24. Your Fault

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Havíamos chegado na minha casa, destranquei a porta da frente e guiei Mark pela sala, ele olhava cada detalhe do local assim como fiz quando fui pela primeira vez em sua casa. Subi as escadas e cheguei ao corredor dos quartos, me aproximei da minha porta e toquei na maçaneta.

— Você é o primeiro garoto à entrar aqui. - Empurrei a porta, então me lembrei de Bambam e ri fraco. — Digo, que foi convidado...

Ele entrou e sorriu olhando fascinado para todos os cantos do quarto, desde à minha cama de casal até meu papel de parede rosa bebê, cujo qual eu tinha desde os meus três anos de idade. Me sentei na cama enquanto ele observava os porta-retratos em minha estante.

— É você quando pequena? - Ele perguntou sorrindo bobo para uma foto antiga minha, assenti e ele voltou sua atenção para a imagem. — Você era tão fofa, suas bochechas não mudaram nem um pouco.

— Infelizmente.

Toquei as áreas citadas por ele em meu rosto e as apertei, realmente, elas não haviam mudado. E aquilo me irritava profundamente, eu queria poder arrancar aqueles conjuntinhos de gordura que estavam acumulados em meu rosto. Era pedir muito ter um rosto fino como o de Mark?

— Eu não acho que isso seja um defeito. - Ele sorriu se sentado ao meu lado na cama apoiando as mãos no colchão e deixando a cabeça cair para trás. Me dando uma visão da pele alva e lactescente de seu pescoço. — Eu gosto do seu rosto cheinho desse jeito.

Olhei para Mark, que parecia avulso às palavras que dizia e quase cedendo ao sono que ocupava seu corpo. Senti pena dele por um momento, Mark não dormira noite passada, aguentara um dia de escola e não podia ir para casa pois sua empregada estava lá.

— Você está quase dormindo sentado, não sabe do que está falando... - Ri fraco e ele sorriu erguendo os olhos sonolentos até mim e levando a mão direita até meu rosto, onde ele acariciou minha bochecha com o polegar e riu baixo da coloração cuja qual elas tomaram. — Vamos, deite aí antes que eu mude de ideia e coloque você para dormir na grama do meu quintal.

Afastei seu toque do meu rosto e me inclinei na cama ajeitando o travesseiro para que ele deitasse. Ele sorriu e deitou a cabeça sobre a superfície macia e de coloração branca, que contrastava com seus cabelos castanhos bagunçados.

— Você é muito gentil, Jane Lewis. - Ele sorriu fechado piscando lentamente por culpa do sono.

Seus olhos se fecharam lentamente e suas mãos vieram de encontro à um dos meus bichinhos de pelúcia perdidos na cama abraçando-o. Ri fraco e o vi entrelaçar os dedos longos nos curtos pelos do meu ursinho. Um suspiro deixou seus lábios e ele se ajeitou no colchão se fazendo confortável.

Tirei meus tênis e me sentei cruzando as pernas sobre colchão. Me peguei observando os traços de Mark enquanto ele cedia à sua necessidade de descanso. Sua respiração estava tranquila e seus cílios baixos, um pouco incomodados pela franja que os cobria.

Mark? - Sussurrei checando se ele ainda estava acordado. Já foi. Sorri boba e levei meus dedos até os fios de cabelo que cobriam sua testa. Os afastei de seus olhos, então ele se moveu um pouco me fazendo recuar, mas ainda continuava em sono profundo.

Respirei aliviada e me levantei da cama, contornei-a e com cuidado desamarrei o cadarço de ambos os tênis, então puxei-os para fora de seus pés. Segurei uma risadinha ao ver suas meias azul ciano com estampas de patinhos amarelos, mas logo coloquei seus tênis no chão.

Fui até seu lado da cama e aproveitei que ele estava com as costas sobre o colchão e levei minhas mãos até sua gravata, a maldita peça de uso obrigatório dos garotos. Suspirei e comecei a desatar os nós com cuidado para não acordar Mark.

Puxei a peça de cetim para fora de seu colarinho vendo-a deslizar pelo tecido da blusa social. Deixei a gravata sobre minha mesinha de cabeceira e voltei minha atenção ao garoto que ainda se encontrava com meu ursinho entrelaçado em seu braço esquerdo.

Me sentei sobre meus calcanhares na cama, ao lado de seu corpo e hesitei em deixar minhas mãos chegarem até o primeiro botão de sua blusa social. As recuei no mesmo instante afastando aquela ideia da minha cabeça, ele já está bem confortável desse jeito.

Entretanto, eu sabia que não era uma questão de estar confortável ou não. Era um pequeno desejo camuflado de curiosidade. Dois botões não farão mal à ninguém.

Me inclinei levando meus dedos até o primeiro botão, então o desfazendo com cuidado. Engoli seco vendo um pouco mais da pele de seu peitoral exposta. Cheguei ao segundo botão e o desfiz com a mesma cautela não impedindo-me de mordiscar meu lábio inferior.

— Se quisesse que eu tirasse, era só pedir. - A voz de Mark ecoou pelo quarto, logo seus olhos se abriram devagar, encarando-me  e disparando meu coração, me fazendo recuar até a borda oposta da cama.

— M-Me desculpe. - Falei completamente envergonhada. Isso não pode estar acontecendo, eu sabia que não era uma boa ideia. Tentei encontrar uma explicação plausível para justificar a minha ação, mas nada vinha à minha mente.

Entretanto, Mark pegou o meu pulso com cuidado e me fez inclinar levemente sobre ele, repousando minha mão sobre a área de seu peitoral recém exposta. Sua pele era quente e macia, engoli seco involuntariamente assim como minhas bochechas se coloriram de vermelho mas ele não podia ver, já estava de olhos fechados outra vez.

— Está sentindo? - Ele perguntou apertando minha mão contra seu peitoral fazendo-me sentir deus batimentos cardíacos, que naquele momento se encontravam estranhamente descompassados. — A culpa é sua.

— Me perdoe. - Disse receosa, puxei minha mão levando-a até meu peito, desvinculando-me de seu toque. Engoli seco e Mark suspirou.

— Se você deitar aqui e me fizer um carinho, pensarei no seu caso. - De olhos já fechados, ele fez sinal para que eu me aproximasse e deitasse ao seu lado.

Parte de mim não queria mais arriscar, o que eu mais tentava evitar continuava a acontecer, os flertes as provocações, Mark está brincando comigo? Em contrapartida, a outra parte ansiava por aquele toque, ansiava por ter minhas mãos nos cabelos de Mark e sua respiração calma em meu rosto. A razão e a emoção se engalfinhavam outra vez e eu odiava aquele sentimento de ter que escolher uma à outra.

E como a idiota que eu sou, eu cedi. Rejeitei à razão e me me deitei ao lado de Mark devagar. Me mantive encarando o teto hesitante sobre o que fazer de seguida até ele pegar minha mão direita e levá-la aos seus cabelos deixando meu corpo de lado, virado-o em sua direção.

Meus dedos entrelaçaram em seus cabelos automaticamente e ele afastou seu toque do meu pulso grunhindo em aprovação. Abaixei meu olhar, mas continuei com o cafuné, tornando as carícias tão boas que Mark pegou no sono outra vez.

Não muito antes de mim, que acabei cedendo ao desejo de adormecer ao lado do príncipe que dormia ao meu lado naquele momento.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora