Apenas Um Sonho Bom.

952 140 7
                                    

Alice:
Iludida, na esperança de ter um reencontro com Oliver digno dos filmes, eu pus a minha melhor roupa, arrumei o cabelo, deixei que a Mila usasse os seus dons para maquiagem em mim, e fomos para a praia esperar por a chegada de um novo ano.

Ainda muito chateada com os meus pais, eu preferi ir com os pais da Mila, e o mala do meu irmão que "grudou" em nós.

Chegando lá, encontrei com Julian que fez questão de me pegar nos braços em um abraço demorado (e super desnecessário).
E no restante do tempo, fiquei fugindo dele,por quê se a Mila percebesse que ele estava quase se rastejando aos meus pés, a coisa ficaria feia pro meu lado.

As horas passaram rapidamente, até que a contagem regressiva para a meia noite começou.

- Dez .. - Comecei a olhar pros lados.

- Nove ... - Sorri tentando ser otimista, aliás ainda haviam oito segundos.

- Oito... - Corri tentando encontrar um local menos movimentado.

- Sete... - Eu ainda estava correndo.

- Seis... - O procurei em meio á multidão.

- Cinco... - Tentei ver se algum dos rapazes ali presentes, se tratava de Oliver.

- Quatro... - Parei.

- Três... - Gritei o nome dele.

- Dois..  - Oliver! - Eu continuava gritando.

- Um! Feliz ano novo! - Caí na areia aos prantos.

Desolada, decepcionada, destruída, e com a certeza que aquilo foi apenas um sonho bom.

Senti braços fortes me acolherem, e me levarem até um lugar mais calmo onde eu pudesse conversar.

Era Julian...

- Está sofrendo,não é mesmo? - Perguntou.

- Preciso mesmo responder? - Perguntei de cabeça baixa.

- Tá, eu sei. Você se apaixonou pelo gringo cantor, não foi mesmo? - Insistiu.

- Como sabe? - Fiz outra pergunta.

- Eu uso internet, ué! - Riu.

Dei de ombros.

- Se ele gostar mesmo de você ele voltará! Você vai ver! - Tentou ser otimista.

- Eu não quero falar sobre isso com você! - Levantei - me bruscamente.

Julian me puxou pelo braço, e em um único impulso, me beijou.

Por alguns segundos eu parei...

E não senti exatamente nada beijando outra pessoa!

Quando me desvencilhei dos braços dele, vi que Camila havia presenciado tudo.
Saí feito uma louca atrás dela tentando explicar, mas foi em vão.

Sendo assim, fiquei sem chão (mais do que já estava). Vi os meus pais de longe abraçados, apreciando o restante da queima de fogos.

Saí correndo chorando como uma criança desamparada, e os abracei forte. Sem perguntar nada, eles apenas me acolheram.
Fomos para casa, e eu fiquei muda durante todo o trajeto.

Chegando em casa, eu só queria ir para o meu quarto chorar.

Mamãe até tentou conversar comigo, mas eu queria mesmo era o meu pai! Pouco me importava se o assunto era garotos, e geralmente as meninas conversam tal assunto com a mãe.
Eu queria o meu pai! E calmamente, ele foi comigo até o meu quarto, e lhe contei o que me afligia.

Papai me explicou novamente o que eu já sabia: Voltei para o Brasil, por quê a super exposição na mídia não era algo bom para mim.

Mas, fomos além! Lhe falei sobre os meus sentimentos por Oliver, como nos conhecemos, e ele me disse o que todo mundo já havia dito: Se ele me amar de verdade, voltará!

Ok, tantas coisas óbvias.

E quando eu já estava me cansando daquela conversa,papai disse que me apoiaria com,ou sem Oliver por quê a minha felicidade era o mais importante.

E como eu já estava muito sensível,chorando por nada, resolvi falar sobre o meu pai Ettore.

Papai Eliéser respirou fundo, sorriu, e me contou as suas histórias de infância ao lado de meu pai biológico enquanto acariciava os meus cabelos.
Eu ri,chorei,imaginei, e dormi com a cabeça sobre a perna dele.

Os dilemas de Alice (DEGUSTAÇÃO)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora