58. Tasty

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Sábado, 20:30

Eu, Victoria e Mark dividíamos um uber na volta para casa. Riamos enquanto relembrávamos as cenas divertidas do filme que vimos mais cedo. Os olhos do Victoria brilhavam, ela realmente gostava de Mark, e ele sabia disso, não, eu não havia contado, ele simplesmente havia percebido.

Eu estava recostada na porta direita do uber, Mark no meio e Victoria na esquerda. Me desvirtuei da conversa, para recostar minha cabeça sobre o vidro, enquanto deixava os dois conversarem. Eu via as luzes dos faróis dos carros se misturarem com a paisagem noturna que passava pelo vidro molhado do carro, chovia, mas o clima se mantinha ameno, diferente da minha mente.

O nome de Eric a rondava e aquilo me assustava. Ele não pode estar de volta, foi embora da cidade há tempos atrás, ele não pode ter voltado. Meu coração estava preocupado, é claro, eu não tinha dúvidas de que ele pertencia à Mark, mas Eric havia o machucado muito, ele é uma peça do meu passado que eu odiava ter de lembrar, pelos efeitos, pelas sensações e pelos sentimentos que ele causou em mim.

— Jane, nos vemos segunda? - A voz de Victoria me tirou dos meus pensamentos e eu virei meu rosto à ela percebendo que o carro havia parado enfrente à residência dela.

— Ah, sim. - Sorri me despedindo dela. — Até mais, Tori.

Ela acenou e virou os olhos para Mark, se despedindo do garoto e deixando um beijo em sua bochecha, abriu a porta do uber em seguida e apertou o passo até a porta de casa, por causada chuva. O motorista pisou no acelerador seguindo caminho e eu suspirei voltando minha atenção para a janela e para meus problemas.

— O que foi? - Mark perguntou num tom preocupado.

— Nada, só to um pouco cansada. - Falei me ajeitando no banco e respirando fundo, então ele tocou em minha mão entrelaçando-lhe os dedos quentes nos meus gélidos.

— Se preferir pedimos para ele te deixar em casa. - Mark disse se referindo ao motorista e eu neguei com a cabeça.

— Não, acho que o que eu preciso mesmo é de um tempo sozinha com você. - Ri fraco e ele fez o mesmo levando as costas da minha mão ao seus lábios e deixando ali um selar demorado.

Ainda chovia quando o uber estacionou enfrente à casa de Mark, agradecemos ao motorista e pagamos a corrida saindo do automóvel. Apressamos o passo até a porta da casa de Mark e nos abrigamos sob a marquise enquanto ele tirava a chave do bolso. Assim que a porta foi aberta, adentramos na casa, eu e Mark tiramos nossos sapatos molhados e nos dirigimos para o sofá. Mark ligou o abajur e se deitou sobre o sofá, me fazendo deitar sobre ele.

Ali ficamos, eu usando seu peitoral de travesseiro, e ele, meu cabelo de brinquedo. Seu cafuné era gostoso, seus dedos entrelaçavam nas minhas mechas e se desafaziam delas lentamente, seu perfume ajudava meu corpo a relaxar sob seu toque. As preocupações foram se diluindo até que a única coisa que eu prestava atenção eram seus batimentos cardíacos calmos sob seu peitoral.

— Eu quero ficar com você assim, eternamente. - Falei de olhos fechados e ouvi uma risada nasalada de Mark.

— Seria maravilhoso, fugir das responsabilidades, da escola, da pressão, de tudo. - Mark sonhou abrindo um sorriso em seu rosto. — Só eu e você.

Ergui minha cabeça encontrando os olhos de Mark me observando, apoiei minha mão direita no braço do sofá, onde a cabeça de Mark descansava. A mão esquerda continuava repousada sobre o tecido da blusa que cobria o peitoral dele. Desci meu olhar para os lábios dele, avermelhados pelo frio, e umedeci os meus, sentindo uma necessidade repentina de beija-los.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOù les histoires vivent. Découvrez maintenant