38. Priorities

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Era quinta de manhã, o segundo dia da viagem, o sol traspassava pela janela do quarto, que eu dividia com Bambam, iluminando, com um pequeno filete de sol, meu corpo. Abri meus olhos de vagar percebendo que já era manhã, limpei os mesmos e me sentei no colchão, olhando para o lado e vendo Bambam dormindo ao meu lado.

Chequei o despertador e vi que eram dez da manhã, me levantei da cama e fui até o banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes prendendo meu cabelo em coque. Enquanto lavava minhas mãos vi pela reflexo do espelho, que Bambam havia acordado.

— Bom dia, flor do dia. - Falei e soltei uma risada, ele olhou para o espelho e sorriu.

— Bom dia, princesa. - Ele brincou e eu ri me virando e encostando no batente da porta do banheiro.

— Vai continuar me chamando assim? - Perguntei cruzando os braços e ele riu se levantando da cama.

— As meninas costumam se referir ao Mark como príncipe. - Ele falou e passou por mim deixando um beijo em minha testa. — Se ele é o príncipe, então você deve ser a princesa, não é?

Ri fraco e saí do banheiro e sentei na cama vendo-o fazer o mesmo processo que eu.

— Vamos ver até onde ele leva aquela nobreza. - Falei e Bambam riu lavando o rosto.

Depois de alguns minutos, decidimos descer juntos, até a parte externa, de onde vinham as risadas e as conversas. Abrimos a porta de acesso à área externa e vimos os meninos à mesa, comendo o café de manhã, junto com Bettany e as duas primas de Jackson.

Assim que nos aproximamos, chamamos atenção pelo braço de Bambam estar envolto em minha cintura e um sorriso estampar nossos rostos em plena manhã, tudo armação. Olhei de soslaio para Mark que tinha uma expressão assustadoramente azeda e ruim no rosto, como se tivesse dormido mal umas cem noites.

— Bom dia, Jane, Bambam! - Lin disse acenando para nós dois, acenamos de volta e paramos enfrente à mesa. Então, Lia se levantou junto de Lin. — Podem se sentar nas nossas cadeiras, nós já acabamos de comer.

— Obrigado. - Eu e Bambam dissemos em uníssono e nos sentamos nas cadeiras p recém vazias.

Olhei para Mark que prestava atenção em seu celular, procurei pelo leite vi a caixa perto de Mark, que sentava em um dos polos da mesa, enquanto eu me sentava no outro.

— Mark, me passe a caixa de leite, por favor. - Pedi.

Ele ergueu o olhar do celular por um momento, encarando meu rosto rapidamente, e em seguida, voltando sua atenção para seu celular, me ignorando, como se eu fosse indiferente. Olhei de soslaio para Bambam que suspirava desviando os olhos do amigo, revirei os olhos e semicerrei-os encarando Mark, que naquele momento brincava cinicamente com os talheres se fazendo de surdo às minhas palavras.

— Mark, me passe o leite. - Pedi novamente, dessa vez mais firme, mas ainda sim em tom de pedido.

Todos da mesa haviam estranhado a reação de Mark, então, o silêncio se instalou na mesa. Bambam passou a mão pelo torso e Bettany olhou preocupada para o namorado.

— Mark-

A loura tentou dizer, mas ele largou os talheres sobre o prato capturando a atenção de todos na mesa e fazendo um barulho estridente da queda do metal contra a porcelana. Eu fechei os olhos e ouvi seus passos se afastarem da mesa, abaixei meu rosto e suspirei balançando a cabeça negativamente. Bettany chamou por Mark, mas não teve resposta, então foi atrás dele.

— Eu não esperava uma reação como essa... - Bambam sussurrou baixo para que apenas eu ouvisse e eu assenti fraco.

— O que aconteceu com ele? - Youngjae perguntou desentendido, com uma expressão vazia. — Jackson, sabe de alguma coisa?

Jackson negou, então Jaebum olhou para mim cruzando os braços.

— Jane? - Jaebum semicerrou os olhos e eu corri as mãos pelos cabelos impaciente.

— Não sei de nada. - Falei voltando minha atenção para as torradas em meu prato.

— Alguém devia ir atrás dele. - Lia disse com um expressão preocupada em seu rosto.

— Bettany já foi. - Falei e recostei sobre a cadeira me sentindo incomodada pelos olhares explícitos de Jaebum sobre mim. — Perdeu alguma coisa comigo, Jaebum?

— Não, Jane. - Ele descruzou os braços e desencostou da pilastra de madeira passando por trás de mim e fazendo caminho até a casa.

Suspirei e comecei a comer meu café da manhã mesmo que aquela cena toda tivesse tirado meu apetite. Mais tarde eu me encontrei com Bambam no quarto, eu queria tomar logo um banho para aliviar minha cabeça, mas Bambam me chamou para conversar.

— Senta aqui. - Ele disse e eu parei enfrente a porta do banheiro, suspirei e virei meus calcanhares fazendo o caminho até a cama. — Você está arrependida, eu posso ver isso nos seus olhos, Jane.

Cobri meu rosto, tentando pensar racionalmente, mas o modo que Mark me tratou na mesa do café, atingiu meu coração de uma forma tão forte, eu conseguia sentir o gosto azedo e ácido daquele olhar de aversão que ele me lançou.

— Se ele me tratar da forma que me tratou naquela mesa, eu não vou aguentar, Bambam, não vou. - Eu coloquei pra fora sentindo um nó se apertar em minha garganta. — Você viu como ele me olhou, ele me olhava com aversão, Bambam!

Meus olhos já estavam acumulando algumas lágrimas insistentes, Bambam viu o brilho sob meus olhos e se aproximou secando-as antes que caíssem pelas minhas bochechas.

— Ei ei, não precisa chorar, isso é ciúmes, Mark só está com ciúmes, Jane. - Eu solucei baixo e ele pôs uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha. — Mark é possessivo, você viu o que ele fez com Tyler no refeitório, porque o garoto havia olhado para sua bunda e dito aquilo pra você.

— Eu sei, eu sei, Bam. - Tentei acalmar minha respiração e sequei minhas próprias lágrimas que insistiam em cair. — Mas eu acho que estou me sentindo mal por enganar ele dessa forma.

— Não sinta, ele tem que aprender que se quer ter você, terá que abrir mão da Bettany. - Bambam disse sério, tentando colocar aquilo em minha cabeça a todo custo. — Vocês não têm nada, Jane, ele não pode dar uma crise de ciúmes se você não é dele, você não é de ninguém, você pode transar com quem quiser e ele não tem o direito de dar um pio sobre isso. Está me entendendo?

Assenti processando todas aquelas palavras e sentindo minhas lagrimas se secarem sozinhas. Prendi-me cabelo em um coque respirando calmamente e tentando tranquilizar meu corpo, porque eu sabia que Bambam estava certo. Bambam estava completamente certo, Mark não tinha o direito de ter ciúmes de mim, e se ele quiser me ter, terá que abrir mão de Bettany.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanWhere stories live. Discover now