Capítulo 6- Motivos

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     Holly-
       Não sei o por que isso tem que acontecer justamente comigo, por que eu tenho que passar por isso? Será que é errado eu viver? Mais que droga de vida. Agora estou aqui na escuridão, prensando um pano no meu corte aberto drenando o sangue que sai dele. Aquele demônio não pode sentir compaixão, é um tirano sem escrúpulos.
       Me levanto do chão, novamente olho para janela aberta, já fazia alguns minutos que ele foi embora. Saio do quarto, vou para o banheiro, pego uma pequena caixa de primeiros socorros, limpo a ferida e enfaixo.
        Deveria avisar minha tia para que ela me levasse para o hospital,mas sei que  nesse momento  ela está lá na sala  com alguns amigos, não quero atrapalhar sua alegria, talvez amanhã eu avise à ela.

      Bem que eu poderia pegar uma infecção e morrer logo. Seria ótimo, quem sabe.
          __________*__________

      No dia seguinte:
  
     Mal amanheceu já fui acordada por uma dor insuportável. Não tem jeito, terei que avisar minha tia.
     Me levanto lentamente da minha cama. Caminho pelo corredor até o quarto de Lucy, bato na porta na tentativa de acorda-la.
     —Tia, acorda por favor!—Volto bater na porta mais uma vez, até que ela abri. Estava com uma cara de ressaca, tão pálida que parecia um fantasma.
   —O quê você quer hein pirralha? —Pude perceber o desprezo em suas palavras.
   —Eu preciso de ajuda...
  —Hum, era de se esperar de uma inútil igual à você! —Me interrompeu repousando o seu corpo na parede.—O quê foi dessa vez?
—Os pontos do meu corte abriram!
—Ai sua idiota! —Ela bateu em sua testa descendo aos olhos e os tampando. —O quê você fez pra isso acontecer hein?!
  —Eu vim pedir ajuda e não um sermão!
   —Ta bom já chega... Eu vou me arrumar e te levo na droga do hospital!
     Ela fechou a porta e foi se arrumar. Fui pra sala e me sentei no sofá à esperando. Depois de praticamente um século Lucy desceu as escadas já pronta.
      —Vamos!—Exclamou indo para a garagem.
      Tranco a casa e entro no carro. Passo o percusso inteiro sentindo dor e ainda ter que aturar os  surtos da Lucy. Isso é um tormento, tudo por causa daquele idiota do Jason.
     Já no hospital Lucy dá a entrada e logo sou atendida, tiveram que novamente fechar o corte. Depois do processo, repouso no quarto. Um homem alto, cabelos grisalhos e olhos claros entra no meu quarto. Vejo  escrito no seu jaleco seu nome "Dr. Burdon", ele chega um pouco perto da minha cama e me examina.
     —Bom dia senhorita Campbell! Então, posso saber o que aconteceu para abrir o seu ferimento?
   —Eu não sei, talvez por causa de alguns esforços que fiz ontem!—Minto tentando convence-lo.
  —Sei... Dessa vez não faça muitos esforços entendeu? — Respondo balançando a cabeça em sinal positivo —Ótimo, irei terminar de preencher algumas fichas suas e já te libero!
      Dr. Burdon saiu do quarto. Fiquei sozinha, a dor já havia passado. Finalmente sozinha e tranquila, bom até a minha tia entrar no quarto. Estava com expressão séria, não é pra menos, ela sempre odiou hospitais e lugares extremamentes claros.
      —Eu já posso ir?—Pergunto quebrando o silêncio.
     —Ainda não, você tem que esperar mais um pouco!—Me respondeu vidrada em seu celular.
     O silêncio voltou e continuou até uma enfermeira entrar no quarto.
     —Senhora Rogger a sua sobrinha já pode ir embora se desejar!
    —Ótimo, obrigada! —A enfermeira se retira do quarto — Finalmente ,se arruma logo, eu vou te esperar lá fora!
    Assim que Lucy saiu do quarto eu me levantei, me arrumei e sai de lá. Sinto um alívio ao andar pelos corredores, assim como Lucy detesto hospitais. Já estava quase tento um surto dentro daquele quarto.
       Vejo Lucy na recepção. Vou ao seu encontro e seguimos para o carro. Saímos de lá, durante todo o percusso não houve nenhuma troca de palavras. Porém dessa vez ela colocou um CD, abafando o silêncio que propagava no carro. Encostei minha cabeça no vidro da janela. Estava um pouco cansada,meus olhos ardiam e estavam pesados, não consegui dormir direito,  a dor me atrapalhava, e quando peguei no sono acordei de novo com aquela outra dor. Fechei meus olhos e acabei dormindo un sono leve e tranquilo, sem nenhuma dor.
        
              *****************

     —Holly! Acorda Holly! —Sinto alguem balançar o meu ombro, abro os olhos e vejo minha tia do meu lado.—O bela adormecida chegamos!
    —Ta bom, já acordei!
     Saio do carro. Entro em casa. Me atiro no sofá abafando rosto nele.
   —Acho que vou comprar alguma coisa para nós almoçar! O que acha hein?
   —Pode ser!—Respondo com a voz abafada.
     Ela pegou o celular para fazer a ligação. Depois de algum minutos chegou o nosso almoço. Comi um pouco, não estava com muita fome.
      Como não tinha nada para fazer passei o resto da tarde lendo, pensei em sair, mas todas às vezes que saio de casa acontece uma desgraça, por isso continuei em casa.
      Já estava escurecendo. Observei o dia virar noite lá no quintal dos fundos. Olho para o canto do terreno e vejo algumas rosas, eu minha mãe plantamos elas uns dias antes de sua morte.  Depois disso todos os dias eu via e cuidava delas. Viajo em meus pensamentos, distraída.
      —Holly eu vou ter que sair!—Ouvi minha tia lá da cozinha.
    —Mas  de novo?
    Ela sai para fora e me encara.
    —Sim, o babaca do Marcos não terminou de fazer alguns documentos da empresa, e como ele é novo eu tenho que ajudá-lo!
     —Mas hoje é domingo! Por que não deixa para amanhã?
    —Por que é muito importante! É rápido daqui a pouco já estou de volta! Tchau!—Ela virou as costas e se foi.
    —Tchau....
    E mais uma vez eu estou sozinha. Antes até gostava de ficar sozinha, mas agora, o medo é maior.
     Continuo lá fora. Um vento gelado passa sobre minha pele me fazendo arrepiar.
      —Então você gosta de observar as estrelas verme! —Ouço aquela voz e olho para o lado, e vejo Jason.
   —O que você está fazendo aqui hein?
    —Meu Deus, eu vim te  ver e assim que você me trata? Sem educação!
    Idiota. Nunca ficaria feliz em ve-lo. Sei o que planeja fazer, por causa disso fui pro hospital duas vezes. Não posso mais perder tempo, preciso dar um jeito de escapar.
       Rapidamente me levanto e corro para dentro. Tento fechar a porta mas ele passa antes que fizesse isso. Uma pequena perseguição começa pela casa,  corro para todos os cantos que encontro. Chego na sala mas o encontro na frente da porta esbarrando a saída.
     —Você vai ter que ser mais rápida para poder fugir de mim!
     Sem escolhas subi para cima, sem pensar direito acabo entrando no quarto da minha tia, me escondi dentro de seu guarda roupas. Talvez ele não me ache aqui, posso ficar até Lucy chegar.
     

Amor psicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora