2. Press Your Number

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Eu e Victoria havíamos chegado no corredor dos armários, eu e ela dividíamos um armário, era norma do colégio. O que era um fato que não me agradava muito, por mais que eu a amasse, a garota é uma bagunceira e das piores! Sempre que eu deixava a chave com ela, quando eu ia olhar o armário, parecia que tinha passado um furacão por ali.

— Eu já falei pra você não arrancar meus post-its! - Reclamei notando a ausência dos meus papeizinhos com lembretes importantes na porta do armário.

— Você é a única pessoa que ainda usa isso! Eles são tão brega, por que não tenta o bloco de notas do seu celular? - Ela perguntou pegando seu gloss de morango e se virando para a porta do armário onde haviam um espelhinho, lugar em que meus post-its deveriam estar!

— Por que você não tenta se maquiar usando a câmera frontal do seu iPhone 6 Plus?! - Rebati concentrada nos meus livros que eu deveria pegar para as aulas do dia seguinte, enquanto Victoria se afastava do espelho e tirava o celular do bolso.

— Por que você é tão chata? - Ela grunhiu e eu revirei os olhos com dois livros de inglês em meus braços.

— Por que você não vai-

Jane Lewis?

Fui cortada por uma voz distinta, cerrei o cenho estranhando aquele timbre e me virei. Me deparei com um queixo masculino, por culpa da altura do garoto, ergui meu olhar e dei um passo para trás indo com as costas contra a superfície de metal dos armários pelo susto, uma vez que os olhos castanhos de Mark Tuan me encaravam.

— Ah, perdão, eu te assustei? - Ele perguntou deixando um sorriso divertido florescer em seus lábios enquanto eu piscava fortemente checando se era realmente Tuan falando comigo. — Poxa, eu não pensei que era tão feio assim.

Ele riu e eu relaxei meus músculos, então me vi descontraída na presença dele, diferente de Victoria que estava paralisada, pelo que vi de soslaio. Apertei a lombada dos livros em meus braços deixando uma risadinha escapar pelo comentário inesperado.

— Não se preocupe você está na média. - Soltei e ele riu correndo a mão direita pelos fios castanhos. — Bom, você é Mark Tuan, não é?

Fingi que não sabia da fama do ícone que trocava palavras comigo naquele momento e senti o olhar mortal de Victoria cair sobre mim. Ainda consegui ouvir a voz dela ecoar pela minha mente é óbvio que ele é Mark Tuan!

— Sim, e você Jane, certo? - Assenti e ele sorriu fechado. — Hoje, durante a aula do sr. Richard, você explicou uma questão de matemática muito bem, e eu vim aqui pra te agradecer... Digo, eu tenho muita dificuldade em matemática, e graças à sua explicação eu entendi aquelas contas que estavam queimando meus neurônios.

— Obrigada, eu sou de exatas. - Ri com o comentário dele e ele sorriu enquanto eu guardava meus livros de inglês na mochila.

Olhei de soslaio para Mark que aparentava uma certa timidez, ele parecia buscar palavras para dizer algo, semicerrei os olhos para o chão e pus minha mochila nas costas voltando minha atenção para ele.

— Bom, foi ótimo conversar com você e agradeço pelo elogio, Mark, mas eu preciso ir pra casa, meu pai desconfia quando eu chego atrasada. - Disse rindo fraco e me virei fechando o armário.

— Espera.

No mesmo momento senti a mão do garoto sobre meu ombro, me virei para ele devagar fingindo surpresa. Ele desvinculou seu toque e suspirou.

— Eu sei que não somos íntimos nem nada, mas eu posso ter o seu número? Eu queria conversar com você sobre um assunto a sós. - Estranhei a linha daquelas palavras.

O que Mark Tuan queria comigo? Pensei que poderia ser mais uma daquelas brincadeiras que o time de basquete faz todo mês com uma garota, eu posso ser a vítima dessa vez! Ergui uma sobrancelha, singelamente desconfiada.

— Certo. - Cedi soltando um longo suspiro, Mark assentiu pegando o celular no bolso de sua jeans escura. — 99267 2440.

— Obrigado, te envio uma mensagem ainda hoje. - Assenti e o vi olhar fixamente para a tela do celular. — Oh, já faz vinte minutos desde o término da aula, é melhor você correr, Jane.

Mark comentou e eu xinguei baixo, meu pai viria com aquelas perguntas sobre onde eu estava e com quem eu estava. Fiz uma breve despedida ao garoto e puxei Victoria tirando-a de seu estado de espírito apaixonada por Mark Sexy Tuan e levando-a comigo até as escadas que davam acesso ao andar de baixo.

— Posso apenas gritar com você?! - Victoria segurou meu pulso me fazendo parar de correr antes de descer os degraus.

— Você já tá grit-

— Mark Tuan pediu seu número! Ah meu Deus, ah meu Deus, ah meu Deus! - Suspirei impaciente e cheguei meu relógio de pulso. Nada de inesperado aconteceu aqui.

— Você pode gritar, mas enquanto grita, anda! - Falei puxando seu pulso, forçando-a a descer as escadas junto de mim.

Até a saída do colégio eu juro que nunca ouvi alguém dizer Mark Tuan tantas vezes. Foram umas cinquenta vezes dentro de sessenta segundos. Assim, chegamos ao bicicletário que ficava na saída do colégio

— Você vai me passar o número dele assim que ele te enviar uma mensagem! - Ela falou assim que eu montei minha bicicleta.

— Sim senhora, agora tenho que ir. - Deixei um beijo na bochecha de Victoria e acenei ganhando um aceno e um suspiro apaixonado que sussurrava Mark Tuan... — Até amanhã.

Pedalei até em casal mais rápido que consegui. Cheguei em casa e logo desci da bicicleta prendedo-a ao posto e frente ao meu jardim. Corri pela grama e toquei a maçaneta, ajeitei meus cabelos bagunçados pelo vento e entrei em casa.

Senti um cheiro de molho vermelho e sorri, hmm macarrão, meu estômago roncava. Deixei minha mochila no sofá, mas antes que eu pudesse ir até a cozinha ver o que minha mãe cozinhava, ouvi a voz do meu pai.

— Jane, onde você estava?

Ergui meu olhar vendo-o ajeitando a gravata olhando para mim de cima do mezanino.

— Colégio, a professora de inglês me chamou para elogiar meu desempenho durante as aulas dela.

— Já é de se esperar da aluna número um, logo no início do ano! - Minha mãe entrou na sala segurando uma panela quente.

Sorri para meu pai e me sentei na mesa que já estava posta. Minha mãe pôs a panela sobre a mesa enquanto meu pai descia as escadas até o andar em que estávamos. Minha mãe o questionou se não ficaria para o almoço, mas ele respondeu que tinha de ir para o escritório, almoçaria na empresa.

Ele se despediu de mim e da minha mãe com um beijo na testa e disse que estaria de olho em mim. Revirei os olhos e me apoiei na mesa enquanto meu pai saía e fechava a porta.

— Como foi seu dia no colégio hoje, querida? - Minha mãe perguntou se sentando à mesa comigo,

— Bem, um garoto pediu meu número. - Falei naturalmente e ela sorriu.

— Sério? Que bom, você gosta dele?

— Não! Ele é estranho demais, você já deve te-lo visto jogando basquete, ele joga na quadra aqui do lado. - Pus um pouco do macarrão da panela em meu prato. — O nome dele é Mark Tuan.

Ela riu do meu comentário e nós continuamos a refeição...

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOù les histoires vivent. Découvrez maintenant