68. Just A Fool

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J A N E

Era uma manhã ensolarada, o sol certamente havia nascido para os amantes, afinal era dia dos namorados. Meu caminho até a escola foi ao som de Love Song, que tocava em meu aleatório. O céu azul logo de manhã me fez desfazer-me do meu casaco e manter-me apenas com o uniforme. Meus olhos encontraram os altos portões da escola e vários alunos adentrando no território escolar, suspirei e apertei as alças da minha mochila, apertando meus fones em meus ouvidos para evitar que os comentários ruins chegassem à eles.

A escola estava enfeitada para o dia de São Valentim, a decoração era sutil mas ainda sim efetiva, vários corações e fitas vermelhas e rosas penduradas pelos murais do corredor. Algumas frases amorosas e melosas espalhadas pelos corredores e alguns adesivos em forma de coração colados nos armários, inclusive no meu.

Bufei ao ver o adesivo brilhante na porta do meu armário e abri-o afim de pegar meus livros. Peguei o material necessário e fechei a porta, recebendo a  visão do rosto de Bambam e de seu corpo recostado sobre os armários vizinhos, me assustando e me fazendo-me um passo para trás.

— Deus! Bambam, que susto! Já é a segunda vez que você faz isso! - Falei tirando meus fones automaticamente. Ele riu da minha expressão e eu ri fraco ajeitando os livros em  meu peitoral.

— Desculpa, vim ver como você estava. - Ele disse pondo uma mecha de cabelo para trás da minha orelha. — Você parece melhor.

— Não ouvi nenhum comentário desagradável até agora, espero que continue assim. - Falei sorrindo fechado e Bambam pôs um dos braços por cima dos meus ombros.

— Se receber, mande-os se foder, é a melhor maneira. - Ele disse e eu ri.

— Certamente.

Fizemos nosso caminho juntos até a sala de aula. Entretanto assim que entramos na classe, meus olhos encontraram minha mesa, mas ela não estava vazia. Sobre ela, havia um imenso buquê de rosas branco marfim. Haviam pessoas envolta da minha carteira, cochichando, e quando me viram parada na porta, o burburinho logo  começou, junto com os olhares.

Olhei para Bambam e ele fez sinal negativo com a cabeça. Apressei meu passo até minha mesa passando por entre as pessoas e largando meus livros em minha cadeira, peguei o buquê com as mãos trêmulas e engoli seco olhando envolta.

Os garotos estavam reunidos no canto da sala, Mark entre eles, sentado sobre a última carteira da fileira encostado na parede, com os olhos fixos em suas mãos com um curativo em dois dedos. Ergui meus olhos para seu rosto semicerrei-os sentindo um nó se formar em minha garganta, apertei o buquê em minhas mãos e forcei o maxilar caminhando até a lixeira perto da porta da sala. Rasguei o plástico que envolvia e vi as rosas caírem na lixeira uma por uma, até que minhas mãos estivessem vazias e meus olhos cheios, tão cheios que minha visão se encontrava embaçada.

Deixei um soluço escapar, amassando o plástico e jogando-o na lixeira, enquanto duas lágrimas pesadas escorriam pelas minhas bochechas. Sequei-as rapidamente e joguei os livros para o chão sentando-me em minha carteira e escondendo meu rosto em meus braços.

O sinal tocou dispersando os alunos, fazendo-os se sentarem em suas carteiras. O professor adentrou na classe, mas eu ainda podia ouvir de longe os burburinhos, as mentiras, as supostas verdades, tudo. Eu queria calar a todos, e desejava mais que tudo, nunca ter me envolvido com Mark.

Mark. Mark Tuan. Ele sentava três carteiras atrás de mim naquele momento. Eu temia olhar para trás, temia que ele visse minhas lagrimas, pois elas eram imprevisíveis, assim como meus sentimentos naqueles dias. Ora desejava voltar aos braços de Mark, ora repudiava sua presença, ora consumia-me o desejo de contar à todos a verdade, ora, a vontade de voltar à época em que ainda éramos um terno segredo, surgia em meu coração.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora