Capítulo 17- A revelação

11.8K 925 99
                                    


          Holly-

      Finalmente, o pior dia da minha vida havia chegado, o tão temido dia das mães. Nesses dias eu tentei ser forte, até que consegui, agora com o meu primeiro amigo tudo ficou diferente. Nessa semana que eu e Gary nos conhecemos me senti renovada. Alegre e feliz, ele é um ótimo amigo. Sempre preocupado e atencioso, nos damos super bem. Creio que é isso que se chamam de amizade verdadeira.
         Enquanto ao Jason, continua do mesmo jeito, porém ele está com um comportamento diferente e meio...estranho comigo, não sei explicar, a forma que ele me olha me faz corar e arrepiar até os cabelos da minha nuca. Um olhar cheio de malícia que me faz querer ficar longe dele quando estamos  sozinhos.
  
         —Aqui está as suas rosas! —Avisa a funcionária da floricultura me entregando um buque de rosas brancas.
         —Obrigada!

       Depois de pagar saio da floricultura. De cabeça baixa vou para a atual casa dos meus pais, o cemitério.
         Hoje está ventando bastante. Um ar gelado agita meu cabelo deixando ele um pouco bagunçado. Enquanto caminho em direção ao cemitério passo por várias casas, pelas janelas vejo famílias felizes, junto as suas mães.

             _____________________

        Paro em frente ao enorme portão de ferro meio enferrujado por causa dos longos anos de uso.
         Entro, não vi o coveiro, melhor para mim. Menos um que verá a minha desgraça de não ter mãe. Andando por entres túmulos e mais túmulos, lá pro final chego ao meu destino.
        Olhando bem atentamente para aquele túmulo reencontro uma parte da minha vida,a minha alegria havia sido enterrada junto à esse túmulo lacrado. Sento em cima dele, não consigo conter o choro e deixo minhas lágrimas salgadas molharem o concreto.
         Eu só queria poder voltar no tempo e fazer tudo diferente.Se eu não tivesse ficado doente naquela noite eles não teriam saído, assim ainda os teria aqui comigo, isso é tudo culpa minha. Maldita febre que fui ter naquela noite. Por que tudo tinha que ser assim? Eles não mereciam morrer daquela maneira,foram mortos de uma forma tão fria e insana, logo eles que nunca fariam mal a ninguém.
          Deixo o buquê em cima do túmulo de minha mãe, retiro uma flor e coloco no do meu pai que está ao meu lado esquerdo.
           Com um pouco de dificuldade volto à minha atenção à minha mãe, respiro fundo e digo o que sempre lhe digo nesses dias:
         —Feliz dia das mães minha rainha, eu te amo!
        Choro mais ainda. Não estou nem aí se alguém me ver nesse estado. Isso é normal, que eu saiba estou em um cemitério e não em um circo pra ficar rindo igual à uma idiota.

         —Você só sabe chorar mesmo não é verminha?!
        Olho para trás e vejo Jason, ambo está com suas mãos no bolso da calça jeans preta, os braços descobertos pela camiseta de manga curta azul e seus cabelos como sempre bagunçados.
         —O que você quer aqui hein? Não posso nem ter paz hoje?
         —Calma! Eu só vim fazer companhia para você!
        —Mas eu não quero a sua companhia! —Respondo seca.
       —Foda-se a sua opinião, esse é um lugar público! Por isso irei ficar aqui se eu quiser!
          Acabo desistindo dessa discussão irritante. Jason é um completo idiota mesmo,nem hoje vai me deixar em paz?
           Volto minha atenção a minha querida mãe. Ficamos em silêncio por vários minutos, um completo milagre por quê o Jason nunca cala a boca! Dessa vez controlo o choro, não quero chorar na frente dele.

          —Sua mãe era muito bonita! —Finalmente fala alguma coisa.Lembro do retrado dela que ele havia visto.
         —Sim, ela era muito bonita!
        —Pois é, pena que o seu belo rostinho foi destruído no chão do asfalto !
         Por algum motivo paraliso,não consigo entender como ele sabe o que aconteceu com ela, isso ficou apenas entre mim, minha tia e a perícia. Tento me lembrar se contei algo naquele dia mas não. Não disse nada, como foi que ele descobriu?
         —Jason como é que você sabe? Eu não te contei a forma que ela foi assassinada!
       —Mas para que? Eu não preciso que me digam algo que eu mesmo fiz!
      —Do que está da falando?—Pergunto aflita. Ele se aproxima do túmulo do meu pai e se senta nele ficando de frente para mim.
         —Não é óbvio ruivinha? Fui que mandei os seus queridos pais pro inferno!
         Meu coração congela, um monte de pensamentos rondam minha mente. Depois de todos esses anos finalmente eu encontro o autor do meu sofrimento, e para piorar a situação é um completo tirano.
           —Isso não é verdade! —Grito incrédula. —Você está mentindo apenas para me fazer sofrer mais não é?!
         —Idiota! Não preciso fazer isso. Ainda duvida de mim? Acha que eu não seria capaz? Seus pais foram apenas mais uns para minha lista! Se quiser te conto os detalhes…
         —Não! Eu não quero saber! —Levanto me afastando dele, eu só quero ficar longe do Jason, mas ele levanta e me braça por trás ficando grudado à mim.—Me solta!—Tento me desprender de seus braços mas não consigo, isso só faz ele abertar mais o abraço como se quisesse quebrar meus ossos.
          —Relaxa verme, eu irei cuidar de você, eu prometo!
         Ele repousa sua cabeça sobre a minha. Mas que merda Jason, não vai me dizer que está arrependido do que fez.
         —Saí daqui seu retardado,eu te odeio!
         —Novidade alguém me odiar! Sempre ouço isso desde criança!
         —Problema seu!— Ele acaba me soltando. 
       —Nossa, eu tentei ser legal com você mas não tem jeito, a única forma de nos resolver é nos murros?
       —Talvez! O problema é que eu te odeio! Você destruiu a minha vida, fica longe de mim seu maldito! —Grito histérica. Não posso acreditar que ele matou meus pais, monstro desgraçado.
       Ele ficou quieto. Isso me assusta, com certeza deve estar planejando alguma coisa suja. Permaneci em silêncio, seja o que for já estou pronta para o que der e vier.
        —Esse lugar está muito chato não acha?—Comenta quebrando o silêncio. —Nos devíamos animar essa merda!
       —Sei,estamos em um cemitério só para refrescar esse seu cérebro de rato!
     —E daí? Eu sei aonde estamos, não sou burro!—Pensei que era.Jason olha ao seu redor, pega  um ferro grosso que estava solto não sei de onde. Volta sua atenção à mim com um sorriso de lado que tanto odeio(mais ou menos, até que é bonito mas me assusta). —Que tal fazermos uma brincadeira hein?
         —Como assim brincadeira? —Indago.
         —É simples, caça à presa! Você tem que fugir de mim, se eu te alcançar será ferida! —Ele me mostra o ferro deixando claro que me espancaria com aquela merda.—Já vou avisando que vale se esconder, mas se eu te achar vai ter um castigo maior!
           —Você está louco! Eu não quero fazer isso!
           —Mas é claro que vai! Eu que estou mandando, então me obedeça verme! Isso só vai terminar quando sair do cemitério, fora isso vai ter que continuar correndo para não ser punida, certo?
          —Não!
          —Foda-se a sua opinião!
       Jason levanta o ferro para cima e me acerta,meu braço é golpeado estralando meus ossos.Não seguro o grito, volto a encará-lo e ambo se prepara para outro ataque. Mesmo não querendo tive que correr. Infelizmente estou no final do cemitério, por isso terei que ser mais rápida, não estou nada a fim de levar outra surra desse doente.

            Continua…

Amor psicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora