11. Let Me Sleep

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Naquela noite, eu não dormi. Minha mente e coração não deixaram, eu me perguntava o motivo das lágrimas de Mark, me questionava se ele estava bem, se eram problemas escolares, familiares ou até mesmo com Bettany.

Me lembro que eram quatro da manhã quando me revirei na cama, afundando minha cabeça no travesseiro e fechando os olhos esperando que o sono viesse. Mas nada, eu estava aflita. Me levantei da cama caminhando até minha janela, desci meus olhos até a quadra de basquete, que daquela vez estava vazia.

Respirei fundo fechando os olhos com força. Mark Tuan, me deixe dormir, eu não tenho nada a ver com seus problemas emocionais! Bati em minha cabeça uma três vezes com meu punho e grunhi me virando e deixando meu corpo cair sobre a cama.

6:30

Meu despertador me acordou como um alarme de incêndio. Grunhi contra meu travesseiro caçando o objeto barulhento em minha mesinha de cabeceira. Apertei o botão sobre a superfície de plástico silenciando-o. Cobri meu rosto com meu edredom e pedi só mais 5 minutinhos.

7:10

Senti meu corpo ser chacoalhado levemente interrompendo meu sono. Gemi ainda sobre o edredom, então abaixei-o vendo o rosto preocupado da minha mãe e suas mãos sobre meu corpo coberto.

— Filha, você perdeu a hora? Faltam dez minutos para a primeira aula. - Ela falou e eu arregalei os olhos erguendo meu tronco da cama e olhando para o despertador que marcavam exatas sete e dez.

— Meu Deus! - Eu me levantei da cama como um raio, minha mãe se afastou, me dando espaço para correr até o banheiro e ligar o chuveiro.

Prendi meu cabelo em um coque para não deixar meus fios se molharem e xinguei o chuveiro pela água estar demorando a esquentar, então grunhi com desgosto. Fechei os olhos e entrei sobre o jato sentindo meu corpo se arrepiar pela temperatura da água. Segurei um grito de raiva em minha garganta e fui rápida com a ducha.

Me sequei pegando o primeiro conjunto íntimo que meus olhos viram, pus a blusa do meu uniforme e procurei pela parte de baixo, minha saia bege... Onde está essa desgraçada?! Revirei meu quarto a procura da cuja dita, sem nenhum sinal dela. Meu Deus, essa é a prova de que o mundo conspira contra mim! Revirei os olhos e abri a gaveta dos meus uniformes caçando a minha saia do uniforme do ano passado.

Com dificuldade, subi a peça pelo meu corpo e fechei-a na lateral, olhei-me no espelho e puxei a bainha para baixo a fim de fazê-la ficar menos curta. Está pequena em mim! Eu cresci, o que posso fazer? Olhei para o meu despertador e arregalei os olhos, faltavam cinco minutos.

Corri mais rápido que consegui e sai do quatro tropeçando em meus próprios cadarços. Amarrei-os quando cheguei na sala, onde se encontrava meu pai tomando uma xícara de café junto da minha mãe.

Me despedi rapidamente de ambos e saí porta a fora. Montei em minha bicicleta e pedalei na maior velocidade que meu corpo aguentou, como se eu estivesse realizando uma maratona. Larguei minha amiga no bicicletário do colégio e corri pela portaria fazendo o trajeto até a porta da minha sala.

Bati na porta e segundos depois, ela foi aberta, pedi imensas desculpas ao sr. Richard pelo atraso, mas ele nem ligou, apenas pediu que eu entrasse e me sentasse. Agradeci e me apressei em sentar em meu lugar e pegar meus materiais.

O sr. Richard explicava alguma matéria que eu com certeza já tinha conhecimento, então desviei meus olhos para Mark, que se encontrava encostado na parede. Me inclinei um pouco vi seus olhos fechados e sua boca semiaberta. Ri fraco, ele estava dormindo.

— Mark Tuan. - O professor chamou o nome dele alto batendo com o pilot contra a lousa. Mark se assustou dando um pequeno salto da cadeira, cobri meus lábios escondendo uma risadinha. — Se quiser melhorar suas notas é melhor parar de dormir nas minhas aulas.

— Desculpe... Desculpe, sr. Richard. - Ele coçou a cabeça e o professor voltou sua atenção para o quadro. Mark se espreguiçou e virou o rosto na minha direção.

Vi sua expressão de sono e um par de leves olheiras sobre seus olhos. Ele aparentemente teve uma noite semelhante à minha. Então, vi um pequeno sorriso florescer em seus lábios.

— Dormiu mal, Tuan? - Perguntei baixo para não atrapalhar a explicação do professor e Mark estalou os dedos recostando a cabeça sobre a parede.

— Pelo visto, você também, não é, Jane Lewis? - Ele falou e eu assenti fechando os olhos por um momento e sentindo os mesmos pesados pela falta de descanso.

Lutei para não seguir os mesmos passos de Mark e se render de vez em quando à uns pequenos cochilos. Esfreguei meus olhos vendo o sr. Richard pegar seu livro e chamar a atenção de todos.

— Façam os exercícios das páginas 69 e 70, os que não terminarem durante a aula ficarão para casa. - Ele disse e eu peguei minha mochila a procura do meu livro de matemática...

Onde está?! Cerrei o cenho não encontrando o livro em lugar algum. Enquanto revirava minha mochila atrás do livro, parei e fechei os olhos lembrando exatamente de onde ele estava. Meu armário, ele estava no meu armário, eu teria a chance de pega-lo se não tivesse chegado tão tarde. Xinguei mais uma vez, então ergui minha mão direita chamando a atenção do sr. Richard.

— Sr. Richard, eu esqueci meu livro, será que eu poderia fazer dupla com alguém para acompanhar? - Perguntei e o homem suspirou, mas assentiu.

Me levantei e busquei pela presença de Victoria, mas a única coisa que encontrei foi sua carteira vazia. Fechei os olhos erguendo meu rosto pra cima, grunhindo em desgosto. Eu não acredito...

— Senta comigo... - Ouvi a voz de Mark soar enfrente à mim e abri os olhos vendo-o puxar minha cadeira e colocá-la ao lado de sua mesa.

Ele sorriu convidativo, ainda em meio àquele olhar baixo por culpa do sono e da noite mal dormida. Respirei fundo sorrindo fraco, então peguei meu caderno e estojo me sentando ao lado de Mark.

— Você vai me ajudar com esses exercícios, não é, Jane Lewis? - Ele perguntou baixo e eu ri.

— Eu tenho escolha? - Perguntei e ele puxou minha cadeira para perto.

— Não. - Ele sorriu.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora