Não Está na Hora!

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Alice:
No dia seguinte fui para a escola, e Camila estava agindo de maneira estranha comigo.
Mas, ignorei a birra dela, e a tratei normalmente como todos os dias.

- Amiga, a gente se beijou! - Falei abafando um gritinho.

- Hã.. Sério? - Ela disse sem graça.

- Sim, e adivinha? - Falei animadíssima.

- O quê? - Perguntou séria.

- Eu acho que nós estamos namorando! - Ri.

- Ué, mas já? - Franziu o cenho.

- Aham! - Afirmei.

- Legal. Desejo.. - Fez uma pausa. - Muita sorte ao casal! - Ela disse sem emoção.

- Obrigada, amiga! - A abracei.

No intervalo:

- Alice! - Alguém me chamou.

Olhei para trás.

- Ei! - Sorri.

- Tudo bem? - Julian perguntou.

- Tudo ótimo! - O cumprimentei com um abraço torto.

- Você não foi mais para o ballet! Desistiu? - Ele perguntou.

- Não, jamais! Só dei um tempo. É que ultimamente estou querendo me dedicar ao meu namorado. - Falei sorridente.

- Namorado? - Arregalou os olhos.

- É! - Afirmei.

- Então tá. Volta logo! As aulas não são as mesmas sem você. - Coçou a cabeça.

- Tudo bem, até loguinho! - Dei um breve aceno, e fui lanchar com a Mila.

Por diversas vezes na cantina, Glorinha me engoliu com um olhar fixo.

Eu a encarava, e pensava : "Serpente!".

•••••••••••••••••••••••••••••••••••
Na saída da escola..

Esperei que Martin fosse me buscar como nos dias anteriores, mas ele não apareceu.
Minha amiga não perdeu a oportunidade de jogar isso na minha cara, mas eu imaginei que ele estivesse ocupado fazendo alguma coisa, e por isso não apareceu.

Entrei no primeiro ônibus que passou em frente a escola, e fui direto para a casa de Martin.

Desci do ônibus bufando, e toquei a campainha da casa dele com força,e insistentemente.

- Oi, Alice! O que houve? Aconteceu alguma coisa? - Tia Catarina atendeu a porta, e logo perguntou preocupada.

- Onde está o Martin? - Perguntei trêmula.

- Ah, entre! - Riu. - O Martin foi ajudar o pai dele na concessionária. Mas aposto, como ele acabou ficando na oficina ajudando os meninos. Ele adora mexer com automotivos! - Riu docemente.

- Ele nem foi me buscar na escola hoje! - Baixei a cabeça.

- Ah,filha! Eu apóio muito o seu namoro com o meu menino, mas ele precisa ter responsabilidades! Precisa trabalhar. - Exclamou.

- A Senhora aprova, tia? - Perguntei com os olhos arregalados.

- Claro que aprovo! Mas se vocês fossem primos legítimos, eu jamais deixaria isso acontecer! - Respondeu.

- Ufa! - Ri aliviada, e a abracei. - Que linda você é! Agora te amo mais que antes! - A apertei com força.

- Fica pro almoço? O Martin já deve está chegando! - Convidou.

- Fico sim! Vou só ligar para a mamãe e avisar. - Dei uma piscadela, tirando o meu celular da bolsa.

10 minutos depois...

Martin chegou.

Corri para a porta para recebê-lo.

- Loirinha?! - Estranhou.

- Surpresa! - Tia Catarina disse.

Ele me beijou na frente dos pais dele mesmo.

- Meu filho não poderia ter arranjado namorada melhor! A "Lice" é perfeita. - Titia sorriu admirando nós dois.

- Ela é sim. - Martin afirmou. - Vamos almoçar? Estou morrendo de fome! - Ele disse.

Almoçamos todos juntos, e depois ele me levou para conhecer um lago, onde ficamos deitados na grama observando o céu azul.

- Príncipe.. - Falei.

- Fala, loirinha. - Ele disse.

- Nós estamos namorando? - Perguntei.

Ele fez uma longa pausa.

- Pra quê nomear as coisas? Toda relação é um presente. E nós estamos aproveitando o nosso. - Ele disse olhando para o céu.

Eu suspirei e sorri.

- Eu quero que a minha primeira vez seja com você! - Soltei essa frase no calor do momento.

- Quê? Tá louca, Lice? Jamais! Você só tem dezesseis anos! Não deveria estar pensando nessas coisas! - Arfou.

- Ué, mas você e a Glorinha.. - Tentei dizer.

- Eu e a Glorinha somos maiores de idade, e isso não vem ao caso! - Bufou.

- Tá me chamando de criança? - Perguntei. - A Glorinha tem a sua idade! Aquela ridícula burra, que ainda está no ensino médio! - Também bufei.

- Não estou chamando! Só acho que ainda não está na sua hora! E a Glorinha não tem nada a ver com essa história! - Retrucou.

-  Eu decido quando está na minha hora! Que se dane! - Levantei da grama, saí correndo, peguei um táxi que passava ali por perto e fui para casa.








Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora