3. Help Me

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Durante a tarde eu recebi trinta mensagens de Victoria perguntando se Mark havia me enviado um mensagem. Respondi não e ignorei os outros e agora, ele enviou? Victoria era realmente apaixonada por aquele menino, pobre Tori, amor unilateral é um dos piores sentimentos do mundo.

Era por volta das quatro da tarde quando meu celular vibrou me acordando da minha soneca da tarde. Grunhi ainda num estado meio acordando meio dormindo, cacei meu celular na mesinha de cabeceira e quando finalmente minha mão o encontrou, trouxe-o para mim.

Não podia ser Victoria, eu havia silenciado meu chat com ela. Limpei os olhos e foquei os mesmo no ecrã do celular onde havia a presença de uma notificação avisando a chegada de uma mensagem.

52230-0402: Hey Jane, é o Mark.
16:35

Chequei as horas e suspirei me levantando da cama e deixando o celular de lado. Não tenho costume de deixar as pessoas esperando por uma resposta, mas aposto que nenhuma garota jamais deixou Mark Tuan esperando por mais de cinco segundos. Todos acreditam que está pra nascer uma que faça isso, para a infelicidade deles, ela nasceu em janeiro de 1998 e se chama Jane.

Desci as escadas e fui até a cozinha, um pouco mal humorada pela mensagem de Mark ter me acordado no meio da tarde. Poderia mandar às três quando eu ainda estou acordada? Ou até mesmo as cinco quando eu já acordei?

Afastei aqueles pensamentos da minha cabeça e preparei um suco de laranja para me refrescar daquela onda de calor que ocupava Nova York, maldito seja o mês de agosto.

Fiz meu  caminho de volta para o quarto já com o copo em mãos, bebi um gole enquanto sentava na cama e pegava meu celular entre os lençóis. Vi a mensagem e entrei no chat de Tuan vendo  as palavras em meu ecrã.

Bebi mais um pouco do suco e deixei o copo sobre minha mesinha de cabeceira, vi que já haviam se passado uns dez minutos. Então digitei uma resposta.

Jane: Olá Tuan :)
16:45

Peguei no colo novamente bebendo o líquido alaranjado e me deitando na cama quando senti meu celular vibrar outra  vez chamando minha atenção. Ele é rápido. Ri fraco limpando meus lábios.

Mark: Você está livre pra conversar?

Jane: Claro, pode falar.

Mark: Então, hoje na saída eu queria te fazer um pedido, mas como você tinha um compromisso e eu não sabia se você aceitaria ou não, vou te fazer por mensagem mesmo, além do mais, prefiro receber um "não" virtual hahaha.

Jane: Garanto que você não recebeu muitos "nãos" de garotas haha.

Mark: Touché! Mas não se preocupe, não é esse pedido que eu vim fazer.

Jane: Vá enfrente.

Mark: Eu preciso de ajuda com meus estudos. Eu tenho muita dificuldade nas matérias do colégio e como você é #1 no ranking de médias da escola, eu pensei em pedir ajuda à você.

Semicerrei os olhos para a tela de celular. Mark Tuan, me pedindo ajuda, nos estudos? Suspeito. Raciocinei um pouco e respirei fundo analisando a mensagem, então olhei para o outro lado da moeda.

Havia chances de que eu poderia estar sendo vítima de mais uma das brincadeiras da equipe de basquete, mas relevando os fatos, Mark tem dislexia, e ele realmente precisa de ajudas nos estudos. Talvez, vendo hoje a minha explicação durante a aula do sr. Richard ele tenha entendido melhor e realmente quer a minha ajuda.

Jane: Certo, mas como eu posso te ajudar? Aulas particulares?

Mark: Exatamente, você mora ao lado daquela quadra de basquete em que eu e os garotos jogamos, certo?

Jane: Sim, sim, eu moro lá.

Mark: Eu moro perto de você, se estiver livre para me ajudar, nós podemos marcar ou na minha casa ou na sua, o que acha? Claro se você quiser.

Olhei para a mensagem e fiz uma retrospectiva das minhas interações com Mark. Tudo parecia suspeito, mas ao mesmo tempo fazia sentido ele querer a minha ajuda. E levando em conta sua dislexia e as provas finais chegando, ele não conseguiria boas  notas no fim do semestre. Ok, eu posso ajudá-lo, não custa nada.

Jane: Eu posso te ajudar sim, você está livre nas terças e nas quintas?

Mark: Sim! Nos dois dias eu não tenho compromisso algum.

Jane: Ótimo, então eu posso te ajudar com os estudos nesses dois dias da semana.

Mark: Sério? Muito obrigado, você vai ser de grande ajuda, não posso repetir de ano outra vez :')

Jane: Haha, não se preocupe, farei o possível para te ajudar. Só te peço uma coisa, ao invés de você vir à minha casa, eu posso ir na sua? Meu pai é muito ciumento, ele não gosta quando eu passo muito tempo com garotos, eu prefiro que seja na sua casa.

Mark: Sem problemas, os pais da minha namorada são assim, sei lidar bem com isso. Então, temos um acordo? Terças e quintas na minha casa, depois do colégio, ok?

Jane: Okay

Aí meu Deus, ele vai achar que eu estou me sentindo a Hazel Grace. Apaga, apaga, apaga. Merda. Espero que aquela cabecinha disléxica dele não tenha lido muitos livros...

Mark: Obrigado :)

Mark: Você é uma garota legal, me arrependo de não ter pedido seu número antes.

Ri fraco para a tela do celular. Tentativa de flerte n° 1.

Jane: Obrigada, preciso ir, tenho que sair agora.

Falha.

Mark: Tudo bem, te vejo amanhã, Jane.

Jane: Até, Mark.

Respirei fundo me deitando no colchão em me espreguiçando. Ah, se metade da escola soubesse o que havia acabado de acontecer... Mark Tuan, número 10 no time de basquete, porém zero no boletim, pedindo ajuda para Jane zero em popularidade social, porém número 1 no ranking escolar.

Como a vida da voltas não é mesmo? Peguei meu celular novamente e entrei no chat com Victoria, que estava entupido de mensagens perguntando sobre Mark. Encaminhei à ela o número do cujo dito e, de brinde, enviei-lhe os prints da minha conversa com ele.

Joguei meu celular contra os travesseiro ignorando toda e qualquer reação histérica de Victoria e peguei o copo na mesinha de cabeceira virando o resto do suco para dentro da minha boca. Me levantei com um leve sorriso no rosto e caminhei para fora do quarto...

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanWhere stories live. Discover now