Capítulo 31- Pequeno Charlie!

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          7 anos atrás

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       O dia estava nublado. O sol não havia aparecido.

          Charlie terminava de se arrumar. Ajeitava sua camiseta de frio azul marinha escondendo as cicatrizes de seus braços. Estava um pouco nervoso. Sua vó iria fazer uma visita à eles hoje, por mais que a senhora não o tratasse muito bem ,o garoto sentia afeto por ela.

       Era sempre assim. Ele ouve batidas na porta, após ajeitar seu casaco ambo abri a porta.
      Seu irmão mais velho, Chris estava em sua frente sorridente ( como sempre).
       —Oi meu pequeno! Já está pronto? Nossa vó chegou!
       —Mas já? Eu já estou descendo, obrigado por me avisar!

         —Está bem,te espero lá embaixo! —Chris sai,porem antes de descer as escadas ele volta a falar com seu irmão.—Ei maninho, você vai mostrar a surpresa que fez para nossos pais?
         —Ah é verdade, eu já tinha me esquecido! Irei falar para eles!—Agradece ao se lembrar do orgulhoso boletim escolar que daria aos seus pais.

         Chris sorri docilmente e desce as escadas. Charlie termina de se arrumar e logo depois em seguida foi ao encontro da sua família.
        Chegando na sala viu sua mãe conversando com Chris. Seu pai e sua vó permaneciam na sala conversando. Com um pouco de receio ele se aproxima da
idosa e a cumprimenta:

        — Olá vó! Tudo bem?
       A velha apenas o olhou com desprezo, fechou a cara e sussurrou para o seu filho Terry  :
          —Querido qual é o nome do bastardo mesmo? Acabei esquecendo!
         Por mais que não quisesse o jovem ouviu a pergunta que sua vó fez ao seu pai. Mais uma vez ela havia esquecido de seu outro neto, mais uma vez ele havia sido esquecido.

        —O almoço está pronto!—anuncia Elisa retirando o avental de sua cintura.
        Terry se levanta acompanhando sua mãe. Todos já estavam na mesa.Jogavam conversa fora. Ambos aproveitavam a companhia da senhora, menos Charlie, estava triste pelo o que ouviu de sua vó.        Não tinha fome, apenas remexia a   comida cabisbaixo.
       —Filho você pode me passar o suco? —Ele levanta sua cabeça. vendo sua mãe com as mãos estendidas em sua frente.
         Ele pega a jarra de vidro, no momento que iria dar para sua mãe ele se atrapalha e derruba em sua vó.A velha fica furiosa igual ao seu filho.
        —Mas que droga Charlie, você não sabe fazer nada direito não seu verme imundo?!—Seu pai grita furioso cerrando os punhos.
       —Terry não fale assim, ele não teve  culpa, foi um acidente! —Elisa tentava acalmar seu marido.
          O garoto apenas abaixou a cabeça triste. Seu irmão que estava do seu lado pôs a mão sobre o seu ombro tentando consolá-lo, Charlie se levanta e se tranca em seu quarto.

       Lágrimas descem de seus olhos. Ódio, tristeza. Tudo isso corrompe seu ego. O ódio por viver e a dor de ser um rejeitado.

     "você não sabe fazer nada direito não seu verme imundo?!"

       O jovem tira sua blusa de frio.Fita seu reflexo no espelho. Ver aquelas cicatrizes recentemente feitas rosadas. Por quê? Por que tudo teve que chegar a esse ponto?     Por que ele não é como seu irmão? É tão errado assim ele viver?

      Por quê? Qual é o verdadeiro sentido dessa merda de vida?

       —Charlie! Filho abri a porta!—Sua mãe implorava batendo na porta trancada. —Vamos conversar, seu pai não vai mais falar aquilo pra você querido!

       —Mãe ... me deixa ficar sozinho!
      —Mas...
      —Por favor!
       Elisa respeita o pedido do filho e sai.

        O vazio devora a alma do jovem. Quando percebe já está com uma lâmina rasgando sua pele reabrindo um corte profundo.Aquela cena,tão comum entre ele e seus braços.
       A sensação de alívio. A paz que ia invadindo sua alma a cada corte.


       —Você é patético Charlie! —Aquela  maldita voz o atormentava.
      —Cala essa boca Jason, quando preciso você nunca está aqui não é?! —Ele para e fita o espelho vendo a imagem de seu amigo imaginário. —Você não passa de um demônio ordinário!

        Desde os nove anos Charlie conversava com Jason. Ele era semelhante ao garoto,afinal na mente de Charlie, Jason era apenas o outro ser dele,o ser que ele havia criado e se refugiado. Porem o maldito parecia ter criado vida própria, havia se tornado um demônio que dizia atrocidades e nem se importava mais com o seu companheiro.

       Jason ri descontrolado. Ele adorava ver Charlie se ferir. Era algo que saciava sua alma demente.
        Charlie apenas o ignora. Ele só queria acabar logo com tudo aquilo. Por um fim em toda a agonia que sentia. Punir a sua inútil existência.

            **********************

        O despertador toca anunciando à Charlie que ele tinha que se arrumar para ir para a escola. Depois de tudo ele continuou no seu quarto trancado e acabou adormecendo.

         Ele se levanta e vai para o banheiro. Deixa a água quente molhar seus cabelos e cortes os fazendo arder, normal, essa dor já é familiar.
       Quando termina de se arrumar ele desce as escadas e pega seu caminho solitário. Optou por não ir com seu irmão, ele só queria ficar sozinho, já basta Jason o atormentando.

       Como de costume ele se isola.    Sentado em um canto sozinho deixa a música transmitida por seus fones embriagarem sua mente. Olhando a sua frente ele vê ela, nada mais nada menos do que Andy Martin, seu amor de infância. Uma garota baixa, cabelos curtos e castanhos acima dos ombros. À alguns meses ela conversava com ele, pequenos gestos e conversas, mas para Charlie era a melhor coisa do mundo.
        Ela se aproxima e beija sua bochecha graciosamente depois do cumprimento.

         —Charlie! Como passou?
         —Bem!—Sorri falsamente.
          —Tem algum compromisso hoje a noite?

        —A- ah não! Por que?

        —Quero que vá na minha casa, preciso te mostrar algo! Você vai não é?

         — Sim, eu irei!
         —Ótimo! Te aguardarei então! —Exclama dando lhe um papel com o seu endereço e logo em seguida se retira.

        Segurando nas mãos eufórico ele não crê que irá se encontrar com sua amada

       Tudo o que havia ouvido, as lagrimas derramadas no dia anterior já não faziam mais sentido com a alegria que ele sentia.

        —Coisas irão mudar! Sinto isso!—Jason sussurra em sua mente mas o garoto nem dá atenção, concentra-se apenas nela:Andy!

         Continua-

     
E aí meus amores , td bom? Estão gostando desse capítulo? Espero que sim☺❤, desculpe pela demora, de verdade, podem me matar se quiser!! Prometo que não irei demorar para postar os Próximos,estou me organizando ainda☺ bjs e até a próxima👍❤❤

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