, e peguei uma condução até o parque.

Desci do ônibus eufórica, e logo, não vi Martin.
Andei um pouco, e avistei o carro de longe.

Sorri, e apressei o passo. Vi uma movimentação estranha por detrás de uma árvore.

- Danadinho! Está querendo me dar um... - Falei com um entalo de imediato ao ver uma cena.

Martin e Glorinha estavam aos beijos!!

No mesmo instante, dei um berro.

- Martin! Que palhaçada é essa,aqui? - Gritei.

Ele arregalou os olhos.

- Alice? - Engoliu em seco.

- Eu chamei ela aqui, amor! Ela não merece ser enganada, então chamei ela logo no "primeiro dia". - Glorinha explicou,com cinismo.

- Primeiro dia, de quê? Que palhaçada é essa, Martin? - Perguntei trêmula, com lágrimas percorrendo o meu rosto.

- Que nós reatamos o nosso namoro,minha flor! - Respondeu irônica.

- Você não tinha o direito, Glória! Eu ia conversar com ela. Mas já que ela está aqui, nós iremos conversar agora. - Exclamou.

Ela ficou olhando para ele sem reação.

- Em particular! Nos vemos mais tarde. - Ele disse,e ela saiu.

Saí andando apressadamente aos prantos, e ele me seguiu.

- Já entendi tudo! - Falei.

- Não! Espera, Alice! - Ele gritava.

- Me deixa! - Berrei.

Ele me puxou bruscamente pelo braço, e me sentou em um banco de praça á força.

- Me ouve! - Ele disse segurando em meus braços.

Comecei a dar - lhe socos, e acertei uns tapas em seu rosto.

- Seu cretino, sem vergonha! - Eu gritava enfurecida.

- Alice, eu nunca esqueci a Glorinha! Eu sempre a amei! - Explicou.

- E a trouxa aqui, pensando que você estava gostando de mim! Você me traiu, Martin! Desde quando? Hein? Desde quando, você está saindo com essa vagabunda? - Perguntei.

- Calma,Alice! Xingamentos não irão te levar á nada! - Fez uma pausa. - Eu não te traí! Até por quê a gente só estava ficando sem compromisso!- Falou,levando mais alguns tabefes. - E já faz algum tempinho que eu e a Glorinha voltamos a conversar,e inclusive ela está grávida de um filho meu! - Ele disse.

- Ah,pelo visto achei alguém mais trouxa que eu...VOCÊClaro que esse filho não é teu! Ela te traiu, seu idiota! Palmas para você, Martin! A garota estava até pouco tempo com outro cara, e você ainda acha que esse filho é seu? Trouxa! - Gargalhei.

- Sim, ela me traiu,nós terminamos,foi um momento de fraqueza dela, mas já passou e eu a perdoei. Ela não fará mais! - Martin disse sério.

- Ah, vai se ferrar! - Peguei a minha mochila, fui embora e desta vez, ele não tentou impedir.

Ao chegar em casa, me tranquei em meu quarto e desabei em lágrimas.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now