Capítulo 4- A vítima e o psicopata

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  Acordo um pouco tarde , assim que olho pro relógio confirmo a hora. Me sinto um pouco detonada. Levanto devagar da cama por causa da minha ferida na barriga que está dolorida. Meu ombro não dói tanto, o que me incomoda é esse corte.
     Tomo um banho quente relaxante. Depois de trocar de roupa fui para a sala. Encontrei minha tia sentada no sofá assistindo. A cumprimento, ela só me olha e volta sua atenção para a televisão.
     —Hoje você acordou um pouco tarde hein!
     —Demorou um pouco para pegar no sono!
    —E então como se sente ao saber que escapou da morte?— Perguntou ainda focada na TV.
   —É uma sensação estranha!
     Não sei mas em vez de ficar feliz, eu estou um pouco assustada e com medo. Creio que o que houve ontem não irá se apagar da minha mente nunca. Os minutos que eu pensava serem os últimos da minha vida, o medo que senti, foi algo sufocante, queria poder esquecer mas é impossível. Tudo está gravado na minha mente. Saio para fora e me sento nos pequenos degraus da entrada de casa. Minha mente está numa total desordem, ainda sinto calafrios.
      Observo a rua e as casas numa tentativa de distrair meus pensamentos. Relembro da minha infância, tudo que viví aqui. Coisas que jamais voltarão por que já foram enterradas.
      Depois de algum tempo a porta se abri e Lucy sai. Estava bem arrumada, menos extravagante como é de seu costume.
     — Você vai sair?—Pergunto a ela.
   —Sim, por que?
  —Nada não!
  —Vou na casa da Marina, soube que se mudou para aqui perto e vou visita-la, te vejo mais tarde!
    Ela entrou no carro e saiu. Segui olhando para o carro até ele sumir de minha vista.
    O clima aqui em casa está péssimo. Um verdadeiro tédio. Tranco a casa e saio. Aonde vou? Não sei dizer, quero apenas andar em um caminho sem rumo e esclarecer os meus pensamentos.
       Ando pelo parque sozinha e de cabeça baixa. De longe avisto um banco vazio,ando até ele e me sento. É disso que preciso, ficar sozinha, refletir um pouco na minha vida mesquinha. Olhando para o horizonte penso diversas coisas, bobagens e medos.
     —Posso sentar a seu lado? —Olho para o lado e vejo um rapaz alto, loiro e encantador. Perfeitamente lindo.
     —Claro!
      Ele se senta ao meu lado. Fica em silêncio. Admito que fico nervosa. Volto a fitar um pequeno lago de patos.
     —Isto é seu!—Exclamou o rapaz me entregando um livro. Porém não era um livro qualquer, era o que eu leva-la ontem da biblioteca, devo ter perdido na correria. Mas como ele estava com ele? Não consigo entender.
     —Como o achou?
    —Foi fácil, estava jogado no chão! Você é muito distraída... Ruivinha! —Ele sorriu ao terminar.
    Aquele apelido, como poderia esquece-lo? O único que me chamou assim foi o... Jason!         
      "—A ruivinha vai ter uma bela morte,eu prometo!"
     Suas palavras antes de me atacar usaram esse apelido. Por mais que eu não queira pensar que isso não é verdade faz todo sentido. Esse rapaz só pode ser o Jason. Aproveitando o fato de ele estar olhando para frente começo a me arrastar lentamente para o outro lado do banco e assim poder fugir.
     —Eu acho melhor você continuar aqui, para o seu próprio bem... Holly Campbell!
     Suas palavras me fizeram congelar, ele sabe meu nome. Isso quer dizer que fui observada e nem percebi. Finalmente ele olha para o lado, nossos olhos se cruzam. Pude ver a maldade em seus olhos. Uma coisa ruim que me dava calafrios.
      Jason puxou meu braço, ficando assim quase colada em seu  corpo. Sorriu satisfeito! Com certeza pelo fato de achar a sua presa fugitiva.
     —Pensou que tinha se livrado de mim? Sinto muito lhe dizer mas não!
    — O que você quer comigo?
    —Boa pergunta! Ontem aconteceu algo que nunca havia acontecido antes: você fugiu! Por isso , achei que merecia um prêmio! —Respondeu sarcástico.
    —Mas o quê? Prêmio?
    — É! Terá a minha companhia!
     Isso só podia ser engano, ele está louco, se ficar perto dele durante alguns segundos já é horrível imagina te-lo o tempo todo ao meu lado. Eu não posso aceitar isso, de jeito nenhum.
     Olho ao redor e vejo um casal aproximando, será a minha chance de pedir ajuda. Quando abro a boca para gritar sinto uma dor forte no meu ferimento. Jason havia esmurrado a ferida. Ele me abraçou apoiando minha cabeça em seu ombro.
     —Eu acho melhor você não gritar,ou será pior!—Sussurrou em meu ouvido.
      Não pude fazer nada. Continuei  abraçada ao seu corpo até que o casal sumiu. Jason me empurrou para longe de seu corpo.
      —Anda vai embora! Tenho mais coisas para fazer, depois eu cuido de você!—Pela sua expressão ele parecia alterado.
     Sem pensar duas vezes sai depressa sem nem olhar para trás. Quanto mais longe dele melhor para mim.
         ____________*___________
    
      Finalmente cheguei em casa. Por sorte minha tia já havia chegado. Junto à ela estava uma mulher baixa dos cabelos escuros e curtos. Nem dei atenção à elas e subi para o meu quarto. Me tranquei e de lá não saí.
         O medo está devorando a minha alma, eu não sei o que irei fazer. Não Sei o que vai acontecer  comigo,tenho pavor só de imaginar o que aquele monstro vai fazer comigo.

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