25. Mercy On Me

9K 1.1K 531
                                    

Ele era tão lindo, sua pele clara sem imperfeições, seus lábios rosados, seus olhos castanhos intensos. Ok, seu nariz era estranho, mas eu passei a me acostumar com ele, assim como seu sorriso de dinossauro.

Eu prometi que não ia passar à gostar de você, por que você tornou as coisas tão difíceis, Mark Tuan? Me perguntei indignada com o garoto que ainda descansava sobre meus lençóis.  Entretanto, ao mesmo tempo, questionado Deus o porquê de te-lo dado tanta beleza. Eu tenho um coração paciente e uma mente agente, mas você mexe com meus sentimentos e inverte essa ordem.

— Bom dia, Jane Lewis. - Ele disse deixando um sorriso recém-acordado aparecer em seu rosto, abrindo os olhos lentamente em paralelo.

— Boa tarde, Mark Tuan, você baba enquanto dorme. - Respondi e ele se espreguiçou rindo, em seguida correndo uma das mãos pelos cabelos e repousando-a sobre a testa. — Já passou das horas, Meus pais devem estar chegando daqui a pouco.

— Sim, eu devo ir, não queremos que seu pai me encontre aqui e te atormente com perguntas. - Ele sorriu se sentando na borda da cama de costas para mim começando a calçar os tênis.

Eu me mantive deitada, oscilando meu olhar entre meus dedos que brincavam com a superfície macia do meu cobertor e as costas de Mark. Deslizei minha palma pela área vazia, antes ocupada pelo corpo de Mark e fechei os olhos sabendo que aquela sensação em meu peito não era um bom sinal.

Abri meus olhos e o vi envolvendo seu colarinho com a gravata. Ele virou o rosto para mim pedindo ajuda com a peça e eu sorri fraco me levantando, me coloquei de joelhos sobre o colchão e pus meu queixo acima do ombro de Mark me inclinando sobre ele.

Peguei a gravata a coloquei dentro da gola, dei os nós necessários e ajeitei-a. Meu coração inquieto me deixava nervosa, e minha mente confusa oscilava entre abraçar o corpo de Mark ou simplesmente me afastar e voltar minha atenção para qualquer outra coisa que não fosse ele.

Entretanto, eu só queria acabar com aquela angústia. Eu era jovem e boba, com meus hormônios à flor da pele, eu só queria poder envolver o corpo daquele garoto em meus braços. E foi o que eu fiz.

Serpenteei minhas mãos sobre o peitoral de Mark agarrando o tecido de sua blusa e fechei os olhos deixando minha respiração bater em seu torço, enquanto minha testa recostava sobre os fios castanhos em sua nuca.

Seu perfume bagunçava meus sentidos e o calor do seu corpo me fazia sentir aconchegada. Eu não quero soltá-lo, eu não quero, eu não posso. Acomodei minha cabeça deixando-a usar suas costas como travesseiro, enquanto sentava em meus calcanhares sentindo as primeiras respostas de Mark aos meus toques.

— O que foi? - Ele perguntou baixo, quase que em um sussurro. Senti seu indicador começar a desenhar linhas retas em meus braços acariciando-os e fechei meus olhos com força.

Havia muita coisa acumulada em minha garganta, muitos sentimentos que eu não aceitava sentir, eu não estava preparada para dizer à ele o que estava causando em mim. Eu só queria que ele tivesse compaixão por mim e parasse de me tentar. Tenha piedade de mim, tenha piedade do meu coração, Mark Tuan.

— Jane? - Não era Mark. Ouvi uma voz familiar ecoar pelo quarto e abri meus olhos devagar virando meu rosto na direção da porta.

No momento em que vi minha mãe parada no batente da porta com os braços cruzados, um par de sobrancelhas cerradas e uma mistura de desconfiança e surpresa em seu olhar eu solucei de susto. Desvinculei meu toque do corpo de Mark e cai de costas na cama.

— Mãe, o que você tá fazendo aqui? - Perguntei olhando-a com indignação, em seguida voltando meus olhos para Mark que tinha um leve rubor em suas bochechas e um sorriso simpático.

— Acabei de voltar do trabalho, filha. - Ela deu ombros e moveu seus olhos até Mark. — E você, Mark, o que faz aqui?

— Eu e Jane teremos teste de ciências, pedi à ela uma ajuda com os estudos, mas não se preocupe Sra. Lewis, eu já estou de saída. - Ele se levantou da cama ajeitando a blusa social amassada e os cabelos bagunçados. O que me fez correr a mão pelos cabelos preocupada, sabendo que minha mãe nunca acreditaria naquilo.

— Tem certeza? Eu vou servir o jantar em alguns minutos, por  que não fica mais um pouco? Garanto que seu pai não irá se incomodar. - Então, de repente, um sorriso simpático e convidativo surgiu no rosto da minha mãe.

— O problema é a minha madrasta, ela não gosta quando eu não janto em casa... - Mark disse em um tom entristecido enquanto deslizava a mão direita pelo torço.

— Puxa, eu vou servir hambúrguer caseiro. - Minha mãe suspirou triste descruzando os braços. — Além disso, Jane adoraria ter sua presença no jantar, não é, filha?

Ela rolou os olhos na minha direção e eu ergui os meus para Mark que também me encarava curioso.

— Sim. - Respirei fundo livrando daquela camada vergonha e sorri fechado. — Não posso comer todos aqueles hambúrgueres sozinha, posso?

Mark riu junto da minha mãe, então falou:

— Ligarei para meu pai para avisar, ele vai convencer minha madrasta. - O menino sorriu e minha mãe juntou as mãos abaixo do queixo, feliz.

— Certo, vou por um lugar à mais na mesa! - Ela disse com um leve tom de animação em sua voz. — Ah, Mark, não me mal interprete, mas o pai de Jane não gosta quando ela fica sozinha no quarto com garotos, por que vocês dois não vão para a varanda?

— Claro, claro, Sra. Lewis. - Mark assentiu prontamente e eu me levantei.

Minha mãe deixou um agradecimento ao garoto e me lançou um olhar de conversamos mais tarde, antes de sair do quarto. Eu sabia que toda aquele ato de mãe liberal era só um teatro. Eu vou ouvir muito mais tarde.

Suspirei e saí do quarto enquanto Mark vinha atrás de mim. Desci as escadas e encontrei meu pai sentado no sofá assistindo ao noticiário. Seus olhos nos encontraram no momento que chegamos à sala de estar.

— Boa noite, pai. - Falei e ele olhou-nós dos pés à cabeça. Juro que pude ouvir Mark engolir seco.

Entretanto, aquela expressão carrasca e séria do meu pai foi substituída por um leve sorriso fechado quando ele viu de quem se tratava o sujeito ao meu lado.

— Mark, o que está fazendo aqui, garoto? - Meu pai perguntou em um tom surpreso, porém feliz. Mark sorriu aliviado por ser recebido de tal forma pelo meu pai e eu respirei fundo.

— Sua esposa me convidou para jantar aqui hoje, sr. Lewis. - Mark analisou as palavras que havia dito e logo completou. — Claro, se o senhor permitir.

— Não seja tão formal, será um prazer ter sua presença no jantar de hoje, garoto. - Meu pai falou e dirigiu os olhos à mim. — E você, Jane, como foi seu dia?

— Bem, obrigada. - Respondi brevemente e cacei o pulso de Mark atrás de minhas costas, encontrei-o e o envolvi. No objetivo de sair logo dali. — Nós vamos para a varanda, tudo bem, pai?

— Claro, peço a Sandra para avisa-los quando o jantar estiver pronto. - Meu pai falou e nós dois assentimos.

Puxei Mark levemente comigo, cruzando a sala até chegarmos na porta. Abri-a, passamos por ela fechando-a na seguida. Então, longe da vista dos meus pais, senti os dedos de Mark entrelaçarem-se aos meus e mordi meu lábio inferior por um instante. Por que ele tem que ser assim?

Pensei que ficaríamos na varanda. - Mark falou quando percebeu que eu descia os pequenos degraus da varanda e caminhava pela grama.

— Não enquanto meus pais possam ouvir-nos...

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanWhere stories live. Discover now